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HC-UFTM conta com ambulatório específico para atendimentos em fisioterapia respiratória pediátrica
Luana Barbosa, fisioterapeuta; paciente Pedro; Kellen Kamimura, pediatra; e Ariane Natal, mãe do paciente. Acompanhamento possibilitou redução no uso de medicamentos e na necessidade de suporte respiratório. Foto: Luana Cunha/HC-UFTM
Com a queda nas temperaturas característica do final do outono e início do inverno, aumenta a incidência de doenças respiratórias como bronquites, pneumonias, asma e infecções das vias aéreas, algumas delas especialmente prejudiciais ao público infantil. Em Uberaba, o Hospital de Clínicas da UFTM possui um ambulatório específico para realizar fisioterapia respiratória pediátrica, que registrou recentemente um crescimento no número de atendidos: de 80, em abril, para 144, em maio.
Os atendimentos são eletivos e ocorrem às segundas e quintas-feiras, das 9h às 11h30. Os pacientes apresentam, em sua maioria, enfermidades crônicas que precisam de um acompanhamento frequente para evitar internações - e que tendem a ser agravadas nessa época do ano. De acordo com a fisioterapeuta Luana Pereira Barbosa, que há 15 anos trabalha na unidade hospitalar, a fisioterapia é uma das principais aliadas nesses casos, inclusive junto a pessoas que dependem de suporte respiratório, traqueostomia e aspiração das vias aéreas.
Segundo Barbosa, em quadros assim, manobras de higiene brônquica, o fortalecimento da musculatura respiratória e a reexpansão do pulmão são essenciais para a qualidade de vida do enfermo. A profissional explica, ainda, que todas as famílias de pacientes atendidos, mesmo as de crianças com quadros leves, recebem orientações por parte da equipe do Ambulatório de Fisioterapia Respiratória Pediátrica, para aprenderem a identificar sinais de alerta que indicam quando devem procurar o serviço de saúde.
Embora se trate de um serviço voltado para a fisioterapia respiratória, o atendimento é multiprofissional, contando com médicos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais. Um dos resultados da integração e comunicação constante entre os envolvidos no cuidado ao paciente é a agilidade na redefinição dos planos terapêuticos em busca de intervenções eficazes, no caso de qualquer intercorrência inesperada.
A pediatra Kellen Kamimura atua na área de terapia intensiva pediátrica há cerca de 10 anos, acompanhando crianças egressas da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em geral com quadros de alta complexidade. Ela avalia que o preparo das mães para realizarem os cuidados em casa e identificarem os sinais de alerta pode prevenir a necessidade de idas ao Pronto-Socorro, a piora das doenças respiratórias crônicas e até mesmo as internações de longa permanência.
“A gente atua, no acompanhamento ambulatorial, para melhorar a imunidade, a nutrição, a atualização do cartão de vacinas, o cuidado para a doença de base e a orientação da família. Reforçamos ações que contribuam para o crescimento saudável e para o controle das exacerbações do quadro clínico, almejando o melhor desenvolvimento dentro do potencial de cada criança”, enumera a pediatra.
Moradora de Uberaba, a dona de casa Ariane de Paula Natal conta que precisou deixar o trabalho e dedicar-se exclusivamente ao lar devido às questões de saúde que o filho Pedro Eduardo, de 11 anos, apresentou desde o nascimento. O paciente faz acompanhamento no Hospital de Clínicas da UFTM desde os primeiros meses de vida, devido a problemas pulmonares crônicos e disfunção nasal. Especificamente no Ambulatório de Fisioterapia Respiratória Pediátrica, o atendimento ocorre duas vezes por semana, há quatro anos.
Kamimura detalha que o quadro de Pedro Eduardo demanda atenção constante para evitar o desenvolvimento de sinusites e pneumonias. Já Barbosa exemplifica que nas sessões são utilizados recursos como lavagens nasais, estímulos à retirada da secreção excessiva e manobras respiratórias.
Natal se diz muito satisfeita com os resultados alcançados a partir das intervenções com a fisioterapeuta do ambulatório. “Esse atendimento nos resgatou de uma situação muito crítica. Notamos uma evolução enorme ao longo do tempo, que é resultado da atenção que meu filho recebe por parte da equipe. Com a dificuldade respiratória ele ficava muito agitado e inquieto. Dormia muito mal e chegou a precisar de suporte respiratório durante todo o dia. Hoje ele já dorme melhor, reduziu a quantidade de remédios e utiliza oxigênio somente à noite”, comemora.
A maioria dos pacientes acompanhados pela fisioterapia respiratória pediátrica no Hospital de Clínicas são egressos de internação em alguma das enfermarias do próprio hospital. Também são recebidos casos referenciados por outros serviços de saúde de Uberaba e dos demais 26 municípios da macrorregião Triângulo Sul de Minas Gerais.
Unidade de Comunicação Social HC-UFTM