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EQUIDADE NA SAÚDE
HU-Unifap realiza o primeiro mutirão de saúde indígena e quilombola
Macapá (AP) – O Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou, nos dias 3 a 7 de novembro, o mutirão de saúde indígena e quilombola, uma parceria entre o Comitê de Saúde Indígena do HU Unifap, Casa de Apoio à Saúde Indígena de Macapá (CASAI), Distrito Sanitário Especial Indígena Amapá e Norte do Pará (DSEI), a Secretaria Extraordinária Dos Povos Indígena (SEPI), a Coordenação Estadual de Saúde Indígena (COESI), com o objetivo de garantir a integração das ações e a efetividade das estratégias propostas. Participaram do evento a coordenadora do DSEI Amapá e Norte do Pará, Simone Karipuna, e a secretária da SEPI, Sônia Jeanjacque.
O gerente de Atenção à Saúde, Clodoaldo Côrtes, ressalta que a iniciativa “fortalece o vínculo com as comunidades tradicionais, aproximando cuidados médicos e promovendo inclusão social”, afirma. “É uma oportunidade de identificar necessidades específicas, oferecer orientações de saúde e garantir que os serviços cheguem de forma efetiva a quem mais precisa”, frisou.
A ação busca ampliar o acesso das populações indígenas e quilombolas aos serviços de saúde especializados ofertados pelo HU-Unifap, promovendo a integralidade do cuidado e a equidade na atenção à saúde dessas comunidades tradicionais. Os pacientes atendidos tiveram acesso às consultas médicas e à realização de exames. Foram beneficiados pacientes das etnias: Apalai-waiana, Tiriyos, Paliku, Galibi-marworno, Karipuna, com intérpretes, reflexo da articulação com a CASAI/DSEI, e quilombolas, das seguintes localidades: comunidades do Curiaú, Tessalônica, Ilha Redonda, São Pedro dos Bois, Ramal do Livramento e dos bairros Jardim Felicidade e São Lazáro.
De acordo com a chefe da Unidade de Ambulatório, Deize Pontes, o mutirão atua como uma estratégia de promoção da saúde e prevenção de agravos, ao oferecer atendimentos clínicos, além da realização de exames essenciais para o diagnóstico precoce de doenças crônicas e infecciosas. “Ele contribui não apenas com atendimentos pontuais, mas também com a formação de consciência sanitária e cidadã, essencial para a autonomia das comunidades na gestão de sua própria saúde”, destacou.
A coordenadora do DSEI, Simone Karipuna, enfatiza a importância de participar do mutirão e da parceria com o HU-Unifap. “Para nós, é um ganho superimportante ver que estão cada vez avançando no sentido de melhorar a qualidade da saúde indígena em diversas esferas”, disse.
Atendimentos
No mutirão, foram realizadas 69 consultas médicas e 9 exames especializados. As especialidades com maior número de atendimentos entre os indígenas foram: endocrinologia, cardiologia, seguidas por cirurgia geral, coloproctologia, mastologia, neurologia e oftalmologia. Entre os quilombolas, prevaleceram as consultas de ginecologia, pediatria, seguidas por cardiologia, clínica médica e endocrinologia.
Estratégias futuras
Segundo Deize, para assegurar que os atendimentos realizados durante o mutirão se convertam em cuidados contínuos e efetivos, o HU-Unifap, em articulação com parceiros institucionais, adota as seguintes estratégias de acompanhamento e continuidade do cuidado. “O fortalecimento da articulação interinstitucional, a qualificação da coleta e consolidação dos dados, e a implantação de um fluxo contínuo de acompanhamento são fundamentais para transformar o mutirão em um instrumento permanente de inclusão e integralidade no cuidado à saúde das comunidades tradicionais do Amapá”, concluiu.
Ebserh em Ação
O Mutirão de Saúde Indígena e Quilombola está integrado ao “Dia E – Ebserh em Ação”, um programa contínuo em que já foram realizadas mais de 400 atividades ao longo do ano com o principal objetivo reduzir o tempo de espera por atendimentos no SUS. Essas mobilizações nacionais foram idealizadas pela estatal, em parceria com o Programa “Agora Tem Especialistas”, do Ministério da Saúde (MS).
Foram realizados 2.298 atendimentos – entre 1.376 exames e procedimentos, 854 consultas, 23 cirurgias e 45 internações – foram prestados à população indígena e quilombola entre os dias 3 e 8 de novembro em 11 unidades hospitalares vinculadas a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
A diretora de Atenção à Saúde da Ebserh, Lumena Furtado, reforça que a ação faz parte da estratégia de qualificação do cuidado no SUS. "É o momento de identificar necessidades específicas e reafirmar o nosso compromisso em oferecer uma atenção especializada humanizada e culturalmente sensível, valorizando o acolhimento dentro da realidade de cada paciente", afirma.
A última edição do Dia E ocorreu em 13 de setembro com 34.290 atendimentos. Ao todo, foram realizadas 1.666 cirurgias, 4.043 consultas e 28.581 exames e procedimentos. O valor representa um aumento de 175% nos procedimentos realizados na primeira edição do mutirão, em 5 de julho. O terceiro Dia E já está previsto para dezembro, mês de aniversário dos 14 anos da Ebserh.
Sobre a Ebserh
O HU-Unifap faz parte da Rede Ebserh desde 2022. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Reportagem: Neurizete Duarte
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh