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Teste da orelhinha: Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh dispõe de exame para obter diagnóstico precoce de alterações na audição
O bebê aprende observando e brincando. Novas interações podem surgir a partir da percepção dos sons, dos ruídos e pela identificação da voz dos pais e/ou cuidadores. A audição saudável, entre outros fatores, pode influenciar diretamente na continuidade positiva dessas interações sociais, que estão associadas ao desenvolvimento motor, cognitivo e da linguagem do indivíduo. Logo, é fundamental o acompanhamento da saúde auditiva das crianças já nos primeiros meses de vida. Para a identificação de alterações na audição, o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS-UFPA/Ebserh) dispõe via SUS do Teste da orelhinha, exame rápido e indolor que possibilita o diagnóstico precoce de deficiências auditivas.
O Teste da orelhinha, ou Triagem Auditiva Neonatal, é recomendado para todos os recém-nascidos antes da alta hospitalar ou pode ser realizado de forma ambulatorial, ainda no primeiro mês de vida. Ressalta-se que esta triagem se tornou obrigatória para todos os recém-nascidos brasileiros a partir da lei federal 12.303/2010, que torna obrigatória e gratuita a realização deste exame em todos os hospitais e maternidades do Brasil que ofereçam o teste.
A Triagem Auditiva Neonatal dura em média dez minutos e é realizada através do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE), que consiste em um procedimento simples, não invasivo e indolor, capaz de identificar a maioria das perdas auditivas cocleares em torno de 30-35 dB. O exame é feito em local silencioso, com os neonatos ou lactentes de preferência dormindo. Caso o exame apresente resultado alterado, o retorno do bebê poderá ser reagendado no ambulatório de Fonoaudiologia do HU Bettina em até 30 dias.
Para realizar a Triagem Auditiva Neonatal no HU Bettina Ferro de Souza, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é necessário o encaminhamento (guia de referência e contrarreferência) realizado por profissional de saúde do SUS. Em seguida, o agendamento pode ser feito de maneira presencial, diretamente na recepção do HUBFS apresentando os seguintes documentos: guia de referência e contrarreferência (encaminhamento), certidão de nascimento, cartão do SUS, caderneta de saúde da criança, cópias da carteira de identidade e do CPF dos pais, além de comprovante de residência, do responsável legal pela criança.
A principal detecção precoce de alterações auditivas em bebês recém-nascidos é o Teste da orelhinha. Porém os pais e/ou cuidadores devem sempre estar atentos ao desenvolvimento da audição e da linguagem dos filhos. O otorrinolaringologista do HU Bettina Ferro de Souza, Dr. Henderson de Almeida Cavalcante, sugere aos responsáveis “utilizar como referência os marcos para o acompanhamento do desenvolvimento de audição e da linguagem que se encontra disponível na Caderneta de Saúde da Criança”. Caso haja algum atraso em alguma etapa de seu desenvolvimento, deverá ser encaminhado para um serviço especializado objetivando avaliação e diagnóstico da deficiência auditiva.
Como prevenção, o chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do HUBFS-UFPA/Ebserh, Dr. Henderson, orienta sobre alguns sinais de alerta que podem indicar suspeita de alteração auditiva nas crianças:
- Quando o bebê recém-nascido não mostra sobressalto nem se desperta diante de sons mais intensos;
- Quando um bebê de 4 a 6 meses, não localiza os sons lateralmente e nem reconhece a voz da mãe;
- Quando um bebê de aproximadamente 1 ano não inicia linguagem, não compreende comandos verbais simples;
- Quando uma criança, no seu primeiro ano de vida, não balbucia e nem responde aos sons, nem às chamadas da família;
- Atentar aos antecedentes familiares com ocorrência de casos de surdez permanente com
início desde a infância, sendo assim considerado como
risco de hereditariedade.
Sobre a Ebserh
A Rede Ebserh é formada por hospitais universitários federais, campos de prática para formação de profissionais de saúde, que compõem a Rede de Atenção à Saúde do SUS. O propósito da Ebserh é ensinar para transformar o cuidar. Os hospitais universitários federais não são responsáveis pelo atendimento e nem por gerar oferta de toda a necessidade de atenção à saúde da região, sendo esta responsabilidade das secretarias de saúde.
Texto: Victor Hudson – Jornalista CHU-UFPA/EBSERH
Com informações da Unidade de Otorrinolaringologia (UNIOT) do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS-UFPA/EBSERH).