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SAÚDE PÚBLICA
Barros Barreto amplia capacidade de rastreamento do câncer de mama com equipamento doado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
Belém (PA) – O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), integrante do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA) e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), irá ampliar a capacidade de rastreio do câncer de mama. A instituição recebeu, na tarde desta terça-feira (11), um mamógrafo digital de última geração, avaliado em cerca de R$ 1 milhão, doado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A entrega faz parte da iniciativa Rays of Hope (Raios de Esperança, em tradução livre), que busca fortalecer as capacidades nacionais em medicina nuclear e radioterapia para o diagnóstico e tratamento do câncer em países em desenvolvimento. O equipamento vai ampliar a oferta de exames, reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade das imagens, beneficiando milhares de mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.
“A chegada desse mamógrafo representa um avanço importante para a saúde das mulheres amazônidas. A mamografia é essencial para o diagnóstico precoce e o sucesso do tratamento do câncer de mama, e esse equipamento vai ampliar o acesso a um atendimento de qualidade, com equidade e humanização em nosso hospital. É uma conquista que reafirma o compromisso do Barros Barreto com o cuidado integral e com a promoção da saúde pública”, destacou a superintendente do CHU-UFPA, Regina Feio Barroso, durante o ato de doação.
“O Brasil é reconhecido pela AIEA como um dos países de referência na América Latina em tecnologia nuclear aplicada à saúde. Essa cooperação tem permitido expandir o acesso a exames e tratamentos oncológicos com mais qualidade e segurança. A escolha do Barros Barreto se deu pelo papel que o hospital desempenha na rede pública de saúde da Amazônia, especialmente no tratamento de doenças de alta complexidade”, afirmou Raul Ramirez Garcia, chefe da Divisão para América Latina e Caribe da AIEA.
O evento contou ainda com a presença do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Júnior, e do diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da autarquia, Wilson Calvo.
Cooperação técnica internacional
O Brasil mantém, há décadas, uma colaboração com a AIEA em projetos regionais, intercâmbio de profissionais e pesquisas voltadas a aplicações pacíficas da energia nuclear. Na área da saúde, essa parceria tem resultado na modernização de serviços de diagnóstico por imagem e de radioterapia em diferentes unidades públicas do país.
A iniciativa Rays of Hope foi criada para fortalecer os sistemas de diagnóstico e tratamento do câncer, especialmente em regiões com maiores desafios estruturais. Por meio dela, a AIEA tem fornecido equipamentos, capacitação técnica e suporte científico a instituições de saúde em todo o mundo.
Desafio nacional
Excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo mais incidente entre as mulheres brasileiras. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o país deve registrar 73.610 novos casos em 2025.
A mamografia é o principal exame para o rastreamento e o diagnóstico precoce da doença. O exame permite identificar alterações mínimas no tecido mamário, muitas vezes antes que o nódulo seja percebido ao toque. Quando o tumor é descoberto no início, as chances de cura podem chegar a 98%, com tratamentos menos invasivos e maior qualidade de vida.
O exame é rápido, seguro e fundamental para a prevenção. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda sua realização anual a partir dos 40 anos, enquanto o Ministério da Saúde orienta o rastreamento a cada dois anos entre 50 e 69 anos, faixa etária prioritária pelo SUS.
Apesar de causar leve desconforto devido à compressão da mama, a mamografia é um procedimento simples e não invasivo, considerado indispensável para o cuidado com a saúde da mulher e a redução da mortalidade por câncer mamário.
Sobre a Ebserh
O CHU-UFPA faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.