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NATALIDADE
Maternidade mantém ações de planejamento familiar durante a pandemia
Objetivo é apoiar e orientar, deixando os indivíduos cientes dos recursos de concepção e contracepção
Enquanto os sistemas de saúde atendem as demandas de pessoas com Covid-19, os serviços de planejamento familiar requerem adaptações, incluindo alternativas para o atendimento sem prejuízo da continuidade do fornecimento de diferentes modalidades contraceptivas.
Na Maternidade Escola Januário Cicco, (MEJC-UFRN-Ebserh), pais e mães participam de um conjunto de ações que fazem parte do Planejamento Familiar, garantindo direitos iguais a mulheres e homens acerca da escolha em ter ou não ter filhos. O objetivo é apoiar e orientar, deixando os indivíduos cientes dos recursos de concepção e contracepção, como pílulas, temperatura basal, dispositivo intrauterino, laqueadura tubária e os demais métodos hormonais, cirúrgicos e de barreira.
Segundo a ginecologista e gerente de atenção à saúde da MEJC, Maria da Guia de Medeiros Garcia, as estratégias contraceptivas figuram como componentes essenciais na atenção à saúde reprodutiva. “O acesso aos métodos contraceptivos propicia autonomia, reduzem gestações não planejadas e representam base sólida para o bem-estar, particularmente em momentos de situações de instabilidade social, como a que estamos vivendo”, afirma.
Estudos apontam que mais da metade das gestações, no mundo, não são planejadas. No Brasil, 54% das gestações ocorrem sem nenhum planejamento. É o caso de Monica do Nascimento e Carolayne Marques, mãe e filha, gestantes, de São José de Mipibu, a 30 km da capital do estado, atendidas na MEJC. Ambas relatam que a gravidez não foi planejada e que ficaram apreensivas durante a gestação por conta da Covid-19.
“É a minha sexta gravidez... Já perdi um filho e apesar de não tomar nenhum cuidado para não engravidar, não queria ser mãe novamente. Estava até indo sempre ao médico, fazendo exames para marcar a laqueadura. Não foi nada planejado”, relata a pescadora de 38 anos, Monica do Nascimento que deu à luz a um menino, no dia 8 de junho.
Sobre a filha Carolayne Marques, de 23 anos, a mãe diz que também foi outro susto e que a filha também não queria engravidar. Carolayne conta que fazia uso de medicação para não engravidar, mas se descuidou e acabou engravidando. “Já tinha perdido uma gestação antes e descobri que estava grávida novamente... E ainda de gêmeos. Foi um baque” disse.
Quando questionadas sobre a expectativa de voltarem para casa com seus filhos, mãe e filha relatam que todos estão ansiosos e animados. Mônica, com muita alegria, diz que finalmente fez sua laqueadura na MEJC e não corre mais o risco de engravidar novamente. “Graças a Deus não engravido mais, agora é seguir tomando os cuidados necessários de limpeza dos ambientes, isolamento, uso de máscara para não ter Covid”, conclui.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 120 milhões de mulheres em todo o mundo desejam evitar a gravidez. No Brasil, a Lei do Planejamento Familiar foi desenvolvida com o intuito de conscientizar quanto à gravidez e à instituição familiar.
Atuação da Rede Ebserh
Além do apoio ao ensino, formação e capacitação das equipes assistenciais, a Rede Ebserh implementou o Comitê de Operações Especiais (COE) para definir estratégias e ações em nível nacional para o enfrentamento da pandemia. Desde os primeiros anúncios sobre a Covid-19, a Rede Ebserh tem trabalhado em parceria direta com os ministérios da Saúde e da Educação, com participação nos COEs desses órgãos, e tendo como diretrizes o monitoramento da situação no país e em suas 40 unidades hospitalares.
Tem atuado na realização de treinamento de funcionários da Rede, promoção de webaulas, definição de fluxos e instituição de câmaras técnicas de discussões com especialistas. Promoveu processos seletivos emergenciais com a possibilidade de contratação de aproximadamente 6 mil profissionais temporários para o enfrentamento da pandemia
Também disponibilizou R$ 274 milhões para ações contra o coronavírus, recursos do Ministério da Educação (MEC) liberados pela Ebserh de acordo com a necessidade e urgência de cada unidade hospitalar. A verba está sendo utilizada em adequação da infraestrutura, aquisição e manutenção de equipamentos, compra de medicamentos e outros insumos, além de equipamentos de proteção individual.
Em algumas regiões, as unidades da Rede Ebserh têm atuado como hospitais de referência ao enfrentamento do Covid-19, enquanto que em outras, atuam como retaguarda em atendimentos assistenciais para a população, por meio do Sistema Único de Saúde.