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SEMINÁRIO
Mortalidade materna e perinatal no centro de debate científico na MCO-UFBA
Salvador (BA) – A morbimortalidade materna é um indicador da qualidade da assistência à saúde da mulher. Altas taxas podem indicar desde desigualdades sociais a falhas nos serviços de saúde. Com o objetivo de compartilhar conhecimento científico sobre a atuação profissional, como identificação precoce, vigilância e educação permanente, a Maternidade Climério de Oliveira (MCO-UFBA) realizou, no último dia 11, o I Seminário sobre Mortalidade Materna e Perinatal. O evento aconteceu em formato híbrido, com atividades síncronas no auditório da Maternidade e por meio da Plataforma Teams.
Profissionais, residentes e estudantes da área da saúde puderam discutir temáticas como racismo obstétrico, qualificação do preenchimento da declaração de óbito, discussão de casos, dentre outras. O chefe da Unidade de Centro Obstétrico e Processamento de Material Estéril da MCO-UFBA, o enfermeiro Leonildo Severino da Silva, foi um dos palestrantes. Ele falou sobre racismo obstétrico.
“O racismo obstétrico escancara um pouco da trajetória das mulheres negras. Então foi um pouco do que apresentei, o racismo como determinante social, como retardo assistencial. Temos um grupo de trabalho na MCO-UFBA para combater o racismo institucional, então também falei sobre as ações que a gente pretende adotar para mudar essa realidade”, disse.
O seminário integrou as duas principais comissões de óbito da Maternidade, a Comissão Hospitalar de Mortalidade Materna (CHMM) e a Comissão de Investigação de Óbito Perinatal (CIOP). A CHMM é a instância institucional responsável pela investigação das mortes maternas e dos casos de near miss materno (situação de quase morte) e Condições Potencialmente Ameaçadoras de Vida (CPAV). Já a CIOP investiga e monitora a ocorrência dos óbitos fetais, infantis e perinatais da MCO.
“A Comissão de Mortalidade Materna” foi fundada em 2000 e investiga os óbitos maternos. Aqui na Maternidade ela também acompanha pacientes com near miss materno, que são todas aquelas pacientes que sofreram complicações graves durante a gestação/parto ou até 42 dias após a gravidez e morreram. É um indicador importantíssimo da qualidade da assistência obstétrica”, afirmou a presidente da comissão, Márcia Ferreira.
Para a superintendente da MCO-UFBA, Sinaide Coelho, foi uma manhã que trouxe para discussão o aspecto da temática não só do país, mas no contexto da maternidade, também protagonista neste cenário de redução da mortalidade materna e perinatal.
“Estamos discutindo indicadores e, mais do que isso, ações que estamos desenvolvendo para combater essa realidade. Precisamos refletir sobre as variáveis que envolvem os determinantes para esse tipo de morbidade. Diante disso, precisamos refletir sobre a instituição de comissões e, e mais do que isso, de programas específicos de qualificação de profissionais para que possamos, realmente, atuar de forma efetiva na qualidade da assistência conforme as necessidades dessa população”, afirmou.
Sobre a Ebserh
A MCO-UFBA faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação e revisão: Luna Normand