Prematuridade é desafio de saúde pública e o HUPAA reforça a importância do olhar integrado de profissionais e famílias

Maceió (AL) – No Brasil, cerca de 12% dos nascimentos ocorrem antes das 37 semanas de gestação, o que equivale a aproximadamente 300 a 340 mil bebês prematuros por ano, segundo o Ministério da Saúde. Para marcar o Novembro Roxo, mês de conscientização sobre a prematuridade, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA-Ufal), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), reforça ações voltadas ao cuidado, ao acolhimento e à atenção especializada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para a chefe da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN/HUPAA), enfermeira neonatologista Anne Laura Costa, a prematuridade segue sendo um grande desafio de saúde pública, pois exige vigilância constante e atuação integrada da equipe multiprofissional. “Entre os principais desafios estão a instabilidade clínica decorrente da imaturidade orgânica, o risco elevado de infecções e eventos adversos relacionados a dispositivos”, destacou.

Um bebê é considerado prematuro quando nasce antes de completar 37 semanas de gestação. Conforme a idade gestacional, são classificados como extremamente prematuros (menos de 28 semanas), muito prematuros (entre 28 e 31 semanas) e moderados (entre 32 e 36 semanas). Quanto menor a idade gestacional, maior a complexidade do cuidado.

De acordo com Anne Laura Costa, há alguns protocolos que o HUPAA implementou para garantir “começos saudáveis” aos prematuros. “Fazemos reanimação e estabilização qualificadas na sala de parto, com controle rigoroso de temperatura, redução de ruído e luz, manuseio mínimo e posicionamento adequado, método Canguru e presença ativa da família, segurança no uso de dispositivos invasivos, promoção do aleitamento e nutrição adequada e suporte respiratório seguro”, enumerou.

No HUPAA-Ufal, a UTI Neonatal (UTIN) dispõe de 10 leitos de terapia intensiva, 10 de cuidados intermediários convencionais e 5 leitos de cuidados intermediários tipo canguru. O hospital prioriza o Método Canguru, que incentiva o contato pele a pele entre bebê e pais, fortalecendo o vínculo afetivo e contribuindo para o ganho de peso, a estabilidade clínica e o desenvolvimento neurológico. O cuidado é multiprofissional, envolvendo neonatologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e farmacêuticos clínicos.

Cuidado Multiprofissional

O nascimento prematuro costuma vir acompanhado de medo, ansiedade e incertezas. Na UTI Neonatal do HUPAA-Ufal, o trabalho da equipe multiprofissional é fundamental no apoio às famílias. Além disso, a equipe trabalha numa perspectiva do cuidado integral e humanístico, com foco na prevenção de infecção e na promoção a saúde dos bebês.

Para Fayruz Helou, psicóloga da UTIN/HUPAA, o cuidado da equipe é voltado para o desenvolvimento do bebê. “O objetivo é facilitar o estabelecimento do vínculo afetivo dos pais com o recém-nascido, favorecendo o desenvolvimento neuroafetivo do bebê. Proporcionando este espaço de escuta e acolhimento, nós conseguimos amenizar os danos causados pelo estresse que a experiência de prematuridade pode causar”, avaliou.

Uma campanha global pela esperança

O Dia Mundial da Prematuridade, celebrado em 17 de novembro, é uma das maiores campanhas globais de saúde pública, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por entidades de diversos países. Em 2025, o tema “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes” reforça a importância de oferecer aos prematuros um início de vida com cuidado especializado, humanizado e contínuo, desde os primeiros momentos após o nascimento, passando pela internação na UTI neonatal, até o seguimento nos primeiros anos de vida.

A cor roxa, símbolo da campanha, representa a sensibilidade e individualidade características dos bebês prematuros. O roxo também simboliza transformação e renovação, justamente pelo caminho que essas crianças percorrem ao nascer antes do tempo, marcado pela superação e pelo crescimento desses “pequenos guerreiros”.

Sobre a Ebserh

O HUPAA-Ufal faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

Por Elenita Araujo e Suzana Gonçalves

Coordenadoria de Comunicação Social/ Ebserh