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No mês alusivo à redução da mortalidade materna, HULW intensifica ações de capacitação sobre o tema
Em 2021, a mortalidade materna no Brasil alcançou o índice de 117,4 mortes a cada 100 mil nascidos vivos. Na Paraíba, a situação foi ainda mais alarmante com 126,7 registros no grupo de 100 mil nascidos vivos, colocando o Estado como o quarto do Nordeste com maior número de óbitos. Conhecendo a importância de ações para a redução desses números, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh/MEC) vem promovendo eventos visando à capacitação das equipes assistenciais.
Uma delas aconteceu no último dia 15, com abordagem na atualização do manejo clínico da hemorragia pós-parto. A palestra foi ministrada pela médica obstetra do HULW Aureliana Barboza, que atua como instrutora da Estratégia Zero Morte Materna, iniciativa do Ministério da Saúde para treinar profissionais em todo o país. A mortalidade materna está ligada a complicações no parto, na gravidez e no puerpério (resguardo ou quarentena) em relação aos nascidos vivos.
Os números de 2021 mostram um crescimento em relação a 2019, ano em que o Brasil registou um índice de 55,3 óbitos no grupo de 100 mil nascidos vivos. “As razões para o aumento podem estar presentes no pré-natal, parto e pós-parto. No primeiro, podemos citar a dificuldade de acesso ao acompanhamento, e a não valorização de alterações nos níveis pressóricos e de anemia. No parto, citamos a ocorrência de altas taxas de cesarianas e de práticas obstétricas não baseadas em evidências. Por fim, no pós-parto, as razões estão na ausência de profilaxia para hemorragia pós-parto (HPP) e na falta de monitorização das pacientes”, apontou Aureliana Barboza.
“A Unidade de Saúde da Mulher do HULW, engajada com este tema, vem promovendo ações que visam educar e treinar a equipe assistencial, como é o caso do curso de Near Miss materno que discutiu as estratégias para identificar e abordar doenças maternas graves. Além disso, a unidade vem implementando protocolos assistenciais e Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) relacionados às principais causas de morte materna como hemorragia, sepse e tromboembolismo, estando o protocolo de hipertensão já em fase final de construção”, informou a chefe da Unidade de Saúde da Mulher, Renata Gadelha.
A redução da mortalidade materna é um desafio global aos sistemas de saúde e está entre as pautas da Organização das Nações Unidas (ONU) a qual prevê, entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a redução no número global de casos. “A ONU estabeleceu como ODS reduzir até 2030 a Razão de Mortalidade Materna para menos 70 mortes por 100.000 nascidos vivos”, acrescentou Aureliana.
Mês de sensibilização
28 de maio é o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A data é dedicada a promover debates públicos sobre o problema das mortes maternas e sobre os direitos das mulheres gestantes. Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade materna é um importante indicador da qualidade de saúde ofertada para as pessoas e é fortemente influenciada pelas condições socioeconômicas da população. Em média, 40% a 50% das causas podem ser consideradas evitáveis, por isso o destaque para a importância da atenção pré-natal e puerperal para garantia do bem-estar materno e fetal.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB) faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Jacqueline Santos - Jornalista