Workshop sobre Autismo promove acolhimento, resiliência e estratégias para atender pacientes

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem sido cada vez mais debatido na sociedade, impulsionado pelo acesso à informação e pela ampliação do conhecimento científico sobre o tema. Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o diagnóstico do TEA deve ser realizado preferencialmente nos primeiros anos de vida, antes dos 3 anos, possibilitando um acompanhamento mais eficaz.

Com o aumento da demanda por atendimento a pacientes autistas, o Núcleo de Educação Permanente (NEP) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HU-UFS/Ebserh), promoveu, na última sexta-feira (14), o workshop Cuidando de quem cuida do autismo: acolhimento, resiliência e estratégias para superar desafios”.

Segundo a enfermeira do NEP, Maria Josiene Teles, a capacitação surgiu da necessidade de preparar a equipe assistencial para lidar com pacientes neurodivergentes. “Dentro da programação anual do NEP, incluímos alguns temas necessários, entre eles, o autismo, pois a pediatria do Hospital está recebendo muitos pacientes autistas e desejamos que as equipes conheçam estratégias de saber lidar com eles. Então, como membro do NEP e responsável pelo planejamento de capacitações na área da enfermagem (Divisão de Enfermagem), convidei a colega Cátia, que tem expertise na área de autismo, para palestrar sobre o tema”, contextualiza a profissional.

Uma abordagem humanizada para o atendimento ao TEA

Servidora da enfermagem no HU-UFS e mãe atípica, Cátia dos Santos é especialista em saúde mental e neurociência comportamental. Sua experiência pessoal com o filho autista, atualmente com 19 anos, motivou sua trajetória acadêmica e profissional, levando-a a desenvolver estratégias para equilibrar o cuidado ao paciente e o autocuidado dos profissionais e familiares.

O workshop abordou a importância do acolhimento adequado, evitando gatilhos que possam desencadear crises nos pacientes durante o atendimento. Além disso, foram apresentadas diretrizes da saúde pública brasileira para orientar os profissionais na assistência às famílias.

Outro ponto central da capacitação foi a realização de dinâmicas em grupo, que ajudaram os participantes a compreender a rotina e os desafios enfrentados por quem cuida de pessoas com TEA. Essa abordagem contribuiu para reduzir fatores estressores no ambiente de trabalho, promovendo um atendimento mais seguro e humanizado.

Autocuidado e prevenção da sobrecarga emocional

Além do atendimento ao paciente, o workshop destacou a importância do autocuidado dos profissionais, fator importante para prevenir impactos psicológicos, como a síndrome de burnout. “Os profissionais precisam dar importância no cuidar de si. Estar bem-preparado com estratégias para não ser sobrecarregado devido a esse aumento de pacientes com TEA”, enfatizou Cátia. Os participantes do evento receberam um certificado de 4 horas de participação, enviado diretamente para o e-mail funcional cadastrado no dia do workshop.