HU-UFPI realizou dois dias de mutirão com serviços voltados à saúde da mulher

Teresina (PI) – O Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), promoveu uma ampla mobilização de atendimentos em alusão ao Outubro Rosa na sexta-feira (24) e sábado (25). A programação contemplou procedimentos, consultas, exames, ações educativas e de apoio emocional. Os atendimentos foram realizados com pacientes que aguardavam nas filas da regulação.

Na sexta-feira (24), foram realizadas 16 sessões de radiofrequência vaginal em mulheres em tratamento oncológico. Enquanto aguardavam o atendimento, as usuárias participaram da palestra “Exercício na oncologia e prevenção de doenças cardiovasculares”, ministrada pela fisioterapeuta Laís Almeida. No sábado (25), foram realizados 13 exames de mamografia, 13 coletas de citologia oncótica, 30 histeroscopias diagnósticas e 22 consultas em mastologia. Além dos atendimentos, a programação também contou com atividades na sala de espera: a enfermeira estomaterapeuta Maria Lailda de Assis Santos abordou o uso de pessários vaginais (suportes de sustentação) utilizados no tratamento do prolapso genital (queda do útero), enquanto a professora Mara Jordana Magalhães Costa, da UFPI, conduziu uma aula de alongamento funcional. O acolhimento emocional também foi uma prioridade nos dois dias, com atendimentos psicológicos oferecidos após as consultas e exames, conduzidos pela psicóloga Laís Arilo.

Segundo a chefe da Unidade de Atenção à Saúde da Mulher, Michelle Rodrigues, o evento foi pensado tanto para reforçar a detecção precoce do câncer, quanto para o cuidado integral. “Essa ação do Outubro Rosa em nosso serviço teve o objetivo de ampliar a discussão e a integração sobre os cuidados com a saúde feminina. Foi um momento de estimular que a mulher olhe para si e aumente os cuidados, tanto da questão alimentar, mental e atividade física que entram como grandes aliados na prevenção primária dos cânceres de uma forma geral”.

Sobre o procedimento de radiofrequência vaginal, Michelle afirmou que o HU-UFPI é pioneiro, entre os hospitais públicos, a disponibilizar esse tipo de assistência às pacientes oncológicas. “É um tratamento de alta relevância mundial e que serve para síndrome genitourinária, e sabemos que nas pacientes oncológicas essa síndrome é mais intensa e impacta mais a qualidade de vida. É um tratamento indicado para as mulheres que sentem ressecamento vaginal, dificuldade na lubrificação, infecção urinária de repetição, e incontinência urinaria relacionada a uma baixa estrogênica, que tenham ou não vida sexual ativa”, explicou.

A residente Laís Guimarães, do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, participou da ação e sua pesquisa de conclusão de curso em andamento é sobre este procedimento. O título de seu trabalho é: “Avaliação do uso de radiofrequência fracionada microablativa isoladamente e associada a creme vaginal com ácido hialurônico para tratamento da síndrome geniturinária da menopausa”, orientada pela professora Jussara Nunes. “São pacientes que não podem usar o creme vaginal hormonal e temos como alternativa este tratamento para melhorar a qualidade de vida”, reforçou a residente.

Entre as pacientes em tratamento de câncer de mama que compareceram na sexta-feira (24), a servidora pública Rosimar Cabral, de 66 anos, disse que o incômodo que sente é o ressecamento vaginal, e que ficou satisfeita ao ser convocada para a radiofrequência. “Acho o atendimento aqui muito bom, tudo bem organizado”. Já a paciente Mauricélia Araújo, de 39 anos, compartilhou a expectativa com o procedimento: “Sinto muito ressecamento e desconforto. Às vezes, dor ao urinar e dificuldade na relação. Estou com esperança de me sentir melhor”, contou.

Também como uma ação da Unidade de Saúde da Mulher, no dia 22 de novembro já estão programadas oito cirurgias de reconstrução mamária em mulheres previamente tratadas contra o câncer de mama, em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Piauí.

Sobre a Ebserh

O HU-UFPI faz parte da Rede Ebserh desde 2012. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

 Por Marília Rêgo, com apoio de Maria Carvalho