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Ossos temporais impressos em 3D são utilizados em treinamentos de cirurgias otológicas no CH-UFC
Fortaleza (CE) – O Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), está promovendo inovações tecnológicas para o ensino e a assistência! Os residentes médicos em Otorrinolaringologia têm vivenciado treinamentos no Centro de Simulação Realística da Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) para cirurgias no ouvido, também chamadas de otológicas, com um diferencial: a utilização de ossos temporais em resina, impressos em 3D na própria GEP. Essa prática já tem sido realizada há dois anos e os protótipos serão patenteados futuramente.
Os ossos temporais são um par de ossos localizados nas laterais esquerda e direita do crânio, com ligação muscular e articular com outros ossos e engloba as orelhas externas, média e interna, explica o professor da UFC e coordenador do Ambulatório de Diagnóstico, Habilitação e Reabilitação Auditiva do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Marcos Rabelo. As peças em 3D deste tipo ósseo possuem características anatômicas de consistência e tamanho similares aos reais. “A partir da imagem tomográfica, trabalhamos a peça com as medidas exatas de um paciente. Nestes ossos impressos, temos a possibilidade de inserir estruturas anatômicas importantes, como os nervos facial e vestíbulo-coclear”, descreveu o especialista. Antes, o estudo era feito com peças de cadáveres doados ao ensino acadêmico.
Com esses treinamentos, os residentes, então, se preparam para realizar a cirurgias em pacientes, que são feitas sob supervisão dos seus preceptores. “Essa etapa de simulação realística é fundamental para que os profissionais residentes cheguem ao procedimento cirúrgico com segurança e com o conhecimento das técnicas”, ressaltou Marcos Rabelo.
No terceiro ano da residência em Otorrinolaringologia, os residentes Joana Cysne e Saulo Timbó, os dois com 27 anos, mencionaram que a simulação tem contribuído para aperfeiçoar diferentes habilidades neste tipo de cirurgia. Joana relatou que são desenvolvidas a destreza, a tomada de decisão e a resolução de problemas em situações que se assemelham à prática real. “A combinação entre inovação tecnológica e ensino prático prepara os profissionais de saúde de forma mais completa e segura, beneficiando diretamente a qualidade do atendimento prestado aos pacientes”, destacou ela. Saulo complementou afirmando que a possibilidade de treinamento com dissecção (separação das partes) na peça sintética do osso temporal “nos traz a segurança de explorar todos os desafios em que nos deparamos durante a cirurgia otológica, aprimorando as habilidades cirúrgicas e a destreza que esse procedimento exige”.
Tino Marques, de 27 anos, médico residente do quarto ano de Otorrinolaringologia, também refletiu que a utilização de tecnologia de impressão 3D é essencial para a preparação dos médicos especialistas em formação. “Permite a prática da dissecção em modelos anatômicos detalhados, uma abordagem que reduz e otimiza a curva de aprendizagem ao proporcionar um ambiente seguro e controlado, onde se pode repetir procedimentos sem riscos para os pacientes”.
Sobre a Ebserh
O CH-UFC faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto apoiam a formação de profissionais de saúde, além de fomentar o desenvolvimento de pesquisas e inovação na área.
Por Marília Rêgo
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh