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Humap inaugura Centro de Processamento Celular, Bunker de Radioterapia e Unidade de AVC
Na manhã desta sexta-feira (20/08), o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS/Ebserh), inaugurou o Centro de Processamento Celular (CPC), o bunker da Radioterapia e a Unidade de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O evento contou com a presença de diversas autoridades federais, estaduais e municipais, como o governador Reinaldo Azambuja; a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo; o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende; o presidente da Ebserh, Oswaldo de Jesus Ferreira; o reitor da UFMS, Marcelo Turine; e servidores da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), Ministério da Saúde, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas do Estado, Cassems, Hospital do Câncer, entre outros.
Além dos esforços da gestão do Humap e da UFMS para a concretização do CPC, bunker e Unidade de AVC, foram fundamentais os esforços da Ebserh na contratação de profissionais altamente especializados.
CPC
O Centro de Processamento Celular (CPC) do Humap-UFMS/Ebserh foi o último centro implantado no Brasil. A Rede BrasilCord conta agora com 16 Bancos Públicos de Sangue de Cordão e tem o objetivo de diversificar o material genético disponível para transplantes de medula óssea e facilitar a localização de doadores compatíveis em todo o território nacional.
A princípio, Campo Grande receberia um Banco de Sangue Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP), que funcionaria junto à Rede Hemosul, sendo que as tratativas aconteciam desde o ano de 2011. No entanto, durante audiência pública, o Governo do Estado manifestou a impossibilidade de dar continuidade ao projeto e foi oferecida à UFMS a possibilidade de trazer o BSCUP para nossa instituição, que já desenvolvia pesquisa em terapias celulares.
Em abril de 2018 foi firmado o convênio entre a Fundação Ary Frauzino e o Humap, para a execução do projeto da Rede BrasilCord. O projeto financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), consistia na implantação do BSCUP em Campo Grande e, depois, com as mudanças nas normas, o projeto foi modernizado, dando origem ao Centro de Processamento Celular a um custo de aproximadamente R$8.000.000,00 (oito milhões de reais).
O CPC está pronto para realizar o processamento e a criopreservação de células tanto hematopoiéticas quanto mesenquimais. Este é um dos nossos maiores diferenciais.
No que diz respeito às células-tronco mesenquimais, as fontes são diversas, mas a nossa experiência permite o processamento imediato de células do tecido adiposo, da polpa dentária, do cordão umbilical e da medula óssea.
As células-tronco hematopoiéticas são indicadas para pacientes com leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune e as células-tronco mesenquimais são indicadas para pacientes com doenças que não possuem um tratamento padrão ouro na medicina tradicional. Neste sentido, estamos estudando a viabilidade de oferecer o transplante de medula óssea no Humap-UFMS/Ebserh, otimizando o atendimento aos pacientes do estado de Mato Grosso do Sul e região.
As pesquisas clínicas indicam o uso das mesenquimais para terapias para diversas doenças, incluindo tratamentos estéticos e reparadores. Alguns destes tratamentos já foram desenvolvidos no âmbito do Humap-UFMS/Ebserh, como: Doença de Crohn (doença autoimune), doenças inflamatórias intestinais – fístulas perianais, artrite, reconstrução de cartilagem, Osteoartrite e tendão de Aquiles roto. Também já foram desenvolvidas pesquisas em modelos pré-clínicos para doenças renais, lesões na medula espinal, lesões ósseas e tendinites, que trazem uma ótima perspectiva para o desenvolvimento destes tratamentos em humanos.
Além das inúmeras possibilidades de tratamentos inovadores, a partir do funcionamento do CPC, e considerando as características genéticas do povo sul-mato-grossense, haverá um importante incremento na diversidade de material genético disponível para transplantes de medula óssea.
Sendo um serviço financiado e executado com recursos públicos, também houve apoio para a formação da equipe técnica altamente qualificada pronta para atender as necessidades da assistência no Humap-UFMS/Ebserh e apoiar outros hospitais. As tecnologias aqui desenvolvidas podem ser transferidas para as outras instituições da rede. Nosso serviço também está aberto para acolher pesquisa e inovação e acordos de cooperação com outros serviços e setores, sempre em benefício da sociedade, respeitando os padrões éticos e os princípios da administração pública.
“O CPC do Humap vem coroar nossa missão, que é ensinar para transformar o cuidar. E valorizar o Humap como uma instituição que, além de oferecer assistência à saúde, tem como missão a formação de profissionais altamente qualificados e o desenvolvimento de pesquisas de ponta e de vanguarda em benefício da nossa sociedade”, afirma o superintendente do Humap, Cláudio César da Silva.
Bunker de Radioterapia
Há mais de 10 anos os serviços de radioterapia do Humap-UFMS/Ebserh estão parados por falta de equipamentos e de profissionais.
O bunker, que conta com um acelerador linear para radioterapia, faz parte do Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), desenvolvido pelo Governo Federal em 2012.
O Plano prevê a implantação de 80 soluções de radioterapia, contemplando equipamentos e infraestrutura, bem como a utilização do poder de compra do estado como instrumento para internalizar tecnologia e criar alternativas comerciais que possibilitem o fortalecimento e o desenvolvimento industrial, com o intuito de reduzir a dependência tecnológica do país.
Em maio 2012, por meio da Portaria nº 931, o Ministério da Saúde estabeleceu os critérios para implantação dessas 80 soluções e em dezembro de 2013 foi firmado um contrato com a empresa Varian Medical Systems para elaborar os projetos de construção dos espaços para instalação dos equipamentos e fornecimento dos aceleradores lineares.
Em dezembro de 2018, a direção do Humap-UFMS/Ebserh assinou a ordem de serviço, em cerimônia que contou com a presença do governador do estado de MS, Reinaldo Azambuja; do gerente de projetos do Ministério da Saúde, Ronan Cabral Teixeira; do reitor da UFMS, Marcelo Santos Turine, além do superintendente do Humap, Cláudio César da Silva, e gerentes do Hospital.
“Estivemos aqui para assinar a ordem de serviço do bunker da radioterapia e hoje para inaugurar esse serviço que é essencial para a população de Campo Grande e de todo o Estado de Mato Grosso do Sul. Quero agradecer toda colaboração e esforços dos profissionais do Humap na assistência à saúde da nossa população”, ressalta o governador Reinaldo Azambuja.
O bunker ocupa espaço físico de 210m² e custou um valor total de R$ 5.341.583,00, sendo R$ 2.741.347,73 investidos na obra, R$ 2.451.438,10 no equipamento (acelerador linear), R$ 16.698,47 no projeto, e R$ 132.098,70 na fiscalização. Todos os recursos foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
Após a inspeção do a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Vigilância Sanitária, 20 novos pacientes serão atendidos por mês no bunker da radioterapia.
“O bunker da radioterapia vai garantir atendimentos de qualidade à população e também proporcionará avanços à pesquisa e ao ensino dos acadêmicos e residentes”, diz o reitor da UFMS, Marcelo Turine.
Unidade AVC
A Unidade de AVC teve início em maio de 2019, como projeto-piloto. No primeiro ano de funcionamento, entre maio de 2019 e maio de 2020, foram atendidos 286 pacientes. Destes, 73% (209 pacientes) com AVC isquêmico. Dos 209 pacientes, 23% receberam medicação trombolítica (48 pacientes). No Brasil, a média de pacientes com AVC que consegue chegar a tempo de serem medicados é de 3 a 4%.
O tempo médio da entrada do paciente no Humap-UFMS/Ebserh até a realização da tomografia é de 15,8 minutos. Já o tempo médio da entrada no hospital até receber a medicação é de 27 minutos.
Entre julho de 2020 e janeiro de 2021 foram 170 pacientes, sendo que destes, 30 conseguiram receber o tratamento trombolítico. De todos os pacientes atendidos, 49% conseguiu realizar tomografia computadorizada de crânio dentro dos primeiros 25 minutos de atendimento e 86% conseguiu receber a medicação (alteplase) dentro da primeira hora de atendimento.
Recentemente a Unidade de AVC conseguiu autorização do Ministério da Saúde para funcionar não mais como projeto-piloto, e está aguardando publicação no Diário Oficial da União para começar a receber recursos federais. Anteriormente, como projeto-piloto, o funcionamento da Unidade estava sendo bancada com recursos próprios do Humap-UFMS/Ebserh.
“É muito gratificante para nós, da Ebserh, ver as obras sendo concluídas e inauguradas, poder auxiliar os hospitais universitários federais a melhorarem em termos estruturais e humanos, com o objetivo de poder atender a todos os brasileiros com mais eficiência e humanização”, destaca o presidente da Ebserh, Oswaldo de Jesus Ferreira.
Sobre a Rede Hospitalar Ebserh
O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, a os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.