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HUB integra estudo nacional que mapeia o genoma do câncer de mama no SUS
O HUB é uma das instituições envolvidas na pesquisa “Onco-Genomas Brasil – Mapeamento do Câncer de Mama e de Próstata no SUS” (Foto: Freepik)
Brasília (DF) – O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh) está participando de uma pesquisa para entender o câncer em nível genético. Intitulada “ Onco-Genomas Brasil – Mapeamento do Câncer de Mama e de Próstata no SUS”, a pesquisa, conduzida pelo Hospital Moinhos de Vento no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e outros 19 centros de diferentes regiões, tem como objetivo realizar o sequenciamento genômico germinativo e somático de pacientes atendidos pelo SUS.
Nesse sentido, no HUB o estudo fará o mapeamento do perfil genético de doenças de câncer de mama. “[A pesquisa] busca identificar alterações genéticas relevantes para diagnóstico, prognóstico, predisposição hereditária e potenciais alvos terapêuticos. É um passo fundamental para consolidar a medicina de precisão no Brasil”, explica Gabriel Pereira, Responsável Técnico (RT) em Oncologia Clínica e pelo estudo no hospital.
Banco de dados genômicos
A construção de um banco representativo da população brasileira será um importante legado do estudo, o que se mostra ainda mais relevante levando em consideração que a população brasileira é marcada por alta diversidade genética, o que exige análises específicas para garantir diagnósticos e tratamentos mais precisos. A partir desses dados, será possível aprimorar protocolos clínicos, orientar políticas públicas de prevenção e rastreamento.
“A participação do HUB como centro subinvestigador permite incluir a diversidade do Centro-Oeste nesse banco, reduzindo desigualdades regionais”, observa Gabriel Pereira.
O estudo também investiga informações sobre ancestralidade, considerando componentes europeus, africanos, indígenas e outros. Esse recorte possibilita identificar variantes genéticas típicas da população brasileira e evitar erros oriundos da utilização de dados estrangeiros como referência. Com isso, estratégias de prevenção e tratamento poderão ser ajustadas ao perfil genômico nacional.
Participação do HUB
Como centro subinvestigador, o HUB está contribuindo com a inclusão estimada de 10 a 15 pacientes, que somam-se ao conjunto de voluntários recrutados nacionalmente. O hospital não é o único centro do estudo, mas é um dos mais relevantes no Centro-Oeste, reforçando sua posição estratégica na pesquisa em oncologia e genômica.
Atualmente, o projeto está em fase ativa de recrutamento, coleta de amostras e sequenciamento, com previsão de continuidade até 2026. Parte das análises preliminares já está em andamento, embora os resultados finais ainda não tenham sido publicados.
Impactos esperados
No Distrito Federal (DF), a participação no Onco-Genomas Brasil pode ampliar a capacidade local em medicina de precisão, fortalecendo a expertise do HUB nessa área. Além disso, o estudo também contribuirá com a capacitação dos envolvidos como menciona Jucileia Rezende, chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e da Inovação Tecnológica em Saúde do HUB.
“A equipe vai poder participar de um bom treinamento ter acesso a discussões relacionadas a mapeamentos genéticos. Nós hoje não temos esse serviço no HUB, ele é feito em parceria com a Secretaria de Saúde do DF”, diz Jucileia. “Então, cada vez mais ter profissionais treinados, conhecendo esses resultados, podendo discutir, ter a equipe de Enfermagem que está acompanhando, facilita bastante”.
Percepções também apontadas por Gabriel Pereira. “Espera-se que o estudo fortaleça a capacidade do HUB em medicina de precisão, ampliando expertise local em genética oncológica e aconselhamento. Para o DF, os dados podem subsidiar políticas de rastreamento mais eficazes, orientar decisões terapêuticas baseadas em genômica e melhorar o acesso a testes genéticos pelo SUS”, destaca o RT.
Sobre a Ebserh
O HUB-UnB faz parte da Rede Ebserh desde janeiro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Edição e revisão: Elizabeth Souza