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HC-UFG promove ações da campanha “Faça Bonito” no enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes
O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou, na última semana (26 a 30), uma série de atividades alusivas à campanha nacional “Faça Bonito – Proteja nossas Crianças e Adolescentes”. A mobilização integra as ações do “Maio Laranja”, mês de conscientização e combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, em referência ao 18 de maio, data nacional de enfrentamento desse tipo de violência.
A programação do HC-UFG teve início no dia 26 de maio com o workshop “Faça Bonito – Como atuar diante da violência infantil?”, voltado a profissionais da saúde. Ministrado pela professora Marta Maria Alves da Silva, clínica geral e sanitarista, o evento apresentou orientações práticas sobre o preenchimento da ficha de notificação da violência e discutiu estratégias de atuação intersetorial. A atividade contou com a parceria da Faculdade de Psicologia da UFG e foi realizada no auditório da Faculdade de Odontologia da UFG.
Nos dias 28, 29 e 30 de maio, foram promovidas diversas ações no ambulatório de pediatria e nas enfermarias do hospital, com destaque para atividades com crianças e seus familiares, além da socialização do Protocolo Clínico de Atenção às Crianças e Adolescentes em Situação de Violência. O protocolo foi discutido em encontros com trabalhadores das equipes de enfermagem e dos setores multiprofissionais, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre os fluxos de atendimento e fortalecer a atuação conjunta frente a casos suspeitos ou confirmados de violência sexual.
Segundo a médica Marta da Silva, coordenadora da elaboração do protocolo no HC-UFG, a violência sexual infantil é caracterizada por qualquer forma de exploração da sexualidade de crianças e adolescentes, independentemente de deixar marcas físicas. “A observação de alterações comportamentais, como agressividade sexual, conhecimento sexual inadequado para a idade, infecções sexualmente transmissíveis e gravidez precoce, pode indicar um possível caso de violência”, explica.
Marta ressalta que o atendimento às vítimas no HC é feito por uma equipe multiprofissional, com médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros, e que os casos são, obrigatoriamente, notificados aos órgãos competentes. “O atendimento de crianças e adolescentes em situação de violências deve ser feito de forma intersetorial, sendo o setor saúde um dos pontos de cuidado e proteção, mas que deve fazer parte de uma rede de atenção e proteção, onde outros atores têm um papel fundamental, a exemplo da educação, assistência social, conselhos tutelares, Ministério Público, Defensoria Pública, Juizados e Delegacias da Infância e Juventude”, afirma.
A sanitarista reforça a importância da educação sexual nas escolas e da desconstrução de valores machistas para prevenir esse tipo de crime. “Discutir gênero nas escolas, contribui para a prevenção de violências sexuais contra crianças e adolescentes, pois descontrói a cultura do machismo, que traz o sexo feminino como inferior, frágil, e o sexo masculino como forte e opressor”, conclui.
A chefe da Unidade da Criança e do Adolescente do HC-UFG, Lusmaia Damaceno Camargo Costa, também destacou a importância da campanha como momento de alerta e mobilização contra a violência sexual infantil. “Nosso objetivo foi divulgar amplamente, tanto para as equipes quanto para os pacientes e seus familiares, a importância de não tolerarmos qualquer tipo de violência contra crianças e adolescentes. Falamos sobre os sinais de suspeita, sobre como e onde denunciar, como o Disque 100, e reforçamos que existe um protocolo clínico no hospital disponível na intranet, orientando os profissionais sobre os fluxos de atendimento em casos suspeitos”, explicou.
Segundo Lusmaia, foram realizadas rodas de conversa com familiares nas salas de espera e enfermarias da pediatria, nas quais se discutiu a importância de proteger o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes. “Falamos sobre escutar as crianças, valorizar suas queixas e agir diante de qualquer suspeita. Também promovemos a divulgação do protocolo entre os profissionais da enfermagem e da equipe médica, e realizamos uma sessão clínica do Departamento de Pediatria com participação ativa de residentes, que produziram vídeos para as redes sociais e convidaram colegas a vestirem laranja ou amarelo como símbolo da campanha”, relatou. “Foi um evento produtivo, com grande envolvimento das famílias e profissionais, e que certamente contribuiu para o fortalecimento da rede de proteção”, concluiu.
Rede Ebserh
O HC-UFG faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Ana Beatriz Milhomem (estagiária de Jornalismo) e revisão de Thalízia Ferreira (chefe da Unidade de Comunicação Regional 27).