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Pesquisa do Hospital de Brasília recebe prêmio nacional
Pesquisa desenvolvida no Hospital Universitário de Brasília (HUB) recebeu reconhecimento nacional com premiação concedida pela Sociedade Brasileira de Reumatologia. O trabalho, desenvolvido por um estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), instituição à qual o hospital é vinculado, envolveu a participação de 30 pacientes. O HUB é um dos 46 hospitais universitários federais do país.
A premiação, que destaca o melhor trabalho científico realizado no país por reumatologistas no biênio dos dois anos anteriores, foi concedida no último dia 19 de setembro, em Vitória (ES). Para Maria Imaculada Muniz Junqueira, professora da área de Imunologia da Faculdade de Medicina da UnB e orientadora da pesquisa, trata-se de uma recompensa muito importante. "É o reconhecimento da qualidade dos trabalhos realizados no HUB e na UnB".
Licia Maria Henrique da Mota, reumatologista do hospital e co-orientadora do estudo também comemorou. "É importante porque se trata do principal prêmio da reumatologia no Brasil. Acho que ele traz um incentivo, um reconhecimento para a pesquisa da UnB. Dificilmente trabalhos de fora de grandes instituições como as universidades de São Paulo são premiadas. Então, é uma grande honra e um grande incentivo para nós", afirma.
O trabalho, realizado por Marcelo Bogliolo Piacanstelli de Siqueira, aluno de iniciação científica do 11º semestre do curso de Medicina, tratou da tese "Hiperativação do sistema imunitário inato na artrite reumatoide inicial relacionada aos autoanticorpos fator reumatoide e anti-peptídeos citrulinados cíclicos".
A co-orientadora conta que o grupo assistido no estudo faz parte de um conjunto de 100 pacientes diagnosticados há menos de um ano com artrite reumatoide. "Há nove anos, fazemos acompanhamento com os grupos. Esse trabalho serviu para uma série de pesquisas, inclusive minha tese de doutorado, e agora para a pesquisa premiada", conta.
Licia diz ainda que os pacientes da pesquisa são acompanhados desde o diagnóstico. "Nós fazemos todas as avaliações clínicas, radiográficas e sorológicas ao longo do tempo. Eles são acompanhados em um protocolo bem rígido e específico, cujo objetivo é conseguir uma melhora e uma redução dos sintomas", afirma.
Esse acompanhamento é bastante elogiado pela professora Imaculada. "Os pacientes são muito bem acompanhados e os resultados muito controlados. Por isso foi possível fazer um trabalho de qualidade e que mereceu a premiação", elogia. De acordo com Imaculada, Shirley Claudino Pereira Couto, bióloga e técnica do Laboratório de Imunologia Celular da UnB, desenvolveu a parte experimental da pesquisa.
Pesquisa - De acordo com Siqueira, o intuito do trabalho é ajudar a esclarecer um pouco a fisiopatologia da artrite reumatoide e como ela resulta nas manifestações clínicas dos pacientes. O que, segundo ele, não é um assunto muito esclarecido na literatura vigente até o momento.
"Ainda existem muitas lacunas a serem preenchidas quanto ao processo da doença. O que fizemos foi coletar sangue de todos os pacientes acompanhados no hospital, verificar os parâmetros de ativação da resposta imunitária deles e comparar com alguns outros marcadores da enfermidade. Cruzando esses dados, vimos uma correlação. Isso nos ajudou a esclarecer essa fisiopatologia, explicando o papel da resposta imunitária. Feito isso, o principal seria achar novos locais onde a medicação poderia atuar para modificar o curso da doença".
Como mérito do trabalho, o aluno destaca o fato de que por meio de exames simples e baratos, conclusões muito importantes, que podem dar origem a outras pesquisas, foram atingidas. Para Siqueira, o prêmio foi inesperado justamente pelo fato de a pesquisa ter competido com projetos de pós-graduação de todo o país. "Tem um valor enorme para mim, tanto na motivação para continuar pesquisando, quanto em currículo para ambições futuras", afirma.
Segundo Prêmio - Além do trabalho premiado, a professora Licia da Mota recebeu ainda o prêmio Edgard Atra, que é conferido ao reumatologista responsável pelo maior número de publicações na Revista Brasileira de Reumatologia nos últimos dois anos. "É um estímulo muito grande, porque aqui nós trabalhamos de forma isolada, com pouca cooperação na produção científica. Não somos pesquisadores, não recebemos para fazer pesquisa e sim para dar assistência. Fazemos tudo nos horários de folga, à noite, fim de semana. Conseguir atingir esse prêmio, não sendo pesquisador na definição do termo, é um grande estímulo e diferencial.
Os hospitais universitário federais são responsáveis pela formação de grande número de profissionais de saúde do país e cumprem papel fundamental na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que muitos são considerados de grande porte e têm perfil assistencial de alta complexidade.
Assessoria de Comunicação Social com informações da Assessoria de Comunicação do HUB