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SAÚDE PÚBLICA
Mitos e verdades sobre a tuberculose
Brasília (DF) – No dia 24 de março celebra-se o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 10,8 milhões de pessoas foram acometidas pela doença em todo o mundo, no último ano. No Brasil, além do alto número de casos, a tuberculose afeta principalmente populações vulneráveis, como pessoas em situação de rua, presidiários e pacientes com HIV.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tratamento para a doença pela da rede pública de saúde. Os hospitais universitários administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), possuem serviços de referência e especialistas para o atendimento aos usuários do SUS.
O médico infectologista Carlos Alberio, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), e a enfermeira Geisa Fregona Carlesso, do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes) e pesquisadora do Laboratório de Epidemiologia da Ufes, respondem sobre os mitos e verdades relacionados à tuberculose. Confira.
A tuberculose é uma doença do passado?
MITO. “A tuberculose é a doença infecciosa com maior número de mortes entre jovens e adultos, ultrapassando o HIV/AIDS. No Brasil são notificados aproximadamente 80 mil casos novos por ano”.
Todas as pessoas que se infectam por tuberculose adoecem?
MITO. “Estima-se que 10% das pessoas que se infectam com o bacilo da tuberculose desenvolvam a doença, 5 % nos primeiros dois anos após a infecção, e 5% tardiamente”.
A tuberculose se transmite pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros objetos?
MITO. “É uma doença transmitida pelo ar, de pessoa a pessoa, a partir da inalação de partículas muito pequenas (aerossóis) eliminadas por pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea). De forma geral, após 15 dias de tratamento adequado, elas já não são mais capazes de infectar outras pessoas”.
Tuberculose é uma doença do passado?
MITO. “Apesar dos avanços médicos, a tuberculose ainda é um problema de saúde pública mundial. Milhões de pessoas são diagnosticadas anualmente, e o Brasil tem milhares de novos casos todos os anos”.
Apenas pessoas em situação de extrema pobreza têm tuberculose?
MITO. “Embora a doença esteja mais presente em populações vulneráveis, qualquer pessoa pode contrair tuberculose, independentemente de sua classe social. A transmissão ocorre pelo ar e pode afetar qualquer indivíduo exposto à bactéria”.
A tuberculose só afeta os pulmões?
MITO. “A forma mais comum da doença é a pulmonar, mas a tuberculose pode acometer outros órgãos, como ossos, rins, cérebro e até mesmo a pele”.
Tuberculose se pega pelo contato com objetos pessoais de um doente?
MITO. “A tuberculose não é transmitida por objetos compartilhados, como talheres, copos ou roupas. A transmissão ocorre pelo ar, por meio de gotículas expelidas quando a pessoa infectada tosse, fala ou espirra”.
Quem tem tuberculose deve ser isolado completamente?
MITO. “O isolamento total não é necessário na maioria dos casos. Com algumas semanas de tratamento adequado, o paciente já deixa de transmitir a doença e pode retornar às suas atividades normais”.
Se a tosse passar, o tratamento pode ser interrompido?
MITO. “O tratamento deve ser seguido até o fim, mesmo que os sintomas desapareçam antes do término. A interrupção precoce pode fazer com que a doença volte de forma mais resistente aos medicamentos”.
A tuberculose tem cura?
VERDADE. “O diagnóstico e tratamento é oferecido no SUS, de forma gratuita. O tratamento tem uma duração mínima de 6 meses”.
A tuberculose pode atingir outros órgãos além do pulmão?
VERDADE. “A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas, a estas formas chamamos de extrapulmonar”.
Existem grupos populacionais com maior risco para o adoecimento por tuberculose?
VERDADE. “Pessoas vivendo com HIV, privados de liberdade, pessoas em situação de rua, indígenas e profissionais de saúde. Estes presentam maior risco de adoecimento por tuberculose, devido às condições de saúde e de vida a que estão expostos e nos casos dos profissionais de saúde pela exposição laboral”.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Rosenato Barreto, com revisão de Andreia Pires
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh