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Julho Amarelo acende alerta para o combate às hepatites virais
A hepatite é uma doença viral infecciosa, que ataca o fígado e pode ser aguda ou crônica
Brasília (DF) – A hepatite é uma doença viral infecciosa, que ataca o fígado e pode ser aguda ou crônica. Existem cinco tipos identificados de hepatite: A, B, C, D (Delta) e E. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Fígado (Ibrafig), no Brasil, cerca de um milhão de pessoas possui algum tipo de hepatite viral e não sabe que ser portador da doença, o que aumenta as chances de contágio. Para conscientizar sobre a importância do diagnóstico e do tratamento, o dia 28 de julho foi instituído como o Dia Mundial das Hepatites Virais. Com esse intuito, a Rede Ebserh/MEC tem realizado diversas ações no mês para trazer reflexões à sociedade.
“A importância é por ser um momento de divulgação e conscientização da população de que essa doença existe e pode ser evitada. Devemos atuar para que a população tenha consciência de procurar um serviço de saúde, fazer exames regulares”, destaca a enfermeira do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), Kelly Pavanati.
O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA/Ebserh/MEC), é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e aderiu à campanha junto aos pacientes. “As hepatites virais são causadas por vírus que apresentam afinidade pelo tecido hepático, constituindo grande desafio à saúde pública em todo o mundo, sendo as mais prevalentes as hepatites A, B e C. Globalmente, essas infecções são responsáveis por mais de 1,34 milhão de óbitos anualmente, dos quais 66% são causadas pela hepatite B, 30% pela hepatite C e 4% pela hepatite A”, explica a infectologista Camila Moreira, coordenadora do ambulatório de hepatites do Hospital Barros Barreto.
Sintomas e transmissão
Dentre os principais sintomas das hepatites virais estão o enjoo, vômitos, emagrecimento rápido, febre, mal-estar e dor abdominal, seguida por icterícia (cor amarelada na pele e nos olhos).
As formas de transmissão desses vírus são muito distintas: relações sexuais desprotegidas com pessoas infectadas são fatores de risco para a hepatite B, considerada doença sexualmente transmissível, enquanto alimentos contaminados e precárias condições sanitárias representam risco para as hepatites A e E. O compartilhamento de seringas e de outros objetos contaminados pelo sangue de pessoa infectada representam risco para adquirir o vírus da hepatite C.
“As hepatites crônicas B e C são assintomáticas até tardiamente, quando as complicações da cirrose já estão instaladas. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial”, garante a hepatologista Rosângela Teixeira, coordenadora do Ambulatório de Hepatites Virais do HC-UFMG/Ebserh/MEC. O HC realizou neste mês um evento online com foco nos profissionais que cuidam de pacientes com hepatites virais. A programação contou com atualização de protocolos e discussão de casos clínicos.
Hepatite B pode ser transmitida por relação sexual desprotegida
Sexo sem preservativo, em geral, remete a gravidez ou ao risco de contrair as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), sendo as mais conhecidas a sífilis e o HIV/Aids. Doença silenciosa e que pode levar à morte, a hepatite B também integra essa lista. Somente em 2018, conforme dados do Ministério da Saúde, a doença foi responsável por 13.922 (32,8%) dos casos de hepatites notificados no Brasil.
“É importante lembrar que os vírus B e C podem causar inflamação e cronificar, ou seja, persistir no organismo”, afirma o hepatologista José Eymard Medeiros, que é gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), instituição vinculada à Rede Ebserh/MEC.
Teste rápido no Recife para detectar hepatites B e C
O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE/Ebserh/MEC) está realizando testagem rápida das hepatites B e C nos pacientes diabéticos, acompanhados no ambulatório de Endocrinologia. A ação segue até o fim de agosto e a expectativa é de que 200 pacientes sejam testados.
A chefe do Serviço de Clínica Médica do HC-UFPE/Ebserh, Norma Arteiro, afirmou que a testagem é fundamental para identificação dessas doenças, uma vez que elas evoluem de maneira silenciosa, não apresentando sintomas em sua fase inicial. “A pessoa alberga o vírus durante anos ou até mesmo décadas, sem saber que tem a doença. O vírus vai silenciosamente provocando a inflamação no fígado, o que pode terminar numa cirrose, como causa de um câncer de fígado”, explicou.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh/MEC com informações dos HUFs