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PLANEJAMENTO FAMILIAR
Gestantes podem implantar DIU logo após o parto na Rede Hospitalar Ebserh
Procedimento do HU-Furg, vinculado à Rede Hospitalar Ebserh, é referência em contracepção no estado gaúcho
Rio Grande (RS) – Desde 2017, o Sistema Único de Saúde (SUS) ampliou o acesso das mulheres ao dispositivo intrauterino (DIU) – um pequeno instrumento contraceptivo em forma de T, que é colocado no útero da mulher para prevenir gravidez –, passando a oferecê-lo logo após o parto ou aborto. Desde então, 23 hospitais universitários federais da Rede Hospitalar Ebserh que fazem atendimento obstétrico também passaram a ofertar o DIU pós-parto. Somente em 2018, mais de 6 mil dispositivos foram implantados em pacientes da rede.
Apesar de ser voltado para a Atenção Básica, o procedimento é ofertado na rede pois auxilia na formação de profissionais de saúde, principal característica de hospitais universitários. Um exemplo é o Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg/Ebserh). Somente em 2018, foram 355 DIUs inseridos imediatamente após o parto. Em 2019, já são mais de 300 e o estoque atual possibilita atendimentos até 2022. A técnica serve de referência para outros hospitais do estado do Rio Grande do Sul e seu desenvolvimento foi possível após a contratação de profissionais por meio de concurso público realizado pela Ebserh.
De acordo com a chefe da Unidade da Mulher do HU-Furg/Ebserh, Tânia Fonseca, a colocação do DIU ainda na sala de parto ou logo antes de terem alta da maternidade facilita a vida das mulheres, que não precisam esperar algumas semanas ou voltar ao consultório do médico para pedirem a inserção do dispositivo. “A medida garante os direitos sexuais e reprodutivos da mulher e possibilita que ela possa ter alta já usando um método seguro, de alta eficácia e longa duração”, observou a obstetra.
São várias as formas de aquisição do produto pelos hospitais da Rede Ebserh, seja por compra própria ou parceria com secretarias municipal ou estadual de saúde, o que auxilia na manutenção do serviço, de acordo com a oferta específica de cada unidade. Para ter acesso a esse serviço, a gestante informa seu interesse durante o pré-natal ou antes do parto, não havendo necessidade de nenhum exame prévio para colocação. Somente é necessário o preenchimento do termo de consentimento, que é disponibilizado junto com o dispositivo.
Larissa Maria Fernandes da Silva optou por essa forma de contracepção. A estudante de Nutrição de 21 anos foi surpreendida com a gravidez descoberta já no quarto mês. “Eu tomava anticoncepcional diariamente, não imaginei que pudesse engravidar”, disse. Foi durante uma consulta pré-natal na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac-UFC/Ebserh), em Fortaleza, que a médica lhe falou da possibilidade de inserir o DIU. Como o parto evoluiu para cesárea, a inserção foi feita ainda na sala de cirurgia, poucos minutos após o nascimento da Maria Valentina, sua primeira filha. “Estou muito aliviada, me sentindo bem mais segura agora que não dependo de tomar o remédio todos os dias. E ter colocado no parto foi muito tranquilo”, declarou.
O procedimento de colocação do dispositivo pós-parto é simples e rápido, devendo ser realizado 10 minutos após a saída da placenta ou até 48 horas após o parto. Após esse prazo, é preciso aguardar pelo menos quatro semanas. A consulta de revisão deve ser realizada no prazo de 30 a 45 dias, para verificar se houve algum tipo de deslocamento. O ginecologista Ricardo Gomes, chefe da Maternidade do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS/Ebserh), explica a atuação do método.
“O DIU é um contraceptivo seguro, que atua nos espermatozoides. Com a sua retirada, a fertilidade da mulher volta”, afirma.
Esse serviço também é realizado de forma agendada, em qualquer momento durante o ciclo menstrual da mulher, desde que haja a certeza de que ela não está grávida. No Humap-UFMS/Ebserh, por exemplo, um mutirão para colocação de DIU de cobre foi realizado em abril, com atendimento a oito pacientes por dia, quatro dias na semana.
Mulheres com doença inflamatória pélvica, corrimento vaginal não diagnosticado, miomas que distorçam a cavidade uterina, sangramento vaginal sem diagnóstico, malformações uterinas e estreitamento do canal do colo uterino ou com câncer do colo do útero e do endométrio não devem colocar o DIU.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra atualmente 40 hospitais universitários federais, impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas por atender pacientes do SUS, e, principalmente, por apoiar a formação de novos profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a sua natureza educacional, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Coordenadoria de Comunicação Social com informações dos hospitais