Notícias
ABRIL VERDE
Cultura de segurança no trabalho envolve a prevenção de adoecimentos e de acidentes
Realização de exames ocupacionais, monitoramento dos fatores de riscos e abertura de espaço de diálogo são procedimentos que fortalecem a saúde e segurança no trabalho. Imagem ilustrativa: freepik
Nesta matéria, você verá:
Pilares da saúde do trabalhador
Prevenção aos acidentes e a outros tipos de riscos
Combate ao assédio e à discriminação
Brasília (DF) – É no trabalho que, muitas vezes, a maior parte do dia é vivida, por isso, garantir condições adequadas para a segurança e saúde dos trabalhadores é o objetivo da Campanha “Abril Verde” na Rede de Hospitais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A série de ações visa esclarecer e incentivar práticas e comportamentos que promovam a integridade mental e física dos colaboradores, e o combate aos acidentes, às doenças ocupacionais e às violências, assegurando ambientes mais saudáveis e produtivos.
Pilares da saúde do trabalhador
O bem-estar do trabalhador envolve diferentes dimensões complementares, conforme explica o médico do trabalho Saulo Soares, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI) e professor da UFPI. São elas: física (cuidado com o corpo, promoção de hábitos saudáveis); mental (equilíbrio psicológico, gerenciamento do estresse e apoio emocional); espiritual (propósito e valores pessoais); e social (relações interpessoais e ambiente colaborativo). “Uma cultura organizacional que promove o respeito mútuo e fortalece o senso de pertencimento contribui para a criação de redes de apoio e para o bem-estar coletivo”, afirma o médico.
Prevenção aos acidentes e a outros tipos de riscos
Quando um acidente acontece durante as atividades laborais, a prioridade é prestar a assistência ao trabalhador, que também será acompanhado durante o seu processo de melhora. “O monitoramento contínuo da recuperação é fundamental, garantindo que ele receba suporte médico e retorne ao trabalho de forma segura e adaptada às suas condições físicas e emocionais”, esclarece Saulo Soares. Essa ocorrência deve ser comunicada às unidades responsáveis pela segurança do trabalhador da empresa para o devido fluxo de notificação do acidente de trabalho, que é obrigatório. O caso também será investigado para entender como aconteceu, a fim de que sejam implementadas medidas preventivas.
O contexto hospitalar possui, por exemplo, como principais riscos os biológicos (contato com vírus, bactérias, parasitas, protozoários e fungos), segundo pontua Marcos Andrade, chefe da Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (Usost) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Os locais podem apresentar também os riscos físicos (exposição a condições como ruídos, radiação e temperaturas extremas); os químicos (exposição a substâncias); e os ergonômicos (esforço físico e repetitivo, causando desconforto e lesões).
A prevenção envolve o monitoramento das condições e o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs). Alguns exemplos são: aventais impermeáveis, óculos de segurança, luvas, óculos e aventais plumbíferos (proteção contra radiação) e máscaras. “Uma equipe bem treinada e conscientizada sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho e as consequências à sua saúde faz toda diferença. Assim, a adesão aos equipamentos de segurança torna-se mais fácil e, consequentemente, promove um melhor clima organizacional”, destaca Marcos Andrade.
Ambiente saudável e seguro
O médico do trabalho Anderson Moura, do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas (Hupaa-Ufal) destaca o envolvimento dos gestores com as boas práticas de segurança como um ponto relevante, tanto como exemplo quanto para verificar o cumprimento das normas. O especialista ainda recomenda que as advertências sobre ações inseguras de trabalhadores sejam realizadas, não com o intuito punitivo, mas de orientação para evitar erros que comprometam o empregado e toda a equipe.
O especialista acrescenta que é importante a realização de exames periódicos ocupacionais, a aplicação de questionários ao longo destes atendimentos e o conhecimento dos fatores de riscos existentes na empresa para a elaboração de estratégias. “Criar ambientes de escuta aos trabalhadores, combater o assédio moral e sexual, trabalhar a comunicação não violenta e eficiente, e a humanização entre os profissionais são algumas ações de promoção a uma cultura saudável e segura no trabalho”, complementa Anderson Moura.
Combate ao assédio e à discriminação
A Ebserh possui uma Política de Prevenção e Enfrentamento a Todas as Formas de Assédio e de Discriminação em sua Rede de Hospitais, orientando a conduta de acolhimento dos casos e a investigação. Recentemente, em 07 de março, a Empresa lançou um Guia com todas as informações necessárias para identificar as formas de assédios moral e sexual, e as atitudes discriminatórias, indicando os meios de denúncia, que podem ser as Ouvidorias ou a Plataforma Fala.BR. Veja o Guia completo aqui.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh