Conferência Mundial sobre o Doping no Esporte avança na revisão do novo Código e Padrões Internacionais

A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) participou, nesta terça-feira, da sessão central da sexta Conferência Mundial sobre Doping no Esporte, promovida pela Agência Mundial Antidopagem (AMA/WADA). O encontro marca uma etapa relevante do processo de revisão do Código Mundial Antidopagem 2027 e dos Padrões Internacionais, que orientam a atuação de governos, organizações esportivas e organizações antidopagem em todo o mundo.
A delegação brasileira esteve representada pela Presidente da ABCD, Adriana Taboza, que realizou pronunciamento na sessão plenária, e pelo Vice-Presidente da ABCD, Anthony Moreira, também membro eleito do NADO Expert Advisory Group da AMA/WADA.

Adriana Taboza e Anthony Moreira representando o Brasil na Conferência Mundial da AMA/WADA

Abertura da Conferência

A sessão inaugural, intitulada “De Katowice a Busan e Além”, contou com a participação do presidente da WADA, Witold Bańka, do fundador da Agência, Richard Pound, do ex-presidente Sir Craig Reedie, e do presidente do Conselho de Atletas da WADA, Ryan Pini. A discussão abordou a evolução do sistema global antidopagem desde 2019 e reforçou a necessidade de aplicação equilibrada e consistente das regras pelas partes responsáveis.

Discurso do Presidente da Agência Mundial Antidopagem.

Pronunciamento da Presidente da ABCD

Em sua fala, a Presidente Adriana Taboza ressaltou o compromisso do Brasil com a integridade esportiva e com a proteção do atleta limpo, destacando a importância de sistemas antidopagem independentes e tecnicamente robustos. 

“Aprendi que nossa comunidade avança não apenas pelas regras, mas por um compromisso compartilhado: proteger atletas limpos é uma das contribuições mais significativas que podemos oferecer ao esporte e à sociedade.”

A Presidente também destacou a participação brasileira no processo de revisão conduzido pela AMA/WADA:

“O novo Código reflete nossa maturidade coletiva. Ele é mais moderno, coerente, flexível e protetivo aos atletas. (...) Agora, nossa missão é assegurar que ele seja aplicado com integridade, de forma consistente e com recursos adequados.”

Por fim, enfatizou que a efetividade do sistema depende da atuação conjunta de todos os agentes envolvidos:

“Regras não protegem o esporte limpo — as pessoas protegem. Agentes de controle de dopagem, investigadores, cientistas, treinadores, médicos, governos e, principalmente, nossos atletas.”

Principais elementos da revisão do Código e dos Padrões Internacionais

A AMA/WADA apresentou uma síntese das alterações que compõem o novo ciclo regulatório, entre elas:
• integração reforçada de princípios de Direitos Humanos;
• proteção ampliada para menores e pessoas protegidas;
• fortalecimento das responsabilidades do Pessoal de Apoio ao Atleta;
• criação da figura dos Especialistas em Revisão Independente;
• ajustes no regime de sanções, com maior flexibilidade e coerência;
• ampliação da definição de fonte contaminada;
• ampliação dos direitos de apelação dos atletas;
• novas medidas para mitigar riscos de viés no Processo de Controle de Dopagem;
• exigência de consentimento específico para publicação de casos sem culpa;
• novas obrigações operacionais e de governança para as Organizações Antidopagem.
A ABCD, como organização nacional antidopagem, adotará as atualizações a partir de seu cronograma de implementação, coordenado junto às áreas técnicas internas e às organizações esportivas nacionais.

Sobre a Conferência

Participantes

A Conferência Mundial sobre o Doping no Esporte reúne cerca de 1.500 representantes de governos, organizações esportivas, organizações nacionais antidopagem, laboratórios, pesquisadores e atletas. O evento será concluído em 5 de dezembro, com a deliberação final do Código Mundial Antidopagem 2027 pelo Conselho da Fundação da AMA/WADA e dos Padrões Internacionais pelo Comitê Executivo.