Projeto ‘Meninas no MAST’, em parceria com Observatório Nacional, é destaque em publicação do British Council

O projeto "Meninas do MAST", uma iniciativa conjunta entre o Observatório Nacional e o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), foi destaque em uma recente publicação do British Council intitulada "Histórias que inspiram 2021 e 2022" resultado do apoio fornecido ao programa "Garotas STEM: Formando futuras cientistas".

O programa "Garotas STEM" tem como objetivo impactar meninas ainda em idade escolar, buscando superar os desafios que elas enfrentam para se engajarem nas áreas de ciências. Por meio da desconstrução de estereótipos e da apresentação de modelos inspiradores, o projeto visa apoiar profissionais de educação na implementação de iniciativas que ampliem a participação feminina em ciências exatas, naturais, engenharias e computação.

O projeto "Meninas no MAST" foi selecionado na 2ª edição do programa "Garotas STEM", que escolheu 30 projetos focados no incentivo à participação de meninas e mulheres nas áreas de STEM, com ênfase em tecnologia e colaboração entre escolas, universidades e espaços não formais de ensino.

Sobre o Projeto "Meninas do MAST"

Em parceria com o Observatório Nacional, a terceira edição do projeto "Meninas no MAST" tem como objetivo principal implementar clubes de ciências voltados para meninas em duas escolas municipais localizadas no mesmo território que o ON e o MAST, na cidade do Rio de Janeiro.

O projeto é liderado pelas pesquisadoras Dra. Patrícia Figueiró Spinelli e Dra. Alejandra Irina Eismann, pelo MAST, e Dra. Josina Nascimento, Dra. Simone Daflon e Me. Cláudia Sá Rego Matos, pelo ON. O projeto tem como público-alvo meninas da Educação Básica (ensino fundamental e médio), bem como professoras das escolas parceiras.

O projeto realizou oficinas semanais para meninas estudantes do Ensino Fundamental I e II, abordando temas como poluição luminosa, observação do céu e impactos ambientais.

As atividades incluíram a observação de objetos celestes, aferição do brilho do céu, familiarização com a carta celeste e sua relação com a poluição luminosa. Além disso, foram realizadas atividades práticas sobre a luz artificial e seus efeitos econômicos e impactos ambientais, como a influência da poluição luminosa nas tartarugas marinhas e plantas.

Conforme destacou a Dra. Patrícia Spinelli, o MAST é uma instituição em que a educação e a divulgação em ciências fazem parte da estrutura organizacional e em 2015 começou a constituir o atual programa “Meninas no Museu de Astronomia e Ciências Afins”.

“As ações do programa se estruturam em frentes pontuais e prolongadas. As primeiras tratam-se, principalmente, do evento intitulado ‘Dia das Meninas no MAST’ e as últimas referem-se ao acompanhamento por um período mais extenso de um grupo de estudantes que são envolvidas em atividades de pré-iniciação e divulgação da ciência. Com o passar do tempo, o programa foi se expandindo e com isso, surgiu a necessidade de acolher novos olhares e práticas atuais de pesquisa em Astrofísica como possibilidades para as meninas desenvolverem”, explicou Patrícia.

Segundo a  pesquisadora do MAST, a relação com as pesquisadoras do ON se deu de forma orgânica, já que ambas instituições compartilham do mesmo campus. Porém, muito mais que dividir o mesmo espaço, MAST e ON têm estabelecido sólidas relações de confiança e trabalho em atividades de divulgação, por exemplo no projeto "Olhai pro Céu", então a colaboração no projeto orientado a meninas se deu de forma natural.

Sobre os planos para o futuro, Patrícia informou que o MAST está em processo de submissão da quarta edição do projeto para duas agências de fomento com a perspectiva de tornar o MAST um hub para escolas que querem receber formação sobre práticas com viés de equidade de gênero na educação e divulgação da Ciência.

“Nesta configuração, meninas e professoras realizam atividades usando os dispositivos do campus, em colaboração com pesquisadoras e pesquisadores, para a posterior implementação de clubes de ciências em suas escolas” , concluiu.

Reconhecimento e Conquistas

As participantes do projeto tiveram a oportunidade de participar do I Festival das Estrelas em Santa Maria Madalena, no Rio de Janeiro, onde realizaram oficinas sobre navegação pela carta celeste e por meio de aplicativos, poluição luminosa e sua relação com ecossistemas marinhos, a Lua e suas crateras

Além disso, os trabalhos de pesquisas das alunas foram submetidos a competições científicas, como a 11º OBSMA (Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente), a XVI FECTI (Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro) e segunda edição da O2 (Olimpíada do Oceano), onde receberam reconhecimento e prêmios em todas as competições

Impacto Social

Até o momento, a terceira edição do projeto beneficiou diretamente 28 pessoas, incluindo 24 meninas e 4 professoras, e impactou indiretamente mais de 1.085 pessoas, entre estudantes, familiares, comunidades e profissionais da escola. Mas certamente, os maiores resultados são aqueles que não podem ser quantificados, por exemplo, testemunhar a segurança e felicidade das alunas ao compartilharem seus conhecimentos em Astronomia