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Novo mapa identifica lacunas de conhecimento de espécies em cavernas do Brasil para priorizar pesquisas
Cirolanidae torpedinho - Foto: Diego Bento
Buscando revelar as espécies que compõe a as riquezas subterrâneas do Brasil, pesquisadores desenvolveram um mapa de áreas prioritárias para realização de inventários de morcegos, peixes e invertebrados restritos aos ambientes cavernícolas. A iniciativa faz parte do Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil) e está relacionada a um outro trabalho, que identificou quais regiões no país possuem potencial para descoberta de novas cavernas.
“Neste estudo, foram consideradas as lacunas de inventário biológico, ou seja, as regiões onde a informação sobre a presença de espécies é escassa ou inexistente. Para identificar essas áreas, mapeou-se os locais onde já existem registros e, em seguida, comparou-se esses dados com a área total de estudo e identificamos as regiões que ainda não foram amostradas. Este trabalho partiu de duas fontes de informação principais: as áreas prioritárias para prospecção espeleológica e a lista de espécies ameaçadas contempladas no PAN Cavernas do Brasil”, afirmou o analista ambiental do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas e um dos autores desse projeto, Tiago Silva.
Essa ação também contou com a participação do professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Enrico Bernard, e do professor do Centro de Estudos de Biologia Subterrânea da Universidade Federal de Lavras (UFLA),Rodrigo Lopes Ferreira.
Resultados atingidos
Entre as informações, foi identificada uma maior concentração de registros de invertebrados no quadrilátero ferrífero em Minas Gerais, estendendo-se na direção norte, passando pela região do vale do rio Peruaçu, até o sudoeste da Bahia. A região de Carajás, no Pará, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) e a região de divisa de São Paulo com Paraná são outros núcleos que se sobressaem.
Em relação aos peixes, foi identificada maior ocorrência em três núcleos principais: na região central da Bahia, no sudoeste da Bahia e na região do vale do rio Peruaçu.
Já as regiões que mais se destacam em densidade de pontos de ocorrência de morcegos são: vale do rio Peruaçu, no norte de Minas Gerais, na região central de Minas Gerais e na região do PETAR em São Paulo.
Tiago Silva explica que “de maneira geral observa-se que há uma grande concentração de registros de ocorrência no eixo São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Mas, principalmente em Minas Gerais, o que pode ser explicado pelo alto número de cavernas cadastradas (mais de 10mil). O Outro motivo para o resultado é a tendência de concentração de esforço amostral em áreas que têm acesso mais fácil por rodovias e estão mais próximas dos grandes núcleos acadêmicos das regiões sudeste e sul.
O mapa resultante desta ação deve ser utilizado como balizador para planejamentos de inventários em escala regional. Além disso, é imprescindível que outras camadas com informações geológicas, geomorfológicas e espeleológicas sejam usadas como subsídios a um planejamento de inventários biológicos em ambientes subterrâneo em escala local.
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