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Amazônia registra menor índice de desmatamento em unidades de conservação desde 2008
A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo, com uma área de cerca de 6,74 milhões de km² - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Brasil alcançou resultados históricos no combate ao desmatamento em unidades de conservação federais na Amazônia em 2025, mostram os dados do Projeto de Desmatamento e Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Entre agosto de 2024 e julho de 2025, 134 quilômetros quadrados de desmatamento foram registrados em unidades de conservação federais da Amazônia, apontando para a viabilidade de cumprimento da meta do Brasil, de desmatamento zero até 2030.
Estes números consolidam o papel estratégico das áreas protegidas no enfrentamento da crise climática, já que o desmatamento é a principal fonte de emissões de carbono no Brasil. Os números atuais demonstram que onde há unidade de conservação, cai o desmatamento, mesmo diante de pressões predatórias.
“A queda contínua dos últimos anos mostra que a estratégia do ICMBio está apresentando resultado real e consistente”, avalia o presidente do órgão, Mauro Pires, que destaca o envolvimento direto da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, e a orientação política clara do presidente Lula, comprometida com a meta de desmatamento zero, para o alcance destes resultados.
“A retomada da presença do Instituto Chico Mendes nos territórios tem sido decisiva para este resultado positivo, com o reforço da fiscalização e do combate às ilegalidades, a recomposição de conselhos participativos, a reativação de políticas sociais que chegam diretamente a povos e comunidades tradicionais e a aquisição de veículos e equipamentos, entre outras ações”, reiterou o presidente do ICMBio.
A ministra Marina Silva, comemorou os resultados e destacou que a queda do desmatamento nas Unidades de Conservação (UCs) federais em 2025 “revela o compromisso do atual governo com a meta de zerá-lo até 2030. E confirma a importância dessas áreas para proteger nossos biomas, a biodiversidade e os modos de vida. Ao manter serviços ecossistêmicos — estabilidade climática e regulação das chuvas —, elas beneficiam toda a sociedade e a própria economia brasileira”.
O desmatamento total na Amazônia Legal também apresentou queda robusta em 2025: 11,08% em relação ao período anterior, terceira menor taxa desde 1988. No Cerrado, a taxa geral teve queda de 11,49% em relação ao período anterior. Esses números confirmam a tendência de retração iniciada em 2023, após cinco anos consecutivos de alta.
Áreas protegidas são estratégia fundamental para enfrentamento da crise climática
Com os menores índices históricos de desmatamento, tanto no geral quanto em áreas protegidas, o Brasil chega à 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que acontece a partir do próximo dia 6 em Belém (PA), com um recado claro: proteger florestas é uma das estratégias mais eficazes para enfrentar a crise climática.
Ecossistemas preservados absorvem carbono da atmosfera e o armazenam na biomassa e no solo. Ao manter essas áreas preservadas, a liberação de grandes quantidades de gases de efeito estufa é evitada. Nesta perspectiva, o governo brasileiro retomou a política de fortalecimento das UCs federais, com a criação ou ampliação de 14 áreas desde 2023, nos biomas Caatinga, Mata Atlântica, Amazônia e Cerrado, além de áreas marinho-costeiras, somando cerca de 550 mil hectares. Além disso, 59 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) foram criadas neste período.
“Às vésperas da COP, a mensagem que levamos aos chefes de Estado e à sociedade global é simples e firme: investir na criação, ampliação e consolidação das Unidades de Conservação é uma das estratégias mais eficazes para enfrentar a mudança do clima”, enfatizou Mauro Pires.
Dados foram anunciados em visita junto à ministra e ao presidente da República
Os resultados históricos de redução do desmatamento nas UCs federais foram comemorados pela ministra Marina Silva ontem, 2 de novembro, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comunidades tradicionais da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e da Floresta Nacional do Tapajós, no oeste do Pará. O presidente do ICMBio acompanhou a agenda e destacou as comunidades como guardiãs da floresta e protagonistas da conservação.
Na ocasião, o governo brasileiro afirmou o papel estratégico das unidades de conservação na proteção da Amazônia e no fortalecimento das populações tradicionais. O presidente Lula reafirmou o compromisso de “conhecer de perto a realidade dos povos da floresta” e de garantir políticas públicas que unam conservação ambiental e desenvolvimento social.
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