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INFRAESTRUTURA
PNL 2050: Ministério dos Transportes consolida diagnóstico e orienta planejamento da infraestrutura de transportes
O Ministério dos Transportes avança no planejamento da infraestrutura nacional. Nesta quinta-feira (18), o secretário-executivo da pasta, George Santoro, apresentou a Avaliação Estratégica do Plano Nacional de Logística (PNL 2050), documento que consolida o diagnóstico do sistema de transportes brasileiro.
“A cada cinco anos, atualizamos e aprimoramos os planos de transporte rodoviário e ferroviário. Com isso, conseguimos integrar os diversos modais de maneira mais lógica, conectando-os por meio de corredores logísticos. O PNL 2050 traz dados relevantes, com uma matriz que realmente retrata a realidade do país”, afirmou Santoro.
O plano, construído a partir de matrizes origem-destino de cargas e passageiros, modelos de simulação da rede nacional de transportes e análises de fluxos logísticos, também incorporou a escuta da sociedade, com dez encontros técnicos realizados nas cinco regiões do país, entrevistas com representantes do setor produtivo e cinco consultas públicas.
“O trabalho desenvolvido no âmbito do PNL 2050 busca entregar um plano de Estado, que atenda efetivamente às demandas do país. É fundamental que o Brasil tenha uma carteira estruturada de projetos, porque, sem projetos, mesmo com recursos disponíveis, a execução demora. O PNL dará a diretriz necessária para que possamos realizar esses projetos”, afirmou Jorge Bastos, diretor-presidente da Infra S.A.
A partir desse diagnóstico, o plano identificou problemas relevantes no transporte de cargas, como dificuldades no escoamento da produção para exportação, atendimento ao mercado doméstico e abastecimento interno, além de gargalos logísticos na origem das cargas e no transporte de insumos essenciais.
No transporte de passageiros, foram observadas a saturação de eixos rodoviários e aeroportuários, a falta de acessibilidade e a ausência de integração territorial, levando o plano a incorporar, pela primeira vez, uma abordagem intermodal para o deslocamento de pessoas.
Ferrovias, hidrovias e portos: equilibrando a matriz
O PNL 2050 tem como objetivo equilibrar a matriz de transportes, valorizando modais de maior capacidade e eficiência, como ferrovias, hidrovias, cabotagem e portos. A diretriz é estruturar corredores integrados, capazes de conectar áreas produtoras, centros de consumo e mercados internacionais, com ganhos de eficiência e redução de custos.
“O PNL estabelece um novo paradigma de planejamento em transportes no Brasil, ao criar um processo contínuo em que, a cada nova edição, aprendemos, realizamos investimentos e, com os dados obtidos, retroalimentamos esse processo. Isso destaca a importância de perenizar o planejamento e do diálogo interfederativo construído com estados e sociedade”, afirmou Tetsu Koike, diretor de Programa de Políticas Setoriais, Planejamento e Inovação do Ministério de Portos e Aeroportos.
Para transformar essas diretrizes em ações concretas, o Ministério dos Transportes lançou a Política Nacional de Concessões Ferroviárias, estabelecendo regras claras de planejamento, governança, sustentabilidade e financiamento, combinando recursos públicos e privados.
A carteira do ministério prevê oito leilões ferroviários, somando mais de 9 mil quilômetros de trilhos, com expectativa de cerca de R$140 bilhões em investimentos diretos e potencial de alavancar até R$600 bilhões ao longo do desenvolvimento dos projetos.
A expansão da malha ferroviária é estratégica para reduzir custos logísticos, ampliar a capacidade de transporte de cargas e diminuir a dependência do modal rodoviário em longas distâncias.
“Nós estamos trabalhando para viabilizar os projetos da carteira. Hoje, portos, rodovias e ferrovias estão conectados à estratégia do PNL, e com recursos, legislação, governança e vontade política, podemos desenvolver o setor de infraestrutura no país”, completou o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro.
Mais eficiência nas estradas
Mesmo com a ampliação de outros modais, o transporte rodoviário segue como eixo central da logística nacional, especialmente no deslocamento da população e na distribuição de cargas. Garantir a qualidade da malha existente exige investimentos contínuos e modelos eficientes de gestão.
Dados da Pesquisa CNT de Rodovias 2025 ajudam a dimensionar o cenário atual. Segundo levantamento da Confederação Nacional do Transporte, 37,9% dos 114.197 quilômetros avaliados foram classificados como ótimos ou bons, avanço de cinco pontos percentuais em relação a 2024. No mesmo período, o percentual de rodovias consideradas ruins ou péssimas caiu de 26,6% para 19,1%.
Esses resultados reforçam a importância do planejamento estratégico e das ações do Ministério dos Transportes voltadas à modernização e expansão da malha. Em menos de três anos, a pasta realizou 22 leilões rodoviários, somando 10.009 quilômetros concedidos e R$247 bilhões em investimentos. Para 2026, estão previstos mais 13 leilões, com expectativa de R$148 bilhões adicionais.
“Planejar é extremamente importante, não apenas para dar previsibilidade a investidores e à população, mas também para definir onde investir e quando realizar obras. Isso impacta diretamente no custo do investimento”, ressaltou a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse.
Próximos passos
Durante o evento, foi assinada a portaria que abre a consulta pública sobre a Avaliação Estratégica do PNL 2050 apresentada nesta quinta-feira. A iniciativa permitirá que a sociedade contribua para o aprimoramento do diagnóstico e para a definição das prioridades do plano. A consulta pública estará disponível a partir desta sexta-feira (19) e seguirá até 18 de janeiro de 2026, por meio da plataforma Participa + Brasil.
O PNL 2050 é o primeiro plano formulado sob as diretrizes do Planejamento Integrado de Transportes (PIT), instituído pelo presidente Lula, em maio de 2024, pelo Decreto nº 12.022/2024. O objetivo é aumentar a competitividade nacional, reduzir desigualdades regionais e apoiar decisões estratégicas de longo prazo.
“Desde 2023, o Governo do Brasil entende que o planejamento é uma função fundamental, não para dirigir cada etapa do país, mas para orientar o progresso nacional. Só assim conseguimos tornar os investimentos estratégicos e convergir para a solução de passivos históricos”, completou a secretária nacional de Planejamento do Ministério do Planejamento e Orçamento, Virgínia de Angelis.
Após a conclusão do período de consulta pública, serão definidos os cenários-meta preliminares, etapa que orientará a priorização dos projetos e a consolidação das diretrizes do plano, antes de sua incorporação às metas do PIT.
Assessoria Especial de Comunicação
Ministério dos Transportes