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Filhote de onça-pintada resgatado vai para santuário de felinos em Goiás
Golias, o filhote de onça-pintada resgatado no Amazonas, chega ao santuário de felinos em Goiás para reabilitação. - Foto: Luan Marcel/Ascom-Ibama
Brasília (03/04/2025) – Após pouco mais de dois meses de estada na Rede Cetas, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o filhote de onça-pintada (Panthera onca) resgatado em Santo Antônio do Içá (AM), acaba de ganhar um novo lar: um santuário da espécie situado em Corumbá de Goiás (GO). Administrado pelo Instituto NEX No Extinction, o local fica a 80 quilômetros de Brasília (DF) e abriga 27 felinos resgatados, entre onças, suçuaranas e jaguatiricas.
Com aproximadamente 9 meses de idade, o animal, batizado de “Golias”, chegou ao NEX nessa quinta-feira (3) em ótimas condições de saúde e desenvolvimento. Durante o período de acolhimento e reabilitação nas unidades Cetas de Manaus (AM) e Brasília (DF), ele pôde recuperar comportamentos e habilidades naturais da espécie, por meio atividades estimuladoras disponibilizadas em um espaço com estrutura adequada. Os Cetas mantêm uma dieta específica considerando a espécie e a idade de cada animal.
A reabilitação continua
De acordo com o chefe do Cetas-DF, Júlio César Montanha, o Instituto NEX foi escolhido pelo Ibama, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em virtude da ampla experiência com grandes felinos e os bons resultados adquiridos ao longo de 24 anos de atuação.
“Agora, ele passará a receber um tratamento mais completo, aumentando as chances de um dia voltar à natureza do que teria antes, quando estava sendo tratado como um animal doméstico”, explica Júlio. “É gratificante ver uma onça como essa readquirindo seus instintos naturais e entendendo para que veio ao mundo”, afirma Daniela Gianni, responsável pelo Instituto NEX.
Do resgate ao novo lar
O filhote de onça-pintada foi resgatado no município de Santo Antônio do Içá (AM), após ser mantido em cativeiro por cerca de sete meses por um morador. Desde que tiveram conhecimento do fato, o Ibama e instituições parceiras adotaram as medidas técnicas e administrativas necessárias para viabilizar a retirada do animal do local, visando à sua segurança e a da população.
De Santo Antônio do Içá (AM), a onça foi levada até o município de Tefé (AM), por transporte fluvial, e posteriormente de avião até Manaus. Na capital amazonense, o filhote foi abrigado no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), sendo avaliado e acompanhado por equipe multidisciplinar de profissionais, tendo passado por exames clínicos e laboratoriais e adequação da dieta.

- Golias explora seu novo recinto no santuário, onde será preparado para um possível retorno à natureza.
Animal silvestre não é pet
O chefe do Cetas-DF, Júlio Montanha, alerta que animal silvestre de qualquer espécie não pode ser tratado como pet. “Infelizmente, há uma cultura no Brasil, de capturar os animais na natureza para domesticação, que precisa ser modificada drasticamente. Os animais silvestres devem ser respeitados em seu habitat, onde eles têm tudo o que precisam para viver bem e com saúde”, destaca.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) orienta que, sempre que um animal silvestre for encontrado em situação vulnerável, seja entregue, o quanto antes, às autoridades ambientais, para que ele possa ser acolhido, verificadas suas condições de saúde e, se possível, logo solto na natureza. Se necessário, ele passará por processo de reabilitação para o retorno posterior ao habitat.
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