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Projeto de gestão de águas do Incra em Mato Grosso ampliado recebe a sétima premiação
Agrônomo Samir Curi foi quem representou a autarquia agrária na recepção da premiação - Foto: Divulgação
Uma adaptação do projeto do Incra/MT que trata da implementação de Tecnologias Sociais e Educação Ambiental em Comunidades do Alto Pantanal Mato-Grossense, agora ampliado para todo o Estado de Mato Grosso, ficou em segundo lugar na categoria “Projeto de Extensão”, da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) – na edição mato-grossense promovida pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).
Assim, essa é a sétima premiação do projeto de gestão de águas do Incra/MT que está em funcionamento desde 2009, contando com a colaboração de profissionais da autarquia agrária, entidades e órgãos parceiros. Ele foi criado originalmente para atender o pantanal Mato-grossense, pois embora seja conhecido pela fartura de água a segurança hídrica é um problema em boa parte da região.
Essa nova premiação ocorreu em 24/10/2025, no Centro de Eventos do Pantanal, na capital Cuiabá, e é vinculada à 22ª SNCT, promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), de 21 a 26 de outubro, com programação em todo o país.
Na edição de Mato Grosso da SNCT houve a apresentação de cerca de 100 trabalhos científicos, pelo menos uma dezena de palestras, três mesas-redondas e quatro exposições. As atividades promoveram discussões sobre recursos hídricos e climáticos, inovação e tecnologias, educação ambiental e sustentabilidade, bioeconomia e biodiversidade, e mulheres na ciência.
O engenheiro agrônomo Samir Curi, coordenador do projeto junto ao Incra/MT e um dos autores da proposta que concorreu, foi quem representou a autarquia agrária na recepção da premiação de R$ 14 mil.
Para Samir participar da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é viver um dos momentos mais inspiradores do nosso trabalho. “É a chance de mostrar à sociedade o quanto o Plano Nacional de Reforma Agrária transforma vidas e fortalece o campo. Cada reconhecimento, cada premiação, representa mais que um troféu - é a abertura de novas parcerias, é a esperança se multiplicando e o alcance do nosso trabalho podendo beneficiar cerca de 80 mil famílias em Mato Grosso”, afirma emocionado.
Junto com Samir Curi são também autores a professora doutora da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Solange Aparecida Arrolho da Silva - que atua como docente no campus Alta Floresta -, e o doutorando em Licenças Ambientais na Unemat, Wagner Smerman.
Vitrines de Tecnologias
“Revitalização Hidroambiental de Mato Grosso: Estratégias de Implementação de Vitrines de Tecnologias Sociais em Polos Regionais” é o título do projeto (adaptado do de gestão de águas do Incra/MT, agora ampliado para todo o Estado) que venceu em segundo lugar.
A ideia da implantação de Vitrines de Tecnologias Sociais em polos regionais do Estado de Mato Grosso é uma ação estratégica para enfrentar os desafios da segurança hídrica e das mudanças climáticas. Essas unidades demonstrativas funcionam como referências práticas para projetos de captação, conservação e produção de água, auxiliando produtores, técnicos e gestores públicos a soluções adaptadas às condições locais.
Como benefícios e impactos positivos as vitrines permitem:
• Estimular a adoção de tecnologias inovadoras e fortalecer a autonomia das comunidades rurais;
• promover o desenvolvimento sustentável baseado em evidências técnicas e científicas;
• ampliar o acesso à água para consumo humano e atividades produtivas;
• reduzir a vulnerabilidade climática, com adaptação das comunidades à crise hídrica.
Este modelo de vitrines já está sendo implantado nas regiões mato-grossenses de Juína (em 2021) e da Chapada dos Guimarães (2024) - com a coordenação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA), além de outros parceiros. E em novembro deste ano de 2025, iniciam as ações da implantação da vitrine na região de Barra do Garças. Já para o ano de 2026 haverá a implantação das vitrines nas regiões de Rondonópolis e Jaciara.
A conclusão do projeto de “Vitrines de Tecnologias Sociais” apresentado aponta que elas representam um passo estratégico para a revitalização hidroambiental de Mato Grosso. Isso, porque elas vão integrar ciência, políticas públicas e participação comunitária, levando a uma iniciativa que fortalece a segurança hídrica, impulsiona o desenvolvimento econômico, reduz o êxodo rural e garante o direito fundamental à água para consumo humano, produção agrícola e atividades escolares. Os autores do projeto ainda avaliam que ele promove a conservação ambiental, fortalece a agricultura familiar e cria condições concretas de sustentabilidade para enfrentar os impactos das mudanças climáticas no território.
Histórico
O projeto de gestão de águas do Incra/MT está em funcionamento desde 2009, contando com a colaboração de profissionais da autarquia em Mato Grosso, entidades e órgãos parceiros.
Sua elaboração inicial foi para atender o pantanal Mato-grossense, que mesmo seja conhecido pela fartura de água a segurança hídrica é um problema em boa parte da região, principalmente na seca - de maio a outubro -, com destaque para a Microrregião do Alto Pantanal.
Assim, o projeto desenvolvido pelo Incra/MT foi implantado em lotes de 42 famílias do assentamento Rancho da Saudade, com a construção de 68 “barraginhas” e 23 “quebra-molas” em estradas vicinais da região. O objetivo é reter e direcionar as águas das chuvas e, assim, aumentar a recarga de aquífero local, para atendimento das necessidades hídricas de 160 famílias e duas escolas rurais da região em situação de risco.
Ele usa as chamadas tecnologias sociais, indicadas para atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), que mesclam as dimensões econômica, social e ambiental. Além de contribuir com os Objetivos do Milênio (ODM), estabelecidos com a Cúpula do Milênio das Nações Unidas, em 2000, após a adoção da Declaração do Milênio das Nações Unidas.
Por ter baixo custo e bons resultados, as tecnologias sociais do projeto podem ser replicadas em comunidades rurais de dezenas de municípios brasileiros, como opção para a solução de problemas relativos ao meio ambiente, à ampliação da economia local, redução das desigualdades sociais, aumento da cadeia produtiva, geração de emprego e de renda.
Prêmios
O projeto “Implementação de Tecnologias Sociais e Educação Ambiental em Comunidades do Alto Pantanal Mato-Grossense”, foi vencedor do 7º Prêmio Melhores Práticas A3P/2018, realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
E ganhou na categoria Governo do Prêmio ANA 2020 – uma premiação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) criada para reconhecer e valorizar as melhores práticas e iniciativas voltadas ao cuidado e gestão das águas do Brasil.
Também foi vencedor do Troféu Seriema, na categoria “Sociedade Sustentável”, promovido pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) e cuja premiação foi entregue em 18 de novembro de 2021, em solenidade realizada em Goiânia (GO).
Já em abril de 2022, ficou na terceira colocação na categoria Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, do 1º Prêmio SiBBr de Biodiversidade – uma iniciativa da Secretaria de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (SEFAE / MCTI).
Em novembro de 2022, recebeu o prêmio de segundo lugar, na categoria Profissional, na Seleção de Artigos para o III Congresso Nacional dos Peritos Federais Agrários (CNPFA), que reuniu a categoria dos agrônomos da autarquia, autoridades, acadêmicos, gestores e profissionais para discutir a temática “Terra, mudanças climáticas e fome: o Brasil num mundo em transformação”.
E a sexta premiação do projeto do Incra/MT ocorreu quando, em outubro de 2024, ele ficou em primeiro lugar na categoria Extensão Tecnológica, da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pela Fapemat.
Parcerias
O projeto é resultado de parceria firmada entre o Incra/MT, Juizado Volante Ambiental de Cuiabá (Juvam Cuiabá), Justiça Federal de Cáceres, Justiça Estadual de Cáceres, World Wildlife Fund (WWF), Consórcio Nascentes do Pantanal (São José dos Quatro Marcos), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT), Prefeitura Municipal de Cáceres, Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT), Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério Público Federal (MPF).
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