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WORKSHOP DE GESTÃO
Hospital Universitário da UFGD promove o 1º Workshop de Gestão
Antes de finalizar o workshop, os profissionais e as lideranças indígenas responderam perguntas dos participantes
Aconteceu na última quarta-feira (19), no auditório da Reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), o 1º Workshop de Gestão promovido pelo Hospital Universitário da UFGD. O evento reuniu profissionais e gestores de diversos órgãos, além de representantes das lideranças indígenas, para compor a mesa do evento.
Com o workshop, foi possível discutir práticas de gestão e promover também um espaço aberto para sugestões de melhorias no âmbito da assistência, que é um dos pilares do Hospital Universitário. As questões estratégicas que permeiam a gestão do hospital também foram discutidas e os palestrantes que estavam representando diversos órgãos puderam trazer suas visões profissionais sobre a atuação do HU-UFGD.
O 1º Workshop de Gestão contou com a participação do médico Thiago Pauluzi Justino, representante do Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso do Sul (CRM/MS); da enfermeira e professora do curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Ana Lúcia Marran; da gerente do Departamento de Vigilância Sanitária, Ana Paula Pinto Triches; do enfermeiro e representante do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (COREN/MS), Rodrigo Alexandre Teixeira; e das lideranças indígenas Leomar Mariano da Silva, Maria Regina e Ade Vera.
O primeiro a falar, para abrir o evento, foi o médico Thiago Pauluzi Justino, que compartilhou com os participantes a visão do CRM/MS sobre o HU-UFGD como uma importante escola na formação de futuros médicos. Thiago destacou a importância do Conselho não só sobre o seu papel fiscalizatório, mas sobretudo como um importante incentivador de boas práticas, seja de gestão ou de assistência à saúde. Comentou também sobre os novos desafios que o Conselho vem enfrentando com o avanço da tecnologia e das redes sociais, destacando o caso do aplicativo para criar e compartilhar vídeos, Tik Tok. O representante do CRM/MS salientou que o olhar sobre certas condutas deve ser apurado, pensando principalmente no bem-estar do paciente e na valorização da área.
Em seguida foi a vez da enfermeira e professora do curso de Enfermagem da UEMS, Ana Lúcia Marran, falar um pouco sobre a importância do HU-UFGD na formação de novos profissionais da Enfermagem. Ana Lúcia enfatizou a relevância que a Residência do HU-UFGD tem para com os acadêmicos da área, destacando ainda o envolvimento e a parceria entre a Universidade Estadual com os Programas de Pós-Graduação desenvolvidos no HU-UFGD. Falou também sobre a importância da integração das diversas áreas assistenciais para um melhor suporte aos usuários finais, os pacientes.
O momento também foi de sugestões, quando a professora sugeriu uma ampliação do número de atendimentos por parte do HU-UFGD e a construção de um vestiário específico para os acadêmicos de Enfermagem, a fim de se evitar o contato direto dos discentes com os transeuntes e colaboradores do hospital.
O evento prosseguiu com a fala de Ana Paula Pinto Triches, do Departamento de Vigilância em Saúde, que conversou um pouco com o público presente sobre as práticas e a atuação da Vigilância Sanitária, sobretudo a hospitalar, e destacou as boas práticas que o HU-UFGD tem realizado quanto ao assunto. Foi firme ao falar que o órgão está sempre supervisionando e autuando quando se faz necessário.
Já Rodrigo Alexandre Teixeira, do COREN/MS, participou trazendo a visão do Conselho sobre o HU-UFGD. O profissional desmistificou papel fiscalizador do COREN, destacando que a autarquia não deve ser vista apenas como uma entidade punitiva, mas como uma instituição orientadora. Rodrigo também compartilhou o retorno positivo quanto ao atendimento dos pacientes pelo HU-UFGD, conforme apontam os dados coletados das ouvidorias, e salientou a importância do hospital junto à sociedade e na formação de profissionais.
As lideranças indígenas também estiveram presentes. Leomar Mariano da Silva, iniciou a sua fala destacando a importância da assistência do HU-UFGD para a população indígena, principalmente, para as gestantes da aldeia. Além de destacar o papel assistencial do HU-UFGD, também sugeriu algumas melhorias como a inclusão de um intérprete de línguas. Essa ferramenta, segundo ele, visa auxiliar e melhorar os atendimentos, uma vez que muitos indígenas são pouco fluentes na língua portuguesa. Destacou também as dificuldades de locomoção daqueles que residem nas aldeias para chegar nos prédios do HU-UFGD, mas sempre enfatizando o bom atendimento e o acolhimento dos profissionais para com a população indígena.
Maria Regina de Souza também uma liderança da aldeia, destacou pontos positivos e negativos sobre o HU-UFGD em relação à população indígena. Maria Regina falou sobre a estrutura do hospital, os equipamentos e do atendimento humanizado do hospital. Quanto aos pontos negativos, também destacou a falta de uma representatividade da aldeia dentro do hospital, enfatizando a falta de um intérprete para auxiliar nos atendimentos. Outra sugestão da representante indígena foi a liberação de representantes religiosos (geralmente uma mulher) para acompanharem as pacientes na hora do parto, uma vez que a população é bastante ligada nas crenças locais e se sentiriam acolhidas num momento tão especial e delicado.
Após uma rodada de perguntas, o superintendente do HU-UFGD, Hermeto Macário Amin Paschoalick, anfitrião do evento, comentou que a proposta do 2º workshop já está incluída no planejamento do Hospital Universitário, e adiantou que será um momento focado em instituições com funções jurisdicionais essenciais aos interesses da sociedade, como Ministério Público, Defensoria Pública e outras entidades que promovem a defesa do indivíduo e da população.