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Somos todos iguais
Papai Noel supreendeu a todos ao vir retirar a barba com a ajuda das crianças do CTCriac
Não foi por falta de chaminé que Papai Noel deixou de visitar o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Em menos de um mês, ele esteve duas vezes na instituição, entrou pela porta principal, distribuiu presentes, sorrisos, acenos e – da última vez – surpreendeu a todos com um gesto muito especial.
O professor do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (Ctism) Sergio Pavani, 64 anos, decidiu que nesse Natal vestiria vermelho e faria as vezes do Bom Velhinho. Em nome do personagem, deixou a barba crescer por seis meses.
Acompanhado da namorada, Ana Maria Mozzaquatro, veio de Santa Cruz do Sul, em seu trenó motorizado, e distribuiu presentes – brinquedos e kits de material escolar – para as crianças internadas no CTCriac, Pediatria, Pronto-Socorro e para as que estavam em consulta no ambulatório, na manhã de 10 de dezembro. Junto dos pequenos, familiares e da equipe assistencial entoaram canções natalinas e percorreram os corredores do hospital distribuindo esperança de dias melhores.
Dezenove dias depois, alegando a fuga de uma de suas renas, Papai Noel voltou com a namorada e mais um ajudante. O elfo Gilberto Pavani, 57, irmão mais novo do Noel. Dessa vez, o presente foi outro e arrebatou ainda mais admiradores. O bom velhinho se dirigiu às crianças e adolescentes em tratamento oncológico no CTCriac. Entrou de forma silenciosa, estendeu um lençol no chão, posicionou uma cadeira e sentou. O elfo tratou logo de identificar uma tomada e – de repente – uma máquina de cortar cabelo entrou em ação.
Aos poucos, pelas mãos dos pequenos ajudantes, os fios brancos da barba de seis meses e do bigode de 20 anos, foram caindo como pequeninos blocos de neve. Foi a forma que Noel encontrou de se tornar igual aos pacientes, que por conta da quimioterapia, perdem os cabelos.
Franciele Daiane de Moura, 38 anos, mãe do pequeno Davi, de 2 anos, se emocionou com a iniciativa:
- Não imaginei que o Papai Noel voltaria aqui para tirar a barba, tirar o personagem dele diante das crianças. Lembro quando levei o Davi para tirar o cabelo. Fui muito emocionante. Eles se tornaram iguais – afirmou.
Jaqueline Scalabrin da Silva é enfermeira e trabalha no CTCriac há 10 anos. Ela contou que sempre que possível, quando estão com boa imunidade, as crianças são liberadas para passar o Natal em casa. Mas nem todos têm condições de sair.
- Me surpreendi de uma maneira boa. Foi muito lindo, porque é uma realidade que eles vivem aqui. Eles perdem o cabelo. Para as famílias é sofrido estar dentro do hospital, ainda mais nessa época do ano. Quando recebem essa atenção e esse carinho, vindo de uma figura tão simbólica como o Papai Noel, realmente, é uma alegria.
Depois de deixar escapar várias gotinhas de água pelos olhos, Papai Noel voltou para casa todo sorridente.
- Foi uma experiência emocionante. Depois da primeira visita, uma certa pessoa me perguntou o que eu iria fazer depois do Natal. Disse que cortaria a barba. E ela me convidou para cortar em um lugar especial. Fiquei muito feliz com essa opção e a oportunidade de mostrar que a gente pode ser feliz de qualquer maneira.