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Ensino a distância
Médico otorrinolaringologista do HUSM transmitiu cirurgia, em tempo real, para nove países
Às 19h30min de terça-feira (16), o médico otorrinolaringologista Fabrício Scapini deu início a mais um procedimento para tratamento da obstrução nasal, no Bloco Cirúrgico do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). A diferença, dessa vez, foi que a cirurgia foi transmitida para mais de 200 médicos e residentes, de 9 países além do Brasil, previamente cadastrados. Distantes a milhares de quilômetros do hospital, eles acompanharam a cirurgia ao vivo pela Internet. O paciente de 16 anos se recupera bem e deve ter alta nessa quarta-feira.
Graças ao auxílio de equipamentos, como uma câmera webcam e a micro câmera do endoscópio, todos os movimentos externos e internos da equipe foram captados e visualizados pelos participantes. As imagens e o áudio passaram por um software e foram transmitidos, em tempo real, pelo Youtube, através do canal do Dr. Scapini.
Essa ferramenta da transmissão já é utilizada em outras especialidades, como cirurgia vascular em outros hospitais brasileiros. Entretanto na otorrinolaringologia, essa foi a primeira transmissão ao vivo por streaming no Brasil. A ferramenta inédita foi inaugurada com a cirurgia de Septoplastia + turbinoplastia, cujo objetivo é promover a desobstrução nasal.
- Estamos em um hospital-escola e, além da Assistência, priorizamos o Ensino. A webcam filmou um ângulo mais aberto, registrando os movimentos dos braços do médico e dos residentes, enquanto a câmera do endoscópio filmou todas as incisões internas no nariz.
A cirurgia foi acompanhada ainda por dois convidados – Dr. Alexande Felippu, diretor do Instituto Felippu, e Dr. Eduardo Macoto Kosugi, professor Adjunto da UNIFESP - que, direto de São Paulo, conversaram com a equipe que realizou o procedimento. Os mais de 200 inscritos - da Rússia, Venezuela, El Salvador, Peru, Paraguai, Equador, Portugal, Colômbia, Espanha - puderam interagir por meio de perguntas e comentários pelo chat.
- O evento faz parte de um projeto de ensino registrado na UFSM. Todos os participantes receberão um formulário para que avaliem a ferramenta como método auxiliar de Ensino em cirurgia endoscópica. Queremos organizar um curso, para 2022, com temas voltados à cirurgia endoscópica otorrinolaringológica e usar essa mesma ferramenta para transmissão – concluiu o médico.
O paciente, como de praxe, estava com o rosto coberto pelo campo cirúrgico. Mas, ainda assim – com a identidade preservada – para participar da transmissão, ele e seu responsável tiveram que autorizar o uso das imagens.
No bloco cirúrgico, estavam ainda o médico anestesiologista Eduardo Correa e os residentes da anestesiologia, Thais Anjos e Ana Paula Fabbrin, além dos residentes da otorrinolaringologia Taise Bertazzo, Andressa Eidt, Aloma J. Dalla Lana, Amanda Titze, Mariah Gimenis e a técnica circulante, Alessandra Oliveira.