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DE OLHO NA PESQUISA
Tratamento com plasma rico em plaquetas auxilia na regeneração óssea em pacientes do Huap-UFF
Você já ouviu falar em plasma rico em plaquetas (PRP)? Trata-se de um tratamento inovador que utiliza o sangue do próprio paciente para a regeneração de tecidos e ossos. Um estudo que vem sendo realizado no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), avalia a eficácia desse tratamento para a osteoartrite do joelho, e já contribuiu para a melhoria da qualidade de vida de mais de 50 pacientes.
A pesquisa, intitulada “Tratamento da osteoartrite do joelho com plasma rico em plaquetas: ensaio clínico prospectivo e randomizado” é coordenada pelos professores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, Vinicius Schott e Eduardo Branco de Souza. No campo da ortopedia, o PRP é uma terapia minimamente invasiva que se agrega às medidas convencionais e pode postergar a necessidade de uma cirurgia.
“Nós coletamos uma amostra de sangue da própria pessoa e depositamos em uma centrífuga, que separa as células do sangue e retira apenas a fração que queremos, que é o plasma somente com as plaquetas. Em seguida, aplicamos esse plasma na articulação, e posteriormente avaliamos a recuperação da cartilagem desse paciente”, explica Vinicius Schott, ortopedista do Huap-UFF e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense.
O estudo já teve a participação mais de 50 pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), com idades entre 40 e 60 anos, com problemas relacionados ao joelho, e os procedimentos foram realizados no centro cirúrgico do hospital, com o envolvimento de alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado. “Temos visto uma melhora na saúde dos pacientes, diminuindo a necessidade do uso de anti-inflamatórios e analgésicos, que sobrecarregam os rins, além de postergar cirurgias, pois o PRP regenera a cartilagem da articulação”, comenta Schott.
Mais de 30 anos de pesquisas sobre terapias para regeneração óssea
Vinicius Schott é professor da Universidade Federal Fluminense desde a década de 90 e tem uma extensa trajetória no estudo de tratamentos para regeneração de articulações. “Durante o doutorado comecei a trabalhar com fatores de crescimento, e isso me deu um grande estímulo em entender como podemos modificar o ambiente com alguns fatores, começamos a pesquisar como acelerar a consolidação de fraturas, e nos anos 2000 iniciamos a pesquisa com esse tipo de terapia”, afirmou.
Ainda na primeira década dos anos 2000, após resultados satisfatórios na recuperação de fraturas, a pesquisa foi ampliada para a regeneração de cartilagens, culminando nos estudos mais recentes sobre o plasma rico em plaquetas. “Hoje em dia, algumas das maiores filas do SUS são de doenças degenerativas do joelho, por isso é uma questão de grande impacto na sociedade. Ano passado começamos o PRP e rapidamente tivemos muitas pessoas interessadas em participar, por isso em pouco tempo conseguimos obter resultados”.
Apesar do foco do estudo ser nas doenças do joelho, o pesquisador sinalizou que o PRP tem potencial para ser utilizado em outras partes do corpo, como quadril, tornozelo, entre outras. “O joelho é uma articulação que recebe muita carga e que costuma ter muitos problemas, então o PRP é uma grande ferramenta terapêutica segura e que pode ser utilizada em pessoas de várias faixas etárias”, finalizou Vinicius Schott.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (Huap-UFF) faz parte da Rede Ebserh desde o início de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação
Por Paola Caracciolo
Fotos: acervo Vinicius Schott e Eduardo Branco
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh