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SAÚDE FÍSICA E MENTAL
Ambulatório de Transtorno Alimentar está com agenda aberta no HU-UFJF
O Programa de Tratamento de Transtorno Alimentar (Protal) está recebendo pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF, sob gestão da Ebserh). Uma equipe multi e interdisciplinar proporciona atendimento especializado, contando com psiquiatra, psicólogo, nutricionista e enfermeiro, assim como residentes e estagiários dessas áreas.
Os transtornos alimentares mais comuns são anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar, conceitua e explica o psiquiatra Alexandre Rezende, responsável pelo ambulatório especializado no HU-UFJF. Eles se caracterizam por ser uma alteração persistente na forma como o indivíduo se relaciona com a alimentação e, consequentemente, com seu corpo e seu peso. Dessa forma, pode ocorrer grande aumento ou uma perda excessiva de peso, podendo gerar sofrimento para a própria pessoa ou para a família e importante comprometimento da saúde física e mental.
Estima-se que os transtornos alimentares acometam 8,4% das mulheres ao longo da vida e 2,3% dos homens, com números crescentes nos últimos anos. São quadros mais comuns em mulheres jovens entre 18 e 30 anos. A pandemia acentuou o problema, a partir da necessidade inicial do isolamento social, fazendo as pessoas ficarem em casa, comendo mais, fato agravado pelas questões emocionais (medo de contaminação, preocupações com o futuro e angústia pela perda de entes queridos). Também houve redução das atividades físicas nos momentos de quarentena mais intensa, assim como um aumento do consumo de álcool e outras substâncias, enumera o médico.
As causas dos transtornos alimentares são diversas. Os seguintes elementos têm importante participação no desencadeamento, manutenção e perpetuação dos sintomas: aspectos socioculturais, como preocupação com o peso e a forma corporal; padrões de beleza (nesse ponto, as redes sociais acabam tendo uma participação muito negativa); fatores psicológicos: individuais e familiares; uso de dietas restritivas; e vulnerabilidade biológica: genética e história familiar desses transtornos.
Alexandre Rezende destaca que os transtornos alimentares são condições psiquiátricas graves e complexas, no entanto com tratamento. “É importante ter em mente que o tratamento é prolongado e desafiador, exige uma equipe multi e interdisciplinar, mas a recuperação é perfeitamente possível. Não deixe de procurar ajuda ou orientar familiares e amigos que possam estar passando por algum desses problemas”, recomenda.
Para receber atendimento no HU-UFJF, em caso de suspeita de transtorno alimentar, bem como um familiar, amigo, colega de trabalho ou conhecido, é necessário o encaminhamento prévio de um profissional da saúde para agendamento de acolhimento no ambulatório. No caso de algum serviço público, basta procurar a unidade básica de saúde mais próxima e solicitar esse encaminhamento.
Atenção a comportamentos que podem indicar um transtorno alimentar:
- insatisfação constante com o peso e com o corpo (evitando ambientes, como praias e piscinas);
- realização frequente de dietas, sobretudo muito restritivas (a pessoa fica muito apegada em contar calorias, pesar a comida, eliminar determinados grupos alimentares da alimentação, considerando-os como “proibidos”);
- evidências de episódios de compulsão alimentar, definido como comer grandes quantidades de comida em curto espaço de tempo, com nítida sensação de perda do controle (a pessoa pode comer escondido, com vergonha dessas ocorrências de exageros);
- presença de comportamentos compensatórios para evitar ganho de peso ou atitudes para redução do peso: indução de vômitos, tomar remédios com o objetivo de controlar o peso, ficar muito tempo sem comer, fazer jejuns prolongados ou praticar atividade física em excesso.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.