Notícias
PARALISIA CEREBRAL
Dia Mundial da Paralisia Cerebral: HC-UFU/Ebserh é referência no atendimento multidisciplinar
Imagem: Freepik
O Dia Mundial da Paralisia Cerebral, celebrado no dia 06 de outubro, é marcado pela luta contra o preconceito e apoio à conscientização sobre essa condição neurológica que afeta mais de 17 milhões de pessoas no mundo. O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), é referência no atendimento integral e especializado para melhorar a qualidade de vida dos pacientes diagnosticados.
A paralisia cerebral (PC) é um grupo de distúrbios permanentes que afetam o movimento, a postura e a coordenação muscular, causada por uma lesão no cérebro em desenvolvimento, geralmente durante a gestação, o parto ou nos primeiros anos de vida. A condição não é progressiva, ou seja, a lesão cerebral não piora com o tempo, mas seus efeitos podem variar e ser manifestados de formas diferentes em cada pessoa.
Os sinais podem surgir ainda nos primeiros meses de vida e os mais comuns incluem atraso no desenvolvimento motor, como sentar, engatinhar, andar, tônus muscular alterado com rigidez ou flacidez, movimentos involuntários e descoordenados, dificuldades na fala, deglutição e audição e convulsões.
HC-UFU: referência no atendimento multidisciplinar
Há mais de 20 anos, o HC-UFU destaca-se no atendimento aos pacientes com paralisia cerebral, oferecendo um tratamento baseado em uma abordagem multidisciplinar. Equipes compostas por neurologistas, nutricionistas e médicos gastroenterologistas pediátricos e demais profissionais trabalham de forma integrada para promover uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes.
As crianças com esse diagnóstico são assistidas no Ambulatório de Neurologia Infantil, com acompanhamento de perto do seu quadro motor, orientações, aplicação de toxina botulínica para tratamento da espasticidade, atendimento domiciliar dos que usam oxigênio e encaminhamentos para terapias que podem ser realizadas dentro da unidade ou em centro de reabilitação ligados ao Sistema único de Saúde (SUS).
O acesso aos tratamentos fez total diferença na vida dos pacientes, como a pequena Cecília, que completou dois anos. A mãe, Carolina Gomes, conta que descobriu a gestação quando estava com quatro meses e fez o acompanhamento de alto risco no HC-UFU por ter desenvolvido diabetes gestacional. “Algum tempo após o parto, realizado sem intercorrências, eu fui ao médico porque notei alguns sinais diferentes na hora da amamentação e nos olhos da minha filha. Outros sinais surgiram, fizemos exames e veio o diagnóstico”, conta.
Apesar de todo o suporte e atendimento especializado, os desafios continuam. “Fomos muito bem acolhidos no HC-UFU por todos os especialistas. Ano que vem ela já vai para escola e eu faço tudo para que haja inclusão e os atendimentos necessários, mas por todas as questões de saúde, tem dias que são melhores, outros que precisam de uma dedicação ainda maior”, relata.
Importância do diagnóstico precoce e tratamentos
A médica da Unidade de Neurologia do HC-UFU Viviennee Kellin Borges destaca a importância da detecção precoce da condição e o tratamento contínuo ao longo da vida. “A paralisia cerebral não tem cura, mas com o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado é possível maximizar as capacidades do paciente, proporcionando mais autonomia e qualidade de vida. A reabilitação é essencial e, muitas vezes, envolve intervenções múltiplas”, explica.
A médica gastroenterologista pediátrica do HC-UFU Érica Mariano ressalta a importância do acompanhamento multidisciplinar e a observação dos aspectos gastrointestinais nos pacientes com paralisia cerebral. “Muitas crianças apresentam dificuldades de alimentação, por isso o acompanhamento especializado, com uma abordagem nutricional personalizada e intervenções para o manejo desses sintomas, é essencial para garantir o bem-estar dos pacientes. Temos dados de que uma criança com PC tem cinco vezes mais chances de serem internadas por diferentes causas, por isso essa condição exige uma atenção constante”, explica.
Conscientização faz a diferença
A prevenção da paralisia cerebral está muito ligada a cuidados pré-natais adequados. Durante a gestação, a atenção à saúde materna e o acompanhamento médico regular podem ajudar a reduzir os fatores de risco, como infecções e complicações que possam prejudicar o desenvolvimento do cérebro fetal. Além disso, o atendimento adequado ao recém-nascido, com identificação precoce de sinais de distúrbios neurológicos, é fundamental para garantir o início imediato de terapias que melhorem a evolução da criança.
Apesar dos avanços no acesso a tratamentos e inclusão, ainda há muitos tabus. “É essencial lembrar que a paralisia cerebral não define a pessoa. Com o suporte adequado, muitos indivíduos com PC podem frequentar a escola, trabalhar, se comunicar e viver com dignidade e independência e o Dia Mundial da Paralisia Cerebral é um momento importante para refletirmos sobre a importância da reabilitação precoce, do apoio às famílias e do papel da sociedade, especialmente dos profissionais de saúde, na melhoria da qualidade de vida dessas pessoas”, ressalta Viviennee.
Sobre a Ebserh
O HC-UFU faz parte da Rede Ebserh desde maio de 2018. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Maria Carolina Frigo Maschio com revisão de Rafael Tadashi.