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Semana de Conscientização Profissional Sobre Mobilização Precoce
Em parceria com a Universidade Estadual de Goiás (UEG), a Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital das Clínicas da UFG/Ebserh participou da Semana de Conscientização Profissional sobre Mobilização Precoce, um projeto de extensão elaborado pelo Prof. Dr. Erikson Custódio Alcântara, supervisor de estágio em fisioterapia em UTI pela UEG. O objetivo do projeto é promover a conscientização sobre a importância da intervenção de mobilização precoce na UTI, conscientizar os profissionais médicos e a equipe multiprofissional sobre a intervenção de mobilização precoce, divulgar a mobilização precoce para o conhecimento de todos os profissionais e pessoas no ambiente da UTI e estimular a discussão sobre o tema da mobilização precoce.
Segundo o Prof. Dr. Erikson Custódio Alcântara, a mobilização precoce é uma intervenção fisioterapêutica baseada em exercícios físicos. Mas, apesar de ser uma intervenção fisioterapêutica, a mobilização precoce deve, obrigatoriamente, envolver todos os membros da equipe multiprofissional. “A equipe médica deve compreender o processo de indicação e contraindicação da prescrição da mobilização precoce para o perfil de paciente crítico na UTI. A Mobilização Precoce reduz de 1,5 a 3,3 dias de internação na UTI, ou seja, ela pode contribuir para a redução de gastos, não só financeiros, mas também com redução das mazelas e prejuízos funcionais para o doente. O projeto foi idealizado para levar ao profissional mais conhecimento e atualização sobre o que a mobilização precoce pode oferecer de benefícios para os pacientes internados na UTI”, destaca o professor.
Como funciona o projeto
O projeto de extensão conta com seis alunos participantes e teve seu período de execução de 30 de agosto a 02 de setembro de 2022. Inicialmente foram realizadas reuniões entre o professor da disciplina, o grupo de estudantes da UEG, o coordenador do serviço de fisioterapia e o coordenador geral da UTI do Hospital das Clínicas da UFG, Helder Hara Takaoka, para apresentação da proposta do projeto. Durante reuniões setoriais entre o professor da disciplina de Estágio Supervisionado III (UTI) e os estudantes, foram elaboradas quinze frases informativas sobre o tema: Mobilização Precoce na UTI.
As frases foram discutidas entre professor e alunos, que selecionaram aquelas que poderiam despertar e ensinar os profissionais e estudantes da UTI o papel da intervenção Mobilização Precoce. As frases escolhidas foram inseridas em figuras geométricas coloridas e plastificadas de acordo com as orientações de controle de infecção hospitalar, normatizadas pelo CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar). Em seguida, as figuras foram fixadas na parte superior dos computadores da UTI do HC-UFG.
Em cada figura foi inserido também um QR Code que direciona para as Diretrizes Brasileiras de Mobilização Precoce em Unidade de Terapia Intensiva, referência que serviu de base para a elaboração de cada frase da Semana de Conscientização sobre Mobilização Precoce. Ao final do projeto, os alunos participantes serão avaliados mediante os conceitos: regular, bom, muito bom, ótimo e excelente.
A mobilização precoce é parte do processo de readaptação e reabilitação de pacientes em UTI, cada vez mais defendida na prevenção e tratamento da fraqueza muscular adquirida na UTI e comprometimentos relacionados à funcionalidade. Segunda a fisioterapeuta Lívia Pinheiro Siqueira, líder de fisioterapia da UTI Adulto do HC-UFG, a mobilização precoce já é algo incorporado à prática fisioterapêutica na UTI a algum tempo, contudo, nem sempre é de conhecimento da equipe os inúmeros benefícios trazidos por essa prática. “Com a Semana de Conscientização Profissional Sobre Mobilização Precoce, nós vislumbramos transmitir, por meio de placas informativas contendo dados objetivos, os benefícios proporcionados por essa conduta, mostrando a toda a equipe a viabilidade e a segurança da mobilização dos pacientes criticamente doentes. Dentre os inúmeros benefícios, temos uma aceleração da recuperação, reduzindo o tempo de internação, e diminuição das complicações relacionadas ao imobilismo, como a trombose. Além disso, há uma redução nos custos hospitalares”, explica a fisioterapeuta.
De acordo com a fisioterapeuta Daniella Alves Vento, toda a equipe multiprofissional tem um papel importante no processo de recuperação do paciente. “Não é porque o paciente está na UTI que ele deve ficar imóvel o tempo todo. É possível caminhar pela UTI, sentar na poltrona do quarto, ficar o mais ativo possível. Tudo isso ajuda para que o paciente saia da UTI o mais funcional possível”.
Para Camila de Castro Dias Elias, residente em Medicina Intensiva do HC-UFG, o projeto de mobilização precoce traz resultados mais rápidos, não só a curto prazo, mas também a longo prazo, para o paciente. “Estudos mostram que quando o paciente sai do leito precocemente, quando ele tem condições de se exercitar e ele volta ao seu estado fisiológico normal o mais rápido possível, isso vai trazer um benefício para ele não só a curto prazo, mas também a longo prazo”, pontuou.
Educação continuada
Idealizador do projeto, o Prof. Dr. Erikson Custódio Alcântara conta que a Semana de Conscientização Profissional Sobre Mobilização Precoce é um começo para se inserir no calendário acadêmico processos de conscientização. “O projeto de Mobilização Precoce visa também colocar dentro do calendário acadêmico da UEG e das rotinas de educação continuada da UFG um processo de conscientização, que é contínuo. Além disso, vamos desenvolver outros projetos, como a Semana de Conscientização de Ventilação Mecânica. Essa gama de temas podem ser incluídas na educação continuada, que favorece tanto os alunos quanto as instituições e os pacientes”.
A acadêmica do último período do curso de Fisioterapia da UEG, Rhebeca Almeida Marchiore, conta que achou a experiência de participar no projeto de Mobilização Precoce engrandecedora. “Foi engrandecedor, não só por ter tido contato com as Diretrizes Brasileiras de Mobilização Precoce em Unidades de Terapia Intensivas, que é o conhecimento teórico de fato, mas também pela oportunidade de vivenciar a prática dentro da UTI do HC-UFG. São duas grandes instituições que se uniram para fazer com que esse projeto acontecesse e contribuísse com a minha formação e também da equipe multiprofissional do hospital”, afirma a estudante.
O estudante de fisioterapia da UEG, Victor Oliveira Sousa, diz que o projeto foi muito importante academicamente e teve grande impacto por permitir uma vivência na prática. “Quando a gente observa o paciente na UTI, nós imaginamos um paciente totalmente retido ao leito, sem se movimentar, perdendo força e funcionalidade a cada dia. Na prática da Mobilização Precoce, vemos uma evolução que, de certa forma, é muito gratificante. Foi um grande projeto, que engrandece tanto academicamente como pessoalmente. E acredito que os futuros projetos também terão grande impacto, assim como esse está tendo”, conclui o estudante.
A prática dentro da UTI também foi o que mais impactou a aluna da UEG, Roberta Larissa Oliveira Paulino. “Nós conseguimos chegar com as frases, com o conhecimento baseado nas Diretrizes Brasileiras de Mobilização Precoce em Unidades de Terapia Intensivas, e adentrar no tratamento e trazer benefícios para os pacientes, e também para nós enquanto alunos, que não tivemos tanto contato com a parte da Mobilização Precoce antes. Ver isso sendo aplicado na prática na UTI é enriquecedor”, finaliza a estudante.