Diagnóstico tardio ainda é o maior responsável pelo aumento da mortalidade nos casos de câncer de boca e garganta, alertam especialistas

Florianópolis (SC) – O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 15.190 novos casos de câncer de boca e garganta para o período entre 2020 e 2022. Trata-se do quinto tipo de lesão maligna mais comum entre os homens brasileiros, que poderia ter seu número reduzido com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, segundo especialistas do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, vinculado à Rede Ebserh (HU-UFSC/Ebserh).

A atual responsável técnica do Núcleo de Odontologia Hospitalar do HU-UFSC/Ebserh, Alessandra Camargo, explica a importância de difundir conhecimentos a respeito do diagnóstico precoce e elucidar o papel de diferentes profissões da saúde no manejo da doença e de suas sequelas. “A maioria dos casos de câncer de boca ainda é diagnosticada em estágios avançados da doença, o que reduz as taxas de cura e aumenta a mortalidade. Assim, é importante ter um mês dedicado a este tema para fortalecer as estratégias de prevenção do câncer de boca”, pontuou, se referindo ao Julho Verde.

A cirurgiã-dentista do Núcleo de Odontologia Hospitalar, Mariáh Lisboa, explicou que o câncer de boca geralmente começa como uma ferida ou caroço que não cicatriza ou desaparece e aumenta de tamanho. "Inicialmente são indolores, mas, à medida que a lesão cresce, pode causar dor, dificuldade de movimentação das estruturas da boca e gerar o aparecimento de ínguas. Na garganta, um dos sintomas mais comuns são alterações na voz sem melhora, dificuldade para engolir alimentos mais sólidos e irritação na garganta", explica. A cirurgia para remoção do tumor é o tratamento mais indicado e pode ser associada a radioterapia e/ou quimioterapia. 

A coordenadora do Projeto de Extensão Ambulatório de Estomatologia do HU, Liliane Grando, acrescentou que o principal fator de risco é o tabagismo, principalmente se associado à ingestão de bebidas alcoólicas. "O vírus HPV também pode estar associado ao desenvolvimento de câncer em garganta e alguns tipos de câncer de boca. Todas as formas de fumo aumentam o risco de câncer de boca e garganta, como cigarro tradicional, palheiro, cachimbo e cigarro eletrônico (vaporizadores)", alerta. 

Campanha

O HU-UFSC/Ebserh preparou uma série de atividades para as próximas semanas, dentro da programação do Julho Verde, mês dedicado à conscientização sobre prevenção e diagnóstico do câncer de boca e garganta. O evento terá início no dia 15 de julho, a partir de 8h30, e no dia 27, dia D da Campanha, será realizado o IX Fórum de Discussão em Diagnóstico Bucal.

Com informações do HU-UFSC/Ebserh