Campanha busca conscientizar sobre Lúpus, Fibromialgia, Mal de Alzheimer e Leucemia

Fortaleza (CE) – No mês de fevereiro, a cor laranja representa a busca de conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a doação de medula óssea. Segundo o chefe da Unidade de Onco-hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh (CH-UFC), Fernando Barroso, a leucemia ocorre quando há um aumento anormal de células do sangue, especialmente os glóbulos brancos, que são as células de defesa do nosso organismo.

Os sintomas mais recorrentes são manchas na pele, inflamações nos gânglios linfáticos, cansaço, febre e o diagnóstico de anemia. Ainda segundo o médico, a campanha tem forte importância para trazer luz à temática: “Precisamos falar dessa doença que muitos desconhecem. O principal foco é em estarmos atentos a como vivemos, que estilo de vida temos para que haja prevenção, ou seja, cuidados rotineiros com nossa saúde, como uma boa alimentação e exercícios físicos e a não exposição a substâncias nocivas como os agrotóxicos”, esclareceu.

O principal tratamento, quando avaliado pela equipe médica, é o transplante de medula óssea. A medula está dentro dos ossos e contém células-tronco que produzem os componentes presentes no sangue e o transplante substitui as células cancerígenas por uma medula capaz de produzir células normais. Izabel, doadora de sangue desde os seus 22 anos, também cadastrada no banco de doadores de medula, além da ida à praia, fez um outro pedido especial: “Que minha história possa, de alguma forma, reforçar o quanto é importante termos doadores de medula. Precisamos conscientizar a população sobre a doação, que é um passo tão simples e que pode salvar vidas”, ressaltou.

Para ser um doador é preciso ter entre 18 e 35 anos e estar em bom estado de saúde. Será colhida uma amostra de 5 ml sangue para os testes e esses dados farão parte do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Fevereiro Roxo

As doenças representadas pela cor roxa na campanha são igualmente relevantes. O lúpus é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune quem como principais tipos o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos, sendo esta última a forma mais séria da doença e também a mais comum, afetando aproximadamente 70% dos pacientes com lúpus. Ele afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.

A fibromialgia ataca as articulações, causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. A doença pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção. O motivo exato pelo qual pessoas desenvolvem a doença ainda é desconhecido. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres.

Já o mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social. Com o passar do tempo, ela também interfere no comportamento, personalidade e na memória. O Alzheimer é a causa mais comum de demência – um grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por cento delas têm a doença de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).

Segundo Camila Alcântara, geriatra do Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh/MEC, não exames de imagem ou de sangue que fazem o diagnóstico da doença isoladamente. Ele é realizado por um profissional de saúde capacitado, por meio da história clínica detalhada, fornecida por paciente e familiar, associada a exames que auxiliam no esclarecimento e excluem outras causas para o quadro atual. Ainda não há tratamento curativo para a doença.

Todas essas doenças têm o mês de fevereiro como marco na conscientização para o diagnóstico e tratamento, como pode ser visto aqui.

Sobre a Rede Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.

Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.

Com informações do CH-UFC/Ebserh/MEC

Foto: Mês de fevereiro é dedicado à conscientização e prevenção dessas enfermidades