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COP 30
COP 30: Governo lança plataforma digital que oferece crédito verde com juros reduzidos para pequenos negócios
Divulgação: OEI Brasil
O Governo Federal lança na próxima segunda-feira (17), durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em Belém (PA), o Empreender Clima, uma plataforma inédita criada para apoiar micro e pequenos empreendedores na transição para uma economia verde e de baixo carbono. A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Ministério do Empreendedorismo (MEMP), a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), o Sebrae e o BNDES, que uniram esforços para levar crédito verde acessível, capacitação e tecnologia sustentável a quem empreende no Brasil.
Num cenário de juros altos, o Empreender Clima chega como uma entrega concreta de crédito barato para os pequenos negócios, com taxas a partir de 4,4% ao ano e até 100% de financiamento para investimentos em projetos sustentáveis. Por meio da plataforma, o empreendedor pode criar o perfil do seu negócio, acessar cursos e conteúdos personalizados e gerar — em menos de dez minutos e de forma gratuita — um documento de pré-enquadramento no Fundo Clima, principal mecanismo federal de financiamento de projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Os financiamentos do Fundo Clima oferecem prazos longos e condições flexíveis, variando conforme o tipo de projeto. Iniciativas de logística verde, transporte coletivo e mobilidade sustentável podem ter prazos de até 25 anos, com cinco anos de carência, enquanto projetos de florestas nativas e recursos hídricos podem chegar a 25 anos de pagamento, com até oito anos de carência. Até mesmo setores industriais e de energia limpa têm condições diferenciadas, com financiamentos de até 16 anos e carência de até seis anos, o que dá fôlego real para o pequeno empreendedor investir, crescer e gerar impacto ambiental positivo.
Segundo o ministro Márcio França, o Empreender Clima marca uma nova etapa da política de crédito produtivo no país. “Durante muito tempo, o crédito verde foi uma promessa distante da realidade dos pequenos. Agora, mesmo com a Selic alta, o governo criou uma alternativa para oferecer juros acessíveis e prazos reais de pagamento. É o pequeno empreendedor no centro da transição ecológica — com crédito barato, capacitação e tecnologia a favor do seu negócio”, afirmou o ministro.
O Empreender Clima reúne, em um só ambiente digital, cursos de formação sobre empreendedorismo climático, um mapa do ecossistema de negócios verdes no Brasil, um catálogo de instrumentos financeiros e o serviço de pré-enquadramento no Fundo Clima. O projeto contempla oito setores estratégicos — entre eles energia, agricultura, logística, construção e gestão de resíduos — e foi estruturado em quatro etapas: mapeamento de oportunidades, capacitação em tecnologias limpas, conexão a instrumentos de crédito verde e apoio técnico a projetos financiáveis.
A plataforma foi criada para reduzir as barreiras históricas de acesso dos pequenos empreendedores ao crédito verde. Com ela, micro e pequenos empresários com projetos ambientais poderão, sem custos e de maneira simples e rápida, criar seus pré-projetos nos moldes exigidos, destravando o acesso a uma das principais fontes de financiamento da economia limpa. O objetivo é garantir que o crédito climático não fique restrito a grandes corporações — mas chegue à base produtiva que move o país.
Além do Empreender Clima, o MEMP participa da COP 30 com uma agenda voltada à valorização das economias sustentáveis e regionais. O ministério integra o Espaço da Biodiversidade – Produtos Sustentáveis do Brasil, na Green Zone, em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), exibindo produtos de cooperativas de mulheres e de artesanato. O objetivo é destacar o papel das cooperativas e dos pequenos produtores como exemplos de inovação, inclusão e preservação ambiental.
O MEMP também participa de painéis e encontros técnicos sobre bioeconomia, financiamento climático e transição verde das micro e pequenas empresas, promovidos em parceria com a OEI, a OCDE e o Sistema OCB. Nessas atividades, o ministério reforça sua atuação como articulador de políticas públicas que conectam sustentabilidade, inclusão produtiva e empreendedorismo.