O valor da produção científica nacional

Em 08 de julho comemoramos o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico. Em 1948, nessa mesma data, foi criada a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) com o objetivo de promover a conscientização sobre a relevância da ciência para a sociedade, para o avanço do conhecimento e desenvolvimento econômico e social do País. O forte vínculo da CAPES com a ciência existe desde os seus primórdios, quando o educador Anísio Teixeira presidiu a SBPC ao mesmo tempo em que estava à frente da Fundação, tornando-a uma das instituições brasileiras que tem contribuído para tornar a produção científica mais acessível, diversa e capaz de dar respostas aos desafios da humanidade.

Em 02 de setembro de 2018, um incêndio destruiu 90% do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Importantes estruturas, como laboratórios, foram consumidos pelo fogo . Marcelo Ribeiro de Britto, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) da UFRJ (PPGZoo) lembra que “o sinistro não foi algo pontual e vamos sentir seu impacto por décadas”.  As chamas  atingiram diretamente os laboratórios do Palácio de São Cristóvão (onde fica o Museu), além da secretaria e de salas de aula. Assim, foi  preciso reestruturar as atividades nos espaços disponíveis. O professor observou que, somente da sua área, 14 laboratórios de pesquisa e 38 projetos foram queimados.

Britto, à época integrante da Comissão de Pós-graduação e Pesquisa, explicou que, após o abalo inicial, a instituição buscou a rede de apoio. A CAPES não poupou esforços para ajudar na reconstrução e diminuir a perda na estrutura dos programas de pós-graduação desenvolvidos por lá. Em suas palavras, “foi fundamental como papel de uma instituição pública”. Dentro dessa estratégia, o coordenador do curso de Zoologia, destacou que, a Fundação financiou despesas emergenciais de custeio e capital dentro do Programa de Excelência Acadêmica ( Proex ), destinado a manter o padrão de qualidade dos programas de pós-graduação stricto sensu com nota 6 ou 7, de instituições públicas e privadas. No Museu, dois possuem esse perfil, Zoologia e Antropologia Social, com notas 6 e 7, respectivamente.

O professor explicou que o valor repassado, R$ 2,5 milhões , deveria ser utilizado para atender as necessidades dos seis programas de pós-graduação do Museu Nacional, a critério de suas coordenações. A possibilidade de aquisição e partilha de materiais e equipamentos, foi essencial para amenizar as perdas. Com esse dinheiro foram adquiridos dois microscópios, equipamentos para laboratório, lavadora ultrassônica, medidor de Ph, termômetro e dois aparelhos de ar-condicionado, entre outros itens, na pós-graduação em Zoologia. Além disso, a infraestrutura de pesquisa e orientação de 11 orientadores foram garantidos.

Assim como na Zoologia, também foram beneficiadas as pós-graduações nas áreas de Antropologia Social, Arqueologia, Patrimônio Geopaleontológico, Botânica e o Mestrado Profissional em Linguística e Línguas Indígenas. “Hoje, conseguimos nos reorganizar em estrutura de pesquisa e mantemos as atividades acadêmicas”, conclui Marcelo Britto.

A CAPES e a Ciência
A CAPES investe em diversas ações estratégicas de apoio à ciência e ao pesquisador. Algumas ações de destaque são os Programas de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG). Eles se dividem em diferentes frentes como o Parcerias Estratégicas nos Estados , que fortalece a pós-graduação stricto sensu e a pesquisa em todo o Brasil, propiciando o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do País em temas prioritários identificados pelos estados, o Alteridade na Pós-Graduação que promove a equidade e a diversidade no ambiente acadêmico, o Consolidação Estratégica dos Programas de Pós-Graduação stricto sensu acadêmicos e um específico para a Amazônia Legal .

Legenda das imagens:
Banner e i magens dentro da matéria: Imagens do Museu Nacional do Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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