CAPES financia projetos e mantém programas sobre clima

Imagem: Imagem ilustrativa (iStock)

As bolsas da CAPES financiam os estudos de diversos pesquisadores cujos trabalhos se concentram no enfrentamento às mudanças climáticas e preservação do planeta. A Fundação também mantém ações como o Programa Emergencial de Prevenção e Enfrentamento de Desastres Relacionados a Emergências Climáticas, Eventos Extremos e Acidentes Ambientais e o Programa CAPES/CLIMAT-AmSud, com editais específicos para essas finalidades. Esse conjunto de iniciativas fica em destaque nesta segunda-feira, 22 de abril, Dia Internacional da Mãe Terra.

Como o tema afeta todo o mundo, alguns trabalhos ganham notoriedade fora do País. É o caso do projeto do engenheiro florestal Israel Sampaio, que recebe bolsa da CAPES para cursar doutorado em Ciências de Florestas Tropicais no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa). Incentivado por seu orientador a traduzir a linguagem científica para outras formas de comunicação, o estudante venceu a edição de 2023 do prêmio internacional Dance your PhD, da revista científica Science, com um vídeo no qual dança e canta para explicar a importância das florestas tropicais para o planeta.

“As florestas tropicais, em especial a Floresta Amazônica, desempenham um papel central no sistema de clima da Terra contribuindo com os ciclos globais do carbono e da água. Ao mesmo tempo, são sensíveis aos eventos extremos de secas, que causam a mortalidade de árvores”, explica Israel Sampaio, ao ser questionado sobre a importância de se manter as árvores em pé.

Outro cientista a ter tido destaque fora do País com estudo na área é Marco Túlio Pacheco Coelho, que recebeu bolsa da CAPES no doutorado em Ecologia e Evolução pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com período sanduíche na Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos. O pesquisador publicou um artigo na revista Nature que trouxe novos elementos para explicar a biodiversidade do planeta, em especial nas regiões de clima tropical, caracterizadas por serem maiores e mais isoladas. Essa distribuição geográfica, concluiu, favorece a biodiversidade. O Brasil é um bom exemplo, ao ser o país com maior diversidade de seres vivos catalogados no mundo.

E por que uma pesquisa dessa ganha relevância no contexto atual? O próprio autor responde: “Diante da ameaça das mudanças climáticas, nossas descobertas se tornam ainda mais relevantes. Com o rápido aquecimento global, climas anteriormente vastos podem vir a sofrer maior fragmentação. Tais alterações podem desafiar diversas espécies, levando-as a se deslocar por territórios desafiadores em busca de habitats propícios”.

As bolsas dos dois pesquisadores foram concedidas pelos Programas institucionais da CAPES. A Fundação, no entanto, conta com ações estratégicas e cooperações internacionais exclusivas para a seleção de projetos voltados ao enfrentamento das mudanças climáticas e suas consequências.

O Programa Emergencial de Prevenção e Enfrentamento de Desastres Relacionados a Emergências Climáticas, Eventos Extremos e Acidentes Ambientais abarca diversos ângulos das mudanças do clima. Trata-se de uma ação nacional e permanente, administrada pela Diretoria de Programas e Bolsas no País, na qual a CAPES pretende promover a troca de conhecimento entre a academia e o poder público, de modo que os resultados dos estudos possam ser aplicados à realidade das regiões atingidas. A Fundação também quer estimular o desenvolvimento de produtos, serviços, tecnologias, materiais didáticos e mecanismos que ajudem a encontrar soluções para os problemas relacionados a desastres dessa natureza.

A Diretoria de Relações Internacionais, por sua vez, é a responsável pelo Programa CAPES/CLIMAT-AmSud, parceria entre França, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai para promover projetos conjuntos de pesquisa no campo das mudanças climáticas. A iniciativa seleciona projetos conjuntos entre um grupo de pesquisa da França, do Brasil e pelo menos um país da América do Sul. O objetivo é investir no intercâmbio científico e ampliar a cooperação acadêmica e entre pesquisadores e educadores. Outra meta é incentivar a mobilidade de professores e pós-graduandos entre universidades francesas, sul-americanas e brasileiras, e promover o equilíbrio de gênero nas equipes.

Sobre o Dia da Terra
O Dia Internacional da Mãe Terra tem a finalidade de conscientizar os povos de todo o mundo em relação a problemas de contaminação e sobre a necessidade de se conservar a biodiversidade e o meio-ambiente como forma de assegurar a continuidade da vida no planeta. A data foi criada em 22 de abril de 1970, nos EUA, a partir de proposta apresentada no Senado daquele país. Na Assembleia Geral de 21 de dezembro de 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou-a como sendo o Dia da Terra.    

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CGCOM/CAPES.