Funai exalta papel das lideranças femininas durante IV Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) enalteceu o papel das mulheres indígenas em suas comunidades e na sociedade na luta pelos direitos indígenas, destacando sua ancestralidade, força, resistência e resiliência. E também encorajou lideranças femininas a se tornarem protagonistas nessa luta para que não haja retrocessos dos direitos já estabelecidos na Constituição Federal. 

A manifestação foi da presidenta da Funai, Joenia Wapichana, ao participar da IV Marcha das Mulheres Indígenas, nesta segunda-feira (4), em Brasília. O tema do evento é “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”. A presidenta também destacou ações características de mulheres em suas comunidades e que podem contribuir no engajamento pela garantia de direitos, como a solidariedade, a coletividade e a sensatez. 

“É preciso enfrentar essa luta porque nós somos guerreiras e corajosas, nós temos a esperança e a sabedoria que os nossos ancestrais deixaram para nós. Hoje, estou como presidenta da Funai, mas amanhã pode ser qualquer uma da plateia”, incentivou Joenia, depois de abordar os desafios enfrentados em sua trajetória como mulher e liderança indígena.

A declaração da presidenta da Funai foi durante participação da primeira mesa de debates intitulada “Bancada do Cocar: Mulheres Indígenas nos espaços de poder”. A mesa também teve como participantes a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e mulheres indígenas que ocupam diferentes cargos de gestão pelo país nos Poderes Executivo e Legislativo e em organizações indígenas. 

IV Marcha das Mulheres Indígenas

A IV Marcha das Mulheres Indígenas teve início no sábado (2) e segue até sexta-feira (8), com uma extensa programação no Complexo Cultural Funarte, no Eixo Monumental de Brasília. O evento reúne mulheres indígenas de diferentes biomas, territórios e povos de todo o país para debates e atos políticos em defesa dos seus direitos e corpos e dos territórios indígenas. 

1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas

Simultaneamente acontece também a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas. As discussões serão divididas em cinco eixos temáticos – Direito e Gestão Territorial; Emergência Climática; Políticas Públicas e Violência de Gênero; Saúde; e Educação e Transmissão de Saberes Ancestrais. Haverá grupos de trabalho, debates e plenárias para construção coletiva de propostas que reflitam suas realidades e demandas.

A conferência é considerada histórica por representar um espaço inédito de escuta, formulação de políticas públicas e fortalecimento da participação política das mulheres indígenas. O encontro tem como principais objetivos avaliar as ações do Estado brasileiro destinadas às mulheres indígenas; propor diretrizes para a “Política Nacional das Mulheres Indígenas”; e construir, de forma interministerial e interinstitucional, um “Plano Nacional de Políticas para Mulheres Indígenas sob a perspectiva de Enfrentamento às Violências".

Clique aqui e confira a programação

A marcha e a conferência são realizadas em parceria entre o Ministério das Mulheres, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), com apoio de diversas instituições, entre elas, a Funai.

A Funai participou e apoiou quatro das seis etapas regionais da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, preparatórias para a etapa nacional que se concretiza nesta semana em Brasília. Na Etapa Samaúma, realizada no Acre, a presidenta Joenia Wapichana defendeu o protagonismo feminino na construção de políticas públicas específicas para promover o acesso a direitos e combater a violência e a invisibilidade estatística.

Assessoria de Comunicação/Funai

Com informações do MPI