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Funai apresenta contribuição das comunidades indígenas na restauração da biodiversidade em workshop internacional
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), reforçou na terça-feira (2), a importância dos povos indígenas para a restauração da biodiversidade. Foi durante o Workshop Internacional sobre Territórios Indígenas e Tradicionais (TITs) e Conservação da Biodiversidade, que acontece entre 2 e 5 de setembro, em Manaus (AM).
No evento, a coordenadora de Conservação e Recuperação Ambiental da Funai, Nathali Germano, apresentou o painel “Contribuição dos Povos Indígenas e das Comunidades Locais para a Restauração da Biodiversidade”. Na apresentação, ela elencou diversos fatores que colocam os povos indígenas como atores fundamentais para a restauração da biodiversidade.
Segundo Nathali, esses fatores incluem o fato de eles serem guardiões das sementes de espécies nativas para áreas degradadas e detentores de conhecimentos tradicionais que garantem o manejo sustentável da natureza. “E por possuírem uma visão holística de respeito, responsabilidade e cuidado com a natureza, baseada numa relação de conexão e interdependência, contribuindo para uma restauração de fato efetiva”, sinaliza.
Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal
Durante o evento, a coordenadora da Funai ainda destacou a importância das comunidades indígenas para a implementação da Meta 2 do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, adotado na 15ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica, em 2022, para reverter a perda de biodiversidade até 2030. Ele estabelece quatro objetivos de longo prazo para 2050 e 23 metas para 2030, incluindo a conservação de 30% das terras, águas e mares, e a restauração de ecossistemas degradados.
A Meta 2 ainda consiste em garantir que, até 2030, pelo menos 30% das áreas de ecossistemas terrestres, de águas interiores, marinhos e costeiros degradados estejam sob restauração efetiva, a fim de melhorar a biodiversidade e as funções e serviços ecossistêmicos, a integridade ecológica e a conectividade.
Programa Indígena de Restauração Ecológica
No workshop, a coordenadora ainda destacou a construção do Programa Indígena de Restauração Ecológica (PIRE), como principal instrumento de implementação do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa - Planaveg (2025-2028) em terras indígenas e do Eixo 4 - Prevenção e Recuperação de Danos Ambientais da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). “A construção do PIRE está sendo conduzida por um grupo de trabalho composto por representantes do governo, da sociedade civil e de indígenas ”, ressalta. Em 2026, a expectativa é que haja a realização de Oficinas Regionais/Biomáticas de construção e consulta.
“É esperado que o PIRE abranja as múltiplas dimensões que envolvem a restauração e que ele oriente estrategicamente as ações e os recursos do Governo Federal na restauração em territórios indígenas, contribuindo com a segurança alimentar e hídrica, a resiliência climática e comunitária, a geração de renda e o fortalecimento cultural e dos modos de vida dos povos indígenas”, ressalta Nathali Germano.
A Funai possui diversas iniciativas voltadas para a restauração ecológica de áreas degradadas. É o caso da Formação de Multiplicadores Indígenas em Restauração Ecológica (MIRE) ocorrida este ano, em Brasília. E, também, atua em parceria com outras instituições para apoiar iniciativas dos próprios indígenas em seus territórios.
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O workshop
O Workshop Internacional sobre Territórios Indígenas e Tradicionais e Conservação da Biodiversidade visa a troca de experiências e visões sobre os territórios como áreas que contribuem para a conservação e restauração da biodiversidade, bem como para os planos de gestão ambiental e territorial e para as ações de combate às mudanças climáticas.
O encontro reforça o reconhecimento global de que os povos indígenas e as comunidades locais conservam a biodiversidade nos territórios que habitam, o que contribui para o enfrentamento às mudanças climáticas. Participam do evento especialistas em territórios indígenas de sete regiões socioculturais: África; Ásia; América Central, do Sul e Caribe; Ártico; Europa Oriental; Federação Russa; Ásia Central e Transcaucásia; América do Norte; e Pacífico.
O workshop é organizado pelo Fórum Internacional Indígena sobre Biodiversidade (FIIB), Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Funai, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Rede de Mulheres Indígenas pela Biodiversidade (IWBN) e a Red de Mujeres Indígenas sobre Biodiversidade – América Latina e Caribe (RMIB – LAC).
Assessoria de Comunicação/Funai