Pesquisador estuda como mitigar impactos ambientais no sistema ferroviário urbano

Imagem: Arquivo pessoal

Com a tese Model to determine greenhouse gas emissions of the urban railway system in the Northeast of Brazi’ (Modelo para determinação de emissões de gases de efeito estuda do sistema ferroviário urbano no Nordeste do Brasil), o pesquisador Diogo da Fonseca Soares, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), venceu o Prêmio CAPES de Tese na área de Ciência Ambiental. Seu projeto foca na modelagem da emissão de gases de efeito estufa no sistema ferroviário urbano do Nordeste do Brasil, fornecendo simulações detalhadas que ajudam a prever e mitigar os impactos ambientais. A pesquisa oferece dados e modelos que podem ser usados por formuladores de políticas públicas para desenhar estratégias de modernização dos sistemas de transporte ferroviário.

Fale da sua trajetória acadêmica, da graduação ao doutorado.
Minha trajetória acadêmica começou com a graduação em Engenharia Ambiental na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde desenvolvi uma base sólida em questões ambientais e sustentáveis. Em seguida, formei-me em Engenharia Civil e, posteriormente, especializei-me em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), complementando minha formação com uma especialização em Ergonomia na mesma universidade. Buscando aprofundar meus estudos, realizei um mestrado em Recursos Naturais na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e obtive uma especialização em Engenharia Ferroviária na Deutsche Bahn Rail Academy, na Alemanha, o que agregou à minha experiência de mais de 10 anos em Ferrovia, mobilidade urbana e sustentabilidade. Meu percurso culminou com o doutorado em Desenvolvimento em Meio Ambiente da UFPE com cotutela no doutorado em Engenharia Civil pela Universidad de Granada, na Espanha, onde aprofundei minha expertise em sustentabilidade e transporte ferroviário.

sobre o que é a sua pesquisa? Explique de forma mais detalhada o conteúdo da sua tese.

Minha pesquisa foca na modelagem da emissão de gases de efeito estufa no sistema ferroviário urbano do Nordeste do Brasil. A tese investiga como diferentes cenários de modernização podem impactar as emissões de carbono, fornecendo simulações detalhadas que ajudam a prever e mitigar os impactos ambientais. Este trabalho gerou cinco artigos científicos publicados em periódicos internacionais de alto impacto e culminou na publicação de um livro na Espanha, destacando as implicações práticas para a sustentabilidade e para as políticas públicas voltadas ao transporte.

O que destacaria de mais relevante na sua pesquisa?
O aspecto mais significativo da minha pesquisa é a sua conexão direta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em particular o ODS 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), ODS 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima) e ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura). Esta vinculação reflete um compromisso em criar soluções práticas para promover cidades mais sustentáveis, com menor emissão de carbono e infraestrutura de transporte mais eficiente, servindo como um modelo a ser seguido tanto nacional quanto internacionalmente.

De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Minha pesquisa oferece dados e modelos que podem ser usados por formuladores de políticas públicas para desenhar estratégias de modernização e eletrificação dos sistemas de transporte ferroviário. Isso facilita a criação de políticas voltadas à redução da pegada de carbono e à melhoraria da qualidade de vida urbana, promovendo cidades mais sustentáveis. Além disso, o Brasil, como signatário de acordos climáticos globais, como o Acordo de Paris, pode usar esses insights para alcançar metas de redução de emissões e reforçar sua posição como líder em estratégias de transporte sustentável.

Qual a importância para você de sua tese ter sido escolhida a melhor na área?

Ser reconhecido com o Prêmio CAPES de melhor tese foi uma honra imensurável e, de certo modo, surpreendente. Inicialmente, eu não compreendia a real magnitude desse reconhecimento, mas o impacto foi transformador. Esse prêmio trouxe visibilidade à minha pesquisa, destacando sua relevância e abrindo portas para novas oportunidades na carreira, além de possibilitar uma atuação mais significativa no cenário da engenharia e da sustentabilidade.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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