CAPES e Elsevier premiam 15 cientistas mulheres

Imagem: Evento de premiação do Prêmio CAPES Elsevier 2024 – Mulheres na Ciência (Júlia Prado - CGCOM/CAPES)

O Prêmio CAPES Elsevier 2024 – Mulheres na Ciência foi entregue nesta quarta-feira, 6 de novembro, em cerimônia realizada no auditório da Fundação, em Brasília. A edição deste ano reconheceu os trabalhos de 15 pesquisadoras, sendo três de cada região do País e, por área, cinco em Exatas, cinco em Médicas e cinco em Humanas. A iniciativa tem por objetivo dar visibilidade à produção científica feminina como forma de alavancar a equidade de gênero na ciência.

Para a edição vigente do prêmio, as vencedoras foram selecionadas a partir do indicador de citações ponderadas por disciplina, que mede o impacto de um trabalho em relação a outros trabalhos do mesmo tipo, disciplina e ano de publicação, extraído da ferramenta de avaliação de produção científica e de métricas, SciVal, da Elsevier. Os dados foram exportados de acordo com a atualização do dia 25 de setembro de 2024. Além do indicador, foi analisado o número mínimo de cinco publicações na disciplina indicada de 2019 a 2023.

A solenidade também serviu para a apresentação do relatório Progress Toward Gender Equality in Research & Innovation – 2024, publicado pela Elsevier. A publicação mostrou o destaque do Brasil em relação à maioria dos países no equilíbrio entre homens e mulheres, como observou o ministro da Educação, Camilo Santana. “O Brasil é o terceiro país com maior presença feminina na ciência, atrás apenas de Argentina e Portugal. As mulheres hoje são 49%, um salto significativo em relação a 2002, quando eram 38%”, disse.

Os dados do relatório são referentes a 2022. No mundo, a participação feminina é de 41%. Em 2002, era 21%. Apesar do crescimento, a disparidade ainda é evidente entre pesquisadores mais experientes. Entre pessoas nos primeiros cinco anos de carreira, as mulheres são 45%. De 6 a 10 anos, a quantidade é 42% e, de 11 a 15, 39%. De 16 a 20, 36%. E com mais de 21 anos dedicados à pesquisa científica, 27%.

A presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho, destacou as mulheres homenageadas no cartaz da premiação. A gestora observou que “Bertha Lutz (1894-1976) foi bióloga e feminista, e liderou o processo que levou as mulheres brasileiras ao direito ao voto, em 1932”. Também ressaltou que “Elisa Frota Pessôa (1921-2018) é um exemplo de que as mulheres são silenciadas, apesar de contribuírem muito para a ciência. Assim como César Lattes, Elisa foi uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, mas não se fala muito dela”.

Denise observou, ainda, que Maria José von Paumgartten Deane (1916-1995), médica, destacou-se pelo trabalho com doenças tropicais. E que Graziela Maciel Barroso (1912-2003), botânica, primeira mulher naturalista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e primeira professora de Botânica da Universidade de Brasília (UnB), “não pôde estudar durante muitos anos” e afirmou que a cientista “é um exemplo de que não há idade para iniciarmos os estudos e atingir o nível de excelência. Graziela Maciel se doutorou aos 60 anos”.

Em paralelo à premiação desta quarta, o governo federal criou o Prêmio Mulheres e Ciência. A ação foi citada pela secretária nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Fátima Cleide. A assinatura do acordo de criação da premiação envolveu o Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério das Mulheres. “Entendemos que ao falarmos de oportunidades, precisamos falar de queda de barreiras que impedem as mulheres de ocupar espaços em altos escalões”, afirmou.

Já o diretor regional da América Latina da Elsevier, Ezequiel Farré, classificou que “temos uma parceria com a CAPES de quase 25 anos, desde o ano 2000” e que cada edição do Prêmio CAPES Elsevier é um avanço nessa parceria. A desta quarta-feira foi a sexta.

Pesquisadoras vencedoras 
Região Norte 

• Exatas: Josiane Santana Monteiro 

• Médicas: Mayla Gabriela Silva Borba  

• Humanas: Flávia Regina Capellotto Regin Costa 

Região Nordeste 

• Exatas: Tatiana Baptista Gibertoni 

• Médicas: Nicole Leite Galvão-Coelho 

• Humanas: Fernanda X. Palhano-Fontes 

Região Centro-Oeste 

• Exatas: Symone Gomes Soares Alcalá 

• Médicas: Ana Maria Nogales Vasconcelos 

• Humanas: Jéssica E.M. Farias 

Região Sudeste 

• Exatas: Tabata Aira Ferreira 

• Médicas: Alessandra Carvalho Goulart 

• Humanas: Patrícia Vanzella 

Região Sul 

• Exatas: Sandra C. Müller 

• Médicas: Maria Inês Schmidt 

• Humanas: Mary Rute Gomes Esperandio 

Portal de Periódicos da CAPES 
O Portal de Periódicos da CAPES é um dos maiores acervos científicos virtuais do mundo, que reúne e disponibiliza conhecimento científico de alta qualidade, assinado junto a editores e sociedades científicas internacionais para professores, pesquisadores, funcionários e alunos das instituições participantes.  

Atualmente, há mais de 40 mil títulos com texto completo, 74 bases referenciais, dez bases exclusivas para patentes, mais de 280 mil documentos eletrônicos, além de normas técnicas, enciclopédias, estatísticas e conteúdo audiovisual.  

O Portal ainda oferece conteúdo gratuito selecionado, como bases de livre acesso, periódicos nacionais com boa classificação no Programa Qualis-CAPES, além dos resumos de teses e dissertações defendidas no país desde 1987. 

Acesso em http://www.periodicos.capes.gov.br  

Sobre a Editora Elsevier: 
Elsevier é uma empresa editorial especializada em conteúdo científico, técnico e médico. Pesquisadores e profissionais de saúde contam com mais de 2.700 periódicos digitalizados, incluindo The Lancet e Cell, e mais de 43 mil títulos de e-books.  

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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