Operação Sararé impõe prejuízo superior a R$ 177 milhões ao garimpo ilegal

Com dados consolidados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), o Sumário Situacional da Operação Sararé elaborado pelo Ministérios dos Povos Indígenas (MPI) relata que as 159 ações realizadas até o momento, iniciadas em 1º de agosto, já resultaram na redução da presença de invasores e na interrupção de diversas atividades ilegais. De acordo com o Sumário, atualizado na quarta-feira (27), estima-se que o prejuízo financeiro causado às atividades ilícitas no interior da Terra Indígena Sararé, localizada no Estado do Mato Grosso, seja superior a R$ 177 milhões. 

O objetivo principal da operação é combater o avanço do garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, proteger os povos originários e mitigar os impactos ambientais, em especial os crescentes alertas de desmatamento. “De forma geral, observam-se impactos relevantes na logística das organizações envolvidas no garimpo ilegal, além de avanços na retomada do controle territorial e na melhoria das condições de segurança na região”, relata o documento.

Em 2025, a TI Sararé lidera os alertas de garimpo ilegal no Brasil, com 1.814 detecções, segundo monitoramento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O avanço da atividade clandestina está associado à migração de garimpeiros após a intensificação de ações do Governo Federal em outras regiões onde ocorriam a extração ilegal de minérios, além da facilidade de acesso ao território.

Desde o início do mês, o IBAMA tem conduzido a Operação Xapiri-Sararé para combater o garimpo ilegal na TI Sararé, lar do povo Nambikwara. A operação é coordenada por meio de articulação intergovernamental envolvendo diversos órgãos federais com competências específicas, o que resultou na destruição de uma vasta infraestrutura utilizada pelos garimpeiros. A Operação é realizada no âmbito do Comitê Interministerial de Desintrusão, coordenado pelo MPI.

Em propriedades rurais na região, que serviam como pontos de apoio logístico para o garimpo ilegal, foram neutralizados equipamentos e estruturas, como depósitos clandestinos de combustível e locais de manutenção de maquinário. 

A Operação Xapiri-Sararé conta com a parceria das seguintes instituições: MPI, que exerce o papel de articulação entre as várias agências envolvidas na desintrusão da Terra Indígena, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), além do apoio da Polícia Civil de Goiás (CORE/GT3).

A ABIN, por sua vez, ativou o Centro Local de Inteligência Sararé (CLI-SAR), em Cuiabá-MT, no dia 15 de agosto. O Centro possibilita o contato permanente entre órgãos atuantes na operação de enfrentamento ao garimpo e proteção territorial na Terra Indígena. O CLI-SAR fomenta o compartilhamento de dados no âmbito da rede local de inteligência em apoio às ações.

Desarticular o garimpo

No interior da Terra Indígena, as equipes da FUNAI e do IBAMA, com o apoio da FNSP concentraram ações em incursões direcionadas a pontos estratégicos de garimpo, resultando no desmonte de acampamentos e na inutilização de equipamentos empregados nas atividades ilegais. 

Foram realizadas ações simultâneas em diferentes frentes, visando desarticular a infraestrutura do garimpo e reduzir sua capacidade operacional, com apreensão e destruição de insumos e materiais logísticos. No entorno da Terra Indígena, as equipes da (PRF) e da FNSP executaram bloqueios em vias de acesso e intensificaram a fiscalização de rotas utilizadas para transporte de suprimentos e escoamento de minérios. 

- Confira a tabela com os resultados obtidos:

Item                                           Quantidade             Medidas Adotadas 

Acampamentos                          490 unidades          Inutilização

Armamento                                  13 unidades 

Caminhão                                      8 unidades 

Caminhão-Tanque                         1 unidade 

Escavadeiras Hidráulicas (PC)  113 unidades 

Gasolina                                     150 litros 

Geradores                                    31 unidades 

Mangueiras de Sucção              600 metros 

Maquinário Leve                          12 unidades 

Motocicleta                                  89 unidades 

Motores de Garimpo                  361 unidades 

Munição                                       94 unidades 

Óleo Diesel                               50.500 litros 

Trator de Esteira                           6 unidades 

Veículos                                      18 unidades 

Celular                                          1 unidade 

Emulsão Explosiva ou Explosivo 143 unidades          Apreensão

Escavadeiras Hidráulicas (PC)        3 unidades 

Mercúrio                                        14,262 gramas 

Ouro                                               90,2 gramas 

Autuações                                          7 unidades 

Abordagem                                        7 pessoas

*Com informações do IBAMA e da ABIN