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MPI lança série de Seminários Nacionais de Políticas para a Juventude Indígena com foco em Direitos e Acesso à Justiça
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI), por meio da Secretaria de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas (Seart), do Departamento de Línguas e Memórias Indígenas (Deling) e da Coordenação de Política para a Juventude Indígena (COPJI), iniciou o ciclo de encontros do ‘Seminário de Política Nacional e acesso à justiça, Promoção de Serviços e Direitos Sociais para a Juventude Indígena’. Com o objetivo de instituir um espaço dedicado à consulta livre, participação e escuta ativa da juventude indígena, a agenda nacional teve sua primeira etapa realizada entre os dias 3 e 6 de junho, em Recife (PE), reunindo lideranças e representantes da juventude indígena do Nordeste.
A programação nacional, que vai abranger as cinco regiões do País, reuniu em sua primeira parada mais de 120 participantes e contou com representantes da juventude indígena dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, área de abrangência da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), uma das apoiadoras da programação.
Pautas e metas
O seminário busca ser um instrumento estratégico de participação social para auxiliar no diagnóstico de demandas prioritárias, que será utilizado para a elaboração de propostas e recomendações, visando atender às necessidades específicas dessa parcela da população. As discussões abordam temas centrais como saúde, educação, segurança, sustentabilidade, territórios, cultura e identidade. Mediadas por facilitadores regionais, as rodas de diálogo permitem o debate aprofundado das pautas e a coleta de dados para a formulação de relatórios regionais.
Ao final do processo, um documento consolidado será apresentado pela SEART e seus parceiros, como destaca a coordenadora de Políticas para Juventude Indígena da COPJI, Larissa Pankararu, que ressalta a potência desse encontro de saberes. “Estamos muitos felizes com o início dessa jornada potente de troca de saberes e escuta atenta a todos os pontos dialogados nesses dias intensos de atividades, com a presença de uma juventude que veio falar sobre suas demandas e seus territórios, querendo ser ouvida”, ressaltou.
Vozes da juventude
Para João Victor, indígena do Povo Pankararu, que esteve no evento enquanto representante da juventude pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o seminário foi uma oportunidade de colocar na mesa pautas importantes debatidas pela perspectiva daqueles que, apesar de jovens, têm conhecimentos e vivências que auxiliam positivamente em uma amanhã melhor.
“Foi muito rico ouvir e ver tanta gente falando com afinco sobre o que aflige cada jovem em sua região e o que pode ser feito. Nosso grupo trabalhou o tema territórios e sustentabilidade e foi uma discussão que se debruçou sobre o nosso papel enquanto jovens na defesa dessa pauta e também ressignificar a tão falada sustentabilidade a partir de nossas vivências e cosmo percepção. Entender que somos uma extensão de nossos territórios e precisamos cuidar de nós e em respeito às gerações que já vieram e para as próximas que virão”, afirmou.
Bruno Siqueira, do Povo Tupinikin, Aldeia de Irajá, em Aracruz (ES), também destacou a importância do Seminário como um espaço para formação de futuras lideranças. “Penso que espaços como este precisam ser abraçados pois é aqui que podemos apresentar propostas e, para além disso, criarmos mecanismos para que nossos jovens sejam futuros líderes e essas articulações começam em atividades como essas”, disse.
Troca de saberes e engajamento contínuo
Além dos seminários territoriais, cada um com duração de três dias, o projeto prevê encontros virtuais com coletivos e grupos de jovens indígenas organizados. As reuniões online possibilitarão o compartilhamento de vivências, ampliando a troca de saberes, reflexões e um aprofundamento nos temas debatidos ao longo da jornada.
“Estamos prontos para mais esta missão e acreditamos que alcançaremos diretrizes que representem as reais necessidades da juventude indígena, respeitando suas diversidades regionais, culturais e sociais. Reunindo lideranças e representantes da juventude indígena do Brasil para fazermos história!”, afirmou Larissa Pankararu.
Apoio e fortalecimento institucional
Além da Apoinme, a iniciativa conta ainda com o apoio do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), da Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação (Fadex), da Universidade de Pernambuco (UPE) e da Coordenação de Saúde Integral da População LGBT (CSILGBT). A agenda também teve a colaboração de integrantes do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Pernambuco. A programação para a realização dos Seminários seguirá a seguinte ordem: 1ª etapa – Nordeste; 2ª etapa – Sudeste; 3ª etapa – Centro-Oeste; 4ª etapa – Sul e 5ª etapa – Encerramento na Região Norte com dois encontros finais.