Dados do Censo embasam políticas de preservação da cultura indígena

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza, entre 1º de agosto e 31 de outubro, o Censo Demográfico 2022, a mais abrangente pesquisa estatística sobre a população brasileira. O levantamento vai produzir informações imprescindíveis para a definição de políticas públicas para toda a população. No caso dos indígenas, o acesso a dados como número de etnias e de falantes de uma língua, por exemplo, são fundamentais para o desenho de políticas visando à preservação de suas culturas.

O último censo, realizado em 2010, foi o primeiro a levantar dados sobre a filiação étnica e linguística das pessoas que se declararam indígenas, além de coletar informações sobre a localização de seus domicílios, se dentro ou fora de Terras Indígenas. Com base nos dados levantados naquela ocasião, foi possível saber que havia no Brasil 896,9 mil indígenas, de 305 etnias, falantes de 274 línguas. Agora, com a realização de um novo censo, será obtido um retrato atualizado da realidade desses povos, mostrando como vivem, suas formas de organização social, costumes, línguas e cultura.

São dados essenciais para o desenho de ações e programas mais adequados à realidade e às necessidades dos povos indígenas e também para a salvaguarda de aspectos de sua cultura imaterial, como a língua. Por isso, a meta que é que o censo alcance o maior número possível de indígenas, tanto nas aldeias quanto nas cidades.

Como será realizado o Censo 2022 nas aldeias

Para otimizar a aplicação dos questionários nas terras indígenas, os recenseadores do IBGE farão reuniões com as lideranças indígenas para explicar o que é o Censo Demográfico e solicitar apoio para a realização do levantamento. Numa segunda etapa, será aplicado o Questionário de Abordagem em Agrupamento Indígena que visa coletar dados sobre a aldeia ou comunidade relativos à infraestrutura, acesso a recursos naturais, educação, saúde, entre outros. Em seguida, os recenseadores do IBGE visitarão todas as habitações para entrevistar as famílias indígenas.

Para diminuir o receio de que os dados levantados possam causar prejuízos aos indígenas, o IBGE tem feito uma série de campanhas e ações educativas. É explicado que somente o IBGE tem acesso às informações coletadas e que os dados serão divulgados sem a identificação dos entrevistados.

Apoio da Funai ao Censo 2022

Com o objetivo de assegurar o acesso dos recenseadores às aldeias e facilitar o entendimento dos indígenas quanto ao objetivo do Censo e ao tipo de perguntas que serão feitas, em 2018, a Funai e o IBGE celebraram um Acordo de Cooperação Técnica. Os coordenadores regionais e de Frentes de Proteção da Funai estão participando do planejamento do recenseamento nas terras indígenas sob sua responsabilidade e, havendo necessidade, servidores da Fundação poderão acompanhar os recenseadores durante a aplicação dos questionários.

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