Terra Indígena Yanomami: Funai e Conab contabilizam 160 mil cestas de alimentos entregues em caráter emergencial

Cerca de 300 cestas de alimentos foram entregues nesta terça-feira (6) aos indígenas Yanomami e Ye'kwana, na comunidade indígena Kori Yauopë, região de Surucucus, em mais uma ação emergencial do Governo Federal, na Terra Indígena Yanomami (TIY). Com essas 300, já são contabilizadas 160 mil cestas de alimentos fornecidas desde janeiro de 2023 quando foi decretada a emergência de saúde pública no território, por causa da ação do garimpo. 

Das 160 mil cestas, 139,6 mil foram entregues pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As entregas foram feitas em ação conjunta entre a Funai e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com envolvimento de outros órgãos federais.

“Essas 160 mil cestas significam a vida, a sobrevivência, a esperança. É o povo Yanomami feliz de novo e enxergando um novo sol para trabalhar a continuidade da vida e de cuidado com as comunidades. Elas salvaram a vida de mulheres, de crianças e idosos”, afirmou o presidente da Urihi Associação Yanomami, Junior Hekurari Yanomami.

Para a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, esses números simbolizam o enfrentamento da insegurança alimentar, por meio de um esforço interministerial para combater a fome. “Desde o início, o Governo Federal teve a preocupação imediata de fazer com que vidas fossem salvas a partir da alimentação. Continua o desafio de retornar os processos próprios de alimentação dos povos indígenas que vivem na Terra Indígena Yanomami”, afirmou.

Segundo Joenia, estão sendo desenvolvidos diversos projetos para recuperar a capacidade produtiva dos roçados e fortalecer a soberania alimentar por meio de parcerias com outros órgãos. “E a Funai está acompanhando para que a política indigenista seja efetivada e que a segurança alimentar seja permanente”, ressaltou a presidenta, mencionando outras ações em andamento para resgatar a dignidade dos povos Yanomami e Ye'kwana, nas áreas da saúde, educação, direitos humanos, meio ambiente, entre outras.

Edegar Pretto, presidente da Conab, e Joenia Wapichana, presidenta da Funai, entregaram cerca de 300 cestas de alimentos, nesta terça-feira (6) | Foto: Mayra Wapichana/Funai

O presidente da Conab, Edegar Pretto, anunciou que a Companhia Nacional de Abastecimento vai adquirir mais 84 mil cestas de alimentos para que as entregas sejam garantidas até o final deste ano. “A Funai solicitou ao MDS [Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome], o MDS disponibilizou recursos para a Conab e a Conab já vai comprar a primeira remessa de 21 mil cestas”, informou.

Pretto também reafirmou o caráter emergencial da entrega de cestas para que os povos indígenas não fiquem sem ter o que comer enquanto não tiverem roças para plantar e cultivar o próprio alimento. 

Além da presidenta da Funai, do presidente da Conab e do presidente da Urihi Associação Yanomami, a entrega das cestas contou com a participação da coordenadora da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye'kwana Yekwana (FPE-YY), Elayne Maciel; e do superintendente da Conab, em Roraima, Pablo Melo.

Terra Indígena Yanomami

Demarcada e homologada por decreto presidencial em 1992, a Terra Indígena Yanomami é o maior território indígena do Brasil. Localiza-se entre os estados do Amazonas e Roraima, na floresta amazônica em uma área que abrange mais de 9 milhões de hectares, na fronteira entre Brasil e Venezuela, e é habitada por cerca de 27 mil indígenas, segundo o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população indígena pertence a duas etnias: Yanomami e Ye'kwana. 

Os Yanomami constituem uma das maiores etnias indígenas do país, organizando-se em seis subgrupos linguísticos: Yanomami, Yanoman, Sanöma, Yaroamë, Yãnoma e Ninam, subdivididos em 16 dialetos, conforme os estudos linguísticos mais recentes. São tradicionalmente caçadores, coletores e horticultores, vivendo em áreas de floresta densa. 

Já os Ye'kwana, etnia com presença significativa na Terra Indígena Yanomami, são tradicionalmente artesãos e canoeiros. 

O enfrentamento da insegurança alimentar conta com o esforço interministerial para combater a fome | Foto: Mayra Wapichana/Funai

Emergência sanitária

Em 20 de janeiro de 2023, o Governo Federal declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), diante da grave crise humanitária provocada pela presença do garimpo ilegal. A ação predatória resultou em impactos severos à saúde, à segurança alimentar e ao modo de vida das comunidades indígenas. 

Como parte da resposta emergencial, o Executivo Federal deu início a uma série de medidas para a retirada dos invasores e a garantia de assistência humanitária. Entre essas ações, destaca-se a distribuição de medicamentos, ferramentas e cestas de alimentos, com apoio da Força-Tarefa Desenvolvimento Sustentável Yanomami Yekuana, criada pela Funai.

Confira as ações da Funai na Terra Indígena Yanomami

Assessoria de Comunicação/Funai