Governo Federal realiza mais de 5,8 mil ações e impõe prejuízo superior a R$ 396 milhões ao garimpo na Terra Indígena Yanomami

O Governo Federal realizou mais de 5,8 mil ações humanitárias e de fiscalização na Terra Indígena Yanomami (TIY) desde março de 2024, quando foi instalada a Casa de Governo em Boa Vista (RR) para o enfrentamento à crise humanitária no território provocada pela presença do garimpo ilegal. As ações resultaram em uma redução de 96% da área ocupada pelo garimpo entre março de 2024 e junho de 2025. Com isso, o Governo Federal impôs um prejuízo de R$ 396,4 milhões à atividade criminosa, resultado de apreensões, multas aplicadas e destruição de equipamentos. As ações envolvem diversos órgãos federais, entre eles a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Os números foram apresentados na terça-feira (8) em oficina realizada em Boa Vista que contou com a presença de lideranças indígenas, representantes de associações Yanomami e Ye’kwana e órgãos do Governo Federal e do estado de Roraima. O presidente da Urihi Associação Yanomami, Júnior Hekurari Yanomami, destacou a importância das ações do Governo Federal para o fortalecimento das comunidades indígenas que vivem no território, localizado nos estados de Roraima e do Amazonas.

“É importante dizer que os resultados começam a aparecer, especialmente nas áreas de saúde e segurança. A atuação da Funai tem se fortalecido nos últimos anos, com mais união e presença no território. Estamos mostrando que, junto com as organizações e instituições, é possível garantir os direitos das comunidades, sem deixar ninguém para trás. A Terra Yanomami é exemplo de resistência e recuperação.” Hekurari reforçou ainda que é preciso seguir com ações claras, transparentes e contínuas no território.

A presidenta da Funai, Joenia Wapichana, ressaltou a atuação do órgão na gestão atual e reafirmou que os povos indígenas não são responsáveis pela crise humanitária vivida no território, e sim vítimas de décadas de violações, com o avanço do garimpo ilegal e a destruição ambiental.

“Estamos diante de uma reconstrução que precisa ser coletiva, com diálogo intercultural e escuta qualificada. A situação que vivenciamos exige ações permanentes e estruturantes, e não apenas medidas emergenciais. A participação direta das lideranças é fundamental nesse processo”, pontuou.

A Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’kwana (CFPE-YY) da Funai conta com sete bases na TIY que reforçam as ações de fiscalização fluvial e terrestre.

Casa de Governo

Uma das principais medidas adotadas pelo Governo Federal para o enfrentamento à crise no território Yanomami foi a instalação da Casa de Governo em Boa Vista em março de 2024. A estrutura é composta por diversos órgãos, entre eles a Funai, para garantir a presença permanente do Governo Federal na região e dar sequência aos trabalhos iniciados em 2023.

De acordo com o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, o espaço foi criado para integrar os diversos órgãos responsáveis pelas ações de desintrusão e reconstrução da região. Ele reforçou que 2025 é um ano decisivo para consolidar as políticas públicas no território Yanomami.

“Este é o momento de dar respostas concretas, consolidar ações e construir bases sólidas para os próximos anos. O esforço do Governo Federal tem sido contínuo e esta oficina é uma oportunidade valiosa de alinhar estratégias diretamente com as lideranças do território”, afirmou.

A Oficina

A Oficina de Apresentação das Ações na Terra Indígena Yanomami teve início na terça-feira (8) e segue até o dia 11 de julho. O objetivo é apresentar as ações em execução e em planejamento para o território, com escuta e participação ativa das lideranças. O evento, realizado em Boa Vista, é organizado pela Força Tarefa Yanomami Ye’kwana, em articulação com as lideranças da TI Yanomami.

A metodologia inclui apresentações temáticas com tradução simultânea, espaço para perguntas e escuta ativa das associações indígenas. Entre os temas em debate estão: proteção territorial, desintrusão, proteção social, saúde indígena, segurança alimentar, infraestrutura, educação e fortalecimento da governança com protagonismo indígena.

A presidenta da Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMYK), Carlinha Yanomami, reforçou a presença e o protagonismo feminino no encontro. “Estou presente aqui como representante das mulheres Yanomami. Nós estamos acompanhando as ações do governo em nossos territórios desde o início e estamos engajadas. Sinto muito orgulho em fazer parte desta jornada. É uma manhã muito importante para nós, do povo Yanomami”, celebrou.

A mesa de abertura contou com a presença da presidenta da Funai, Joenia Wapichana, do diretor da Casa de Governo em Roraima, Nilton Tubino, e o secretário Nacional de Direitos Territoriais Indígenas no Ministério dos Povos Indígena (MPI), Marcos Kaingang. Também estiveram presentes os representantes da Associação Yanonami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA) João Figueiredo; da Hutukara Associação Yanomami Iramar Yanomami; Michel Xirixana da Associação Ninam Texoli; da Urihi Associação Yanomami Júnior Hekurari Yanomami; da Ypassali Associação Sanomá Mateus Sanomá; e da Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMYK) Carlinha Yanomami.

Saúde indígena e lançamento de guia

A programação da tarde de terça-feira foi dedicada ao tema da Saúde Indígena com participação da Funai; do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Ye’kwana (DSEI-YY); da Sesai; da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz; da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ao final do dia ocorreu o lançamento oficial do Guia Temi Totihi de Atenção ao Pré-Natal na Terra Indígena Yanomami, desenvolvido em parceria pela UFMG, Unifesp, SESAI, MPI, Funai e lideranças Yanomami.

Conheça as ações da Funai na Terra Indígena Yanomami

Assessoria de Comunicação/Funai