Funai leva mutirão de atendimento a povos indígenas do Médio Xingu em Mato Grosso

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) realizou, entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, um mutirão de atendimento previdenciário e assistencial na base da autarquia, no polo Pavuru, dentro do território Xingu, município de Feliz Natal (MT). A iniciativa teve como público os povos indígenas da região do Médio e Baixo Xingu, com destaque para os povos Ikpeng, e Kawaiwete, conhecido como Kayabi. 

 A ação foi realizada para ofertar serviços vinculados à atenção básica do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A atividade foi conduzida pela Coordenação Regional (CR) Xingu, da Funai, sediada em Canarana (MT), e contou com o apoio da Prefeitura de Feliz Natal, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social. Ao todo, foram realizados 293 atendimentos, resultado da atuação conjunta entre a Funai e parceiros municipais e estaduais

 Foram realizados 150 atendimentos referentes ao Cadastro Único (Bolsa Família) e ao Programa Ser Família, do Governo do Estado de Mato Grosso. A Secretaria Municipal de Agricultura também esteve presente, com 22 atendimentos voltados à orientação e ao apoio às atividades produtivas nas aldeias.

Com articulação da prefeitura, a unidade de Sinop (MT) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizou 72 atendimentos previdenciários, levando informações e serviços diretamente aos indígenas da região. Durante o mutirão, a CR Xingu e a Unidade Técnica Local (UTL) de Feliz Natal realizaram 49 atendimentos, incluindo orientações para acesso à documentação civil e emissão de Certidão de Exercício da Atividade Rural (Cear).

“Levar os serviços até as aldeias é fundamental para garantir o acesso à cidadania dos povos indígenas. Quando os atendimentos são realizados diretamente nas comunidades, evitamos que as famílias precisem se deslocar até os municípios, o que muitas vezes representa um gasto muito alto e uma grande dificuldade logística.”, destacou a coordenadora regional do Xingu, Iré Kayabi, ao comentar sobre a importância da ação. 

A iniciativa foi motivada pelas dificuldades enfrentadas por diversas comunidades da região, especialmente das etnias Kawaiwete-Kayabi e Ikpeng, que relatam acesso limitado a serviços de documentação civil devido à distância dos centros urbanos, aos desafios logísticos e à escassez de recursos para deslocamento. Em levantamento recente, a CR Xingu identificou cerca de 113 crianças com documentação irregular ou ausente, situação que compromete o acesso a direitos fundamentais como educação, saúde e assistência social.

Diante desse cenário, a Funai propôs a realização do mutirão de forma descentralizada, levando os serviços diretamente às aldeias, com subsídios da Coordenação-Geral de Acesso à Justiça e Participação Social (CGAJ), vinculada à Diretoria de Direitos Humanos e Políticas Sociais (DHPS).

O indígena Apayatu Waurá  destacou que a iniciativa trouxe benefícios concretos. “É uma iniciativa muito boa para as aldeias. Espero que esse projeto continue daqui para frente, porque o acesso à cidade é muito difícil para levar a família toda. Que venham mais ações como essa, trazendo o que a gente precisa”, ressaltou o indígena

Já a indígena Kyrifuku Kayabi falou da importância da ação para as mulheres indígenas. “Espero que sempre tenha atendimento aqui no polo Pavuru, porque muita gente depende disso para atualizar seus auxílios. As mulheres que estão com o Bolsa Família vieram atualizar o cadastro e conseguimos fazer tudo aqui,  inclusive pedir o auxílio maternidade. Eu gostei muito”, finalizou a liderança.

Coordenação de Comunicação Social/Funai