Funai desenvolve projeto de piscicultura em comunidades da Terra Indígena Raposa Serra do Sol

Indígenas do estado de Roraima produziram cerca de 32 mil filhotes de peixes, a partir de um projeto de piscicultura desenvolvido em comunidades da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol, no município de Uiramutã. O projeto beneficia 25 comunidades dos povos Makuxi, Wapichana, Patamona e Ingaricó, nas regiões Serras, Amajari e Murupu. 

Estruturado em três estágios, o projeto é resultado de uma parceria entre a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, o Instituto Federal de Roraima (IFRR) Campus Amajari e os  próprios produtores indígenas. Pela Funai estão envolvidas a Coordenação Regional de Roraima (CR-RR), as Unidades Técnicas Locais (UTLs) de Uiramutã e de Amajari e o Serviço de Gestão Ambiental e Territorial (Segat).

Essa foi a fase final concluída entre 8 e 12 de setembro e os 32 mil filhotes se encontram prontos para a comercialização ou continuidade da criação. O objetivo central é fortalecer a autonomia e a sustentabilidade alimentar e econômica nos territórios indígenas.

Nessa última fase, a Funai entregou 6.250 kg de ração, fez a pesagem e inspeção dos tanques, deu orientações técnicas sobre manejo adequado e avaliou o crescimento dos peixes. 

Segundo a equipe técnica da Funai, a região apresenta alto potencial em recursos hídricos, o que torna o território propício ao desenvolvimento da piscicultura como atividade produtiva sustentável. “Nessa etapa, além da entrega das rações, a equipe fez o acompanhamento dos projetos, verificando a média dos peixes, a condição dos tanques e a vazão da água. É um processo importante para garantir o bom andamento da piscicultura nas comunidades”, explicou Leandro Emiliano, servidor do órgão em Roraima.

A coordenadora regional da Funai em Roraima, Marizete de Souza, destacou o compromisso da instituição em fortalecer a produção indígena. “A piscicultura tem se mostrado uma atividade promissora nas comunidades indígenas de Roraima. Nosso compromisso é apoiar essas iniciativas para garantir autonomia, segurança alimentar e fortalecimento da produção sustentável”, afirmou.

Etapas do projeto

O projeto foi dividido em três ciclos. O  primeiro ocorreu em 2024, quando foi feito o  levantamento e a identificação das comunidades com potencial produtivo para o manejo. Essa etapa contou com o apoio do IFRR na doação dos peixes e aquisição de alevinos (filhotes de peixes) pelos próprios produtores indígenas. 

A segunda fase aconteceu em julho de 2025, com a entrega de mais de 11 mil quilos de ração, com o objetivo de  fortalecer o desenvolvimento dos tanques. E a terceira e última etapa ocorreu em setembro, com a nova entrega de rações e acompanhamento técnico detalhado, encerrando o ciclo com a avaliação do crescimento dos peixes.

Coordenação de Comunicação Social/Funai