Em Brasília, Funai apresenta a lideranças indígenas ações desenvolvidas no território Yanomami

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) apresentou na terça-feira (20) a uma comitiva de lideranças Yanomami e Ye´kwana, as ações desenvolvidas em parceria com outros órgãos na Terra Indígena Yanomami, localizada entre os estados do Amazonas e Roraima. As lideranças se encontram em Brasília nesta semana onde permanecem até sexta-feira (23) para tratar com vários órgãos sobre pautas relacionadas ao atendimento à população indígena no território.

Composta por 10 lideranças representantes de nove organizações indígenas, a comitiva foi recebida na sede da Funai em Brasília pela presidenta Joenia Wapichana; a diretora de Administração e Gestão, Mislene Metchacuna; a diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho; e a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, Lucia Alberta.

As lideranças apresentaram à direção da Funai suas demandas em diversas áreas como saúde, educação, segurança pública, direitos sociais, gestão ambiental e territorial, segurança alimentar, entre outras. As dirigentes da Funai prestaram os esclarecimentos devidos sobre cada pauta, bem como a competência dos órgãos responsáveis para o atendimento e suas atribuições como autarquia indigenista. E, ainda, como a instituição pode contribuir levando suas reivindicações aos órgãos competentes.

Entre as ações apresentadas pela Funai à comitiva de lideranças estiveram as medidas emergenciais adotadas inicialmente em 2023 com a entrega de cestas de alimentos para garantir a segurança alimentar e ações de melhoria das roças para a retomada do plantio de alimentos em 2024. E, ainda, a celebração de Termos de Execução Descentralizada (TEDs) com várias instituições governamentais para a implementação de projetos voltados à segurança alimentar e nutricional, criação de animais, recuperação ambiental, formação, ensino, pesquisa, inovação e extensão, direitos humanos, entre outros. E ações de fiscalização e proteção territorial em parceria com demais órgãos de segurança pública e ambiental.

As pautas fazem parte das ações realizadas por mais de 20 órgãos do Governo Federal, entre eles a Funai, na terra indígena, desde o Decreto nº  11.405 de 30 de Janeiro de 2023, que trata sobre medidas de enfrentamento da emergência sanitária no território Yanomami.  

Além da Funai, as lideranças Yanomami e Ye'kwana também cumprem agenda nos ministérios dos Povos Indígenas (MPI), do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Mulher, da Saúde, entre outros órgãos federais que executam ações na Terra Indígena Yanomami. 

Protagonismo indígena

A presidente da Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMYK), Carlinha Yanomami, ressaltou o desejo de protagonismo do povo Yanomami. "Nessas ações, uma pauta muito importante para o povo Yanomami é a segurança alimentar e o nosso protagonismo nesse processo". 

Carlinha ainda mencionou algumas ações que já estão em andamento na TIY, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), executado pelo MDS, e de como a iniciativa tem incentivado as famílias. "Hoje, nós temos as nossas crianças comendo alimentos naturais na merenda escolar, tomamos açaí e comemos banana. São coisas que a gente não depende das comidas que vêm do estado e que passam meses para chegar até no território", exemplificou.

O vice-coordenador da Associação Texori, Eliseu Xirixana, destacou a importância das reuniões em Brasília para a busca de informações. "Essa agenda tem o objetivo de buscar as informações dos projetos que entraram no território Yanomami, como eles estão em andamento ou se estão no processo de implementação", explicou. Segundo ele, o próximo passo, após as agendas em Brasília, é voltar ao território e repassar às comunidades o que foi tratado com cada órgão.

O coordenador da Força-Tarefa de Desenvolvimento Sustentável Yanomami e Ye'kwana (FTYY) da Funai, Ivo Makuxi, acompanha as lideranças em todas as agendas. “Esse também é o nosso papel, acompanhar as lideranças e trazer esse olhar da Força-Tarefa sobre a importância da parceria com as instituições, para que o diálogo interinstitucional exista e garanta que os projetos possam chegar até as comunidades e tenham diálogo com as associações indígenas”, explicou.

Para Ivo Macuxi, essa articulação em Brasília é essencial para garantir que as vozes das lideranças Yanomami e Ye'kwana sejam ouvidas e que as ações emergenciais e de longo prazo na Terra Indígena Yanomami sejam eficazes e condizentes com as necessidades e expectativas de seus povos.

Com cada órgão, as lideranças solicitam a continuidade da presença do Estado brasileiro no acompanhamento das ações, principalmente, a retirada de todos dos garimpeiros e o avanço nos projetos dentro das comunidades.

Confira as ações da Funai no enfrentamento à crise no território Yanomami

Assessoria de Comunicação/Funai